segunda-feira, 9 de julho de 2012

O Leão de Pandora

Olá, companheiros.
Essa postagem é, em termos, uma comemoração. Estamos em julho de 2012 e, oito anos atrás, em algum dia de julho de 2004, eu começava a escrever Pandora - A Odisseia de Leorio, o nome, na época, da minha primeira grande história e, possivelmente, a maior. É claro que, olhando agora, vejo que o texto não tem muito potencial. Não é algo que me deixe maravilhado, não impressiona, nada disso. Mas me orgulha. Sei lá, não é fantástico, mas é interessante, um projeto grandioso e, principalmente, terminado. Pandora, que hoje em dia se chama O Leão de Pandora, é uma trilogia escrita a mão, e acho que tais rascunhos são meu maior tesouro. Digitei, anos atrás, todo o primeiro livro, revisando-o como pude para deixar a história mais interessante. Ela ainda é fraquinha, obviamente, eu era muito mais novo e tudo mais, mas é interessante voltar no tempo e viver as aventuras de Leorio e seus inúmeros companheiros, apenas para ver as mudanças que me assolaram durante o tempo, tanto na escrita quanto no estilo, nos gêneros favoritos etc. Com suas mais de 800 páginas manuscritas, Pandora era uma "animação", até que se prove o contrário, três livros subdivididos em 50 capítulos, os pseud-episódios do anime, e dois spin-offs de meia-importância, passados entre os livros, trabalhados como OVA's, histórias paralelas e não tão obrigatórias. Bom, vou postar por aqui a introdução, o índice e o primeiro capítulo, mas não prometo trazer a história toda. Ela é grande demais, e não sei se teria uma boa repercussão. Vamos ver.
Até a próxima.


Introdução

Existem homens que nascem para brilhar. Alguns nascem com talento, com um futuro promissor; outros conquistam seu espaço, mesmo oriundos da pobreza ou do desconhecido.
Apenas um nasce para mudar o mundo.
Quando o povo fraqueja perante os desafios, provações ainda piores surgem. Nestes tempos de dificuldade, escolhidos pelos deuses nascem entre os homens mundanos, destinados a lutar pela salvação do mundo de Pandora. Leorio é um deles. Apesar de atrapalhado, o jovem Magnaheart é um grande guerreiro e está disposto a sobrepujar todos os obstáculos de sua jornada.
Mas mesmo um escolhido não é nada sozinho. Para isso, Leorio contará com o apoio de diversos companheiros, cada qual com sua própria história e objetivos, liderados pelo mesmo ideal: derrotar Itgan, o tirano que está causando o caos em Pandora.
Não existe medo. O medo se torna fúria, a fúria nos traz a força, e a força nos leva à vitória.

O Leão de Pandora é um romance de fantasia medieval com um clima leve, vindo diretamente dos mangás e das animações japonesas. Leva-nos a uma viagem fantástica em terras mágicas e problemáticas, mas acima de tudo, uma terra de heróis. Acompanhe Leorio e seus amigos neste que é o primeiro livro da trilogia.
Rumo à salvação de Pandora!


ÍNDICE


I. Felicidade e Tristeza
II. A Lenda do Bracelete de Luz
III. A Profecia
IV. O Teste para Soldado
V. Hora de Partir
VI. O Caminho até a Floresta
VII. A Floresta do Medo
VIII. O Significado desse Nome
IX. A Mística Cidade de Taura
X. O Torneio dos Veteranos
XI. Uma Luta Injusta
XII. O Ataque à Cidade
XIII. Morte, Sangue e Fúria
XIV. Despedidas
XV. Seguindo para Celestya
XVI. A Maravilhosa Cidade Élfica
XVII. Uma Mensagem Surpreendente
XVIII. Batalha nas Planícies de Celta
XIX. Decisão em Grupo
XX. As Ruínas de Celsius
XXI. Um Companheiro Inesperado
XXII. As Armadilhas da Floresta da Virtude
XXIII. Callysta, a Cidade dos Elfos Verdes
XXIV. Partida Rápida
XXV. Revelação em Gnash
XXVI. O Misterioso Vale dos Anões
XXVII. O Povo de Solare
XXVIII. O Coração de Dror
XXIX. Encontro com o Rei Dragão
XXX. Recebidos como Heróis
XXXI. Outrora
XXXII. Surpresa nas Planícies Mórbidas
XXXIII. O Território de Alterna
XXXIV. Destina
XXXV. A Casa dos Enigmas
XXXVI. Sonhos Estranhos
XXXVII. Imprevistos no Caminho de Sagera
XXXVIII. A Cidade Dos Sábios
XXXIX. Desafio de Vida ou Morte
XL. Fortaleza Sombria
XLI. O Encontro Macabro
XLII. Sangue de Batalha
XLIII. Fúria
XLIV. A Lâmina Negra
XLV. Uma Visita Inesperada
XLVI. Confronto Mítico
XLVII. Profecia Completa
XLVIII. Após o Sacrifício
XLIX. De Volta a Scarlett
L. O Profeta do Caos



