terça-feira, 3 de julho de 2012

Conto - Filho das Árvores

Olá, companheiros.
Trago hoje um conto produzido de uma só vez, que serve como background para um personagem que utilizarei numa aventura de RPG posterior, num cenário desenvolvido por um amigo dos arredores. Dei ao texto o nome de Filho das Árvores, mas esse foi apenas um dos títulos que passou pela minha cabeça. De qualquer modo, espero que gostem da leitura, e não deixem de comentar.
Até a próxima!


Filho das Árvores

Quando eu abri os olhos, tudo era verde e calmo.
Eu ainda não sabia, mas aquilo era uma floresta, tão tranquila quanto meus sonhos foram durante tantos anos. Talvez eu tivesse nascido ali. Não fazia diferença, de qualquer modo.
Uma coisa era certa: as árvores eram minha mãe, e eu não possuía pai algum.
Lembro-me de passagens bizarras, hilárias ou perigosas mas, dentre todas as minhas lembranças, uma se destaca.
Ele.
Tão presente quanto ausente, ele sempre esteve ali, a única figura a me ensinar tudo o que não aprendi com as feras. Ele nunca se nomeou, nunca me disse nada sobre seu passado, sobre sua vida ou suas andanças. Mas eu sabia que ele era forte, e diferente. Nunca antes vira alguém como ele, e mesmo hoje, tanto tempo depois, não sei dizer o que ele era ou de onde viera, nem mesmo como surgira. Ele simplesmente estava ali. Ou talvez estivesse ali desde o começo. Não era um pai, pois pais ajudam, ensinam, cativam e amam. Ele não me amava, e eu também não o amava.
Mas ele estava lá, quando ninguém mais estava.
Numa piscadela, vi o mesmo verde de tempos atrás.

—Não é assim que se faz.
Aquela voz me deixava irritado na maioria das vezes.
Era a única voz que eu tinha para escutar, no entanto. Seu a compreendia, se conseguia formular pensamentos e frases, me comunicar, era graças àquela voz. Ainda assim, eu a desprezava na maior parte do tempo, idolatrando suas atitudes de nobreza, escarrando sobre sua tenebrosa falta de modéstia.
—E como é?
Eu era pouco mais que um animal, como tantos outros que me cercavam. Ali, nos arbustos mais próximos, eu podia vê-los em seus esconderijos e tocas: coelhos, raposas, serpentes, lobos, linces, tigres, leões, ursos, outros mais. Pequenos, miúdos, medianos, grandiosos, colossais, todos ali, coexistindo, e eu os sentia, respirava seus odores, tragava suas existências com sentidos aguçados demais para um garoto comum.
Todos