I – Felicidade e Tristeza

Mordred é o maior dos cinco reinos do continente central de Pandora. Em seu vasto espaço estão as florestas do medo, a qual poucos ousam desafiar, e três cidades, enormes como o próprio reino. Dentre essas cidades está a cidade mais importante do reino, provavelmente a mais importante do continente todo. Scarlett, a cidade capital. Recebeu esse nome por causa da rainha, de mesmo nome, por ordem do próprio rei, denominado Emeror. O povo todo ficou grato, pois Scarlett era um belo nome, vindo de uma rainha ainda mais bela, o que realçou a beleza da cidade.
Emeror se tornou rei de Scarlett aos vinte e cinco anos e se casou dois anos mais tarde com a rainha, que era um pouco mais jovem, com vinte e dois anos. O governo de Emeror, que já era bom de acordo com o povo, melhorou ainda mais após essa união. O casamento dos dois tornou-se um dos acontecimentos mais importantes da cidade, o que ocasionou uma enorme festa para todos se divertirem muito. Todas as raças foram convidadas para a maior festa que Mordred já vira.
Tudo estava feliz.
Mas a alegria não durou muito tempo...
Cerca de três anos mais tarde, Scarlett engravidou. A festa foi ainda maior, desta vez organizada pelo próprio Emeror. Uma grande cerimônia, com música, comida e bebida para todos que desejassem se divertir.
Passado algum tempo desde a festa, Emeror subiu no mais alto local de seu castelo, que ficava no centro da enorme cidade. Levou consigo Scarlett e seu mais fiel guarda, Arthur Magnaheart, um cavaleiro imperial de grande porte e força, elogiado por todos da cidade como o protetor mais corajoso que Scarlett já vira.
Apesar de não admirar muito os discursos, Emeror achou necessário isso. Abriu a janela do mais alto cômodo e apareceu diante da multidão com um largo sorriso no rosto. Sua felicidade era clara e ele desejava compartilhar com todas as pessoas da cidade.
Surgiram então Emeror, Arthur e Scarlett no palco recém montado em frente ao povo da cidade. Emeror então começou:
—Caro povo desta bela cidade, cujo nome que carrega homenageia minha esposa. Como todos aqui sabem, o novo herdeiro, ou herdeira, —consertou ele após ver o olhar de Scarlett —deste rei que vos fala está prestes a nascer. Não consigo conter a felicidade dentro deste corpo velho que tenta ser fiel ao povo. E quem mais confiável para compartilhar minha felicidade do que com o próprio povo, este que devo muito por existir, o povo de Scarlett, a melhor cidade de Mordred, a melhor cidade de Pandora!
O povo urrou.
—Hoje, —continuou o rei —quero que todos comemorem ao meu lado, nesta data que, com certeza, é o melhor dia de toda minha vida! E, se puder, farei com que seja o melhor dia da vida de cada um de vocês!
A multidão aplaudia ainda mais. Emeror beijou Scarlett e acariciou seu rosto. Ao lado, Arthur não conseguia conter a emoção e se esforçava para não derramar lágrimas.
—A maior homenagem a esta criança é receber o mesmo nome de sua mãe —disse Emeror. —Já está decidido! —Aumentou sua voz para que todo o povo escutasse. —Se esta criança for uma garota, receberá o lindo nome de Scarlett!
—Obrigado querido! —agradeceu a rainha, com uma voz extremamente baixa e delicada. —Mas se for um garoto, terá de receber um nome especial também. E a minha condição é que você escolha esse nome!
—Querida, se esta criança for um garoto, seu nome com certeza será Arthur! —exclamou o rei, fazendo o cavaleiro que o protegia se assustar. —Em homenagem a um velho amigo que por tantas vezes me protegeu dos perigos dessa vida, que por tantas vezes se machucou para me salvar.
—Majestade, você não deveria se incomodar com isso —disse Arthur, contendo a emoção dentro do corpo.
—É o mínimo que posso fazer, Arthur —disse Emeror. —O único modo de agradecer a tudo o que você já fez por mim! —O rei sorriu e Arthur retribuiu o gesto, ainda se esforçando para não derramar lágrimas.
Então Emeror se virou para Scarlett e ambos riram baixo também. Arthur acompanhou os dois no silêncio longo de felicidade que se seguiu. Após algum tempo, deixaram o local.
A festa continuava agradável lá fora, sem nenhum incidente.
Mas nenhum reino vive sem incidentes.
Emeror desceu as escadas abraçado a Scarlett. Chegaram ao salão principal do castelo e  sentaram-se à mesa de refeições. Arthur ficou ao lado de ambos, sempre pronto para defender o castelo de qualquer coisa. Antes que o rei e a rainha pudessem começar a comer, ouviram gritos.
Arthur tirou a espada da bainha e se preparou para o pior.
Repentinamente, um homem entrou na sala. Brandia uma espada longa ensanguentada e tinha um olhar furioso na face. Assustado, o rei e a rainha recuaram e Arthur parou na frente deles, com o olhar penetrante de um cavaleiro imperial.
—Cretino! —berrou o homem enquanto avançava lentamente com a espada na direção de Arthur, os olhos fixos em Emeror. —Como você tem coragem de falar ao povo sobre seu filho? Acha que isso os deixa felizes? —O olhar na face do assassino já demonstrava loucura. —Você não merece nem mesmo sua vida!
Arthur não se controlou mais e atacou o homem, fazendo um corte em sua face com a lâmina da espada. Sangue jorrou ao chão e o vilão recuou cambaleante. Gemeu de dor por algum tempo, mas voltou a avançar com uma grande cicatriz no rosto, que ele cobriu com a mão. Era impossível que aquele corte não o tivesse deixado cego, mas ele continuava a avançar, seja por fúria ou por força.
Arthur atacou novamente, mas desta vez o vilão demonstrou uma enorme agilidade e se esquivou do ataque, atacando o cavaleiro imperial com a espada e perfurando seu tórax. Arthur cambaleou um pouco pelo salão e caiu no chão, rosto virado ao rei e a rainha demonstrando decepção por falhar na missão.
Já o homem continuou a avançar e a ameaçar:
—Agora é a sua vez Emeror! E você será a última, Scarlett. Assim poderei conseguir o que desejo!
Quando ele investiu contra o rei a rainha entrou na frente de seu marido. Puxou a manga de seu vestido para cima e revelou um bracelete dourado em seu antebraço.
—Se quiser matá-lo, terá que passar por cima de mim primeiro! —disse ela furiosa, Não parecia a mesma pessoa que a pouco falara envergonhada com seu próprio marido. Agora era uma mulher determinada, furiosa, forte o suficiente para se proteger de qualquer coisa.
—Impossível! —disse o assassino. —É impossível que você saiba o poder que este artefato tem! Você nunca poderá controlá-lo! É melhor que o entregue a mim!
—Na verdade, eu sei muito bem como utilizá-lo. E o farei se você se aproximar mais um pouco.
—Ótimo —disse o homem. —Então terei que te matar primeiro? —Seu tom de voz agora demonstrava ironia. Por fim gargalhou. —Como se isso fizesse alguma diferença!
Ele avançou furiosamente contra a rainha, que não hesitou. Fez um movimento veloz com a mão e o bracelete criou uma parede de energia amarelada em sua frente e bloqueou o ataque do homem. O assassino ainda tentou penetrar a barreira, mas a força da magia era maior que a dele, e ele foi arremessado para trás.
O rei, muito surpreso com tudo o que estava ocorrendo, tomou força e deu um passo a frente novamente. Fitou o vilão e disse:
—Vá embora! Volte para o lugar de onde nunca deveria ter saído!
—Eu vou! —gritou o vilão. —Mas podem ter certeza que seus dias serão os piores possíveis quando esta criança chegar! Eu, Itgan, juro que voltarei para tomar este bracelete que me é necessário! Pode ter certeza disso!
Ao terminar sua maldição, Itgan desapareceu em meio a uma fumaça negra. A rainha abraçou Emeror, chorando. Um sentimento frio tomou conta do coração dos dois, uma tristeza sem igual.

No dia seguinte, outra cerimônia ocorreu, desta vez para o enterro de Arthur, O rei cuidou para que tudo fosse perfeito, para que Arthur pudesse ser homenageado da melhor maneira possível. A mulher do cavaleiro chorava com o filho nos braços, inconformada.
A cidade toda já sabia do ocorrido no castelo. Todos estavam presentes naquela cerimônia, menos uma pessoa: a rainha.
Desde o dia anterior, Scarlett não deixara seu quarto. Estava sentada em sua cama com uma pequena caixa em mãos. Dentro dela, o bracelete de outro a pouco usado para salvar a vida do casal. Chorava, derrubando suas lágrimas sobre a caixa e sobre o artefato brilhante. Mas faltaram lágrimas para representar seus sentimentos.
Levantou-se de súbito e colocou a caixa em cima da sua cama. Deitou-se, abraçada com o pequeno artefato, e caiu em um sono de sonhos.
Alguns meses depois, a criança tão esperada nasceu. Mas não houve felicidade. A maldição de Itgan se concretizou: para que a criança chegasse a esse mundo foi necessário que a rainha o deixasse.
Era uma garota e, como o prometido, recebeu o nome de Scarlett.
Emeror viveu longos dias sem sentido, apenas para cuidar de sua filha. Quando a princesa Scarlett completou quinze anos, já podendo se cuidar sozinha, o rei faleceu.
A princesa Scarlett não tinha nenhuma lembrança feliz de seus pais. Na verdade, não tinha nenhuma lembrança deles, sequer má. A única coisa que não a deixava esquecer os acontecimentos do passado era uma pequena caixa selada, que ela não fazia ideia de como abrir...


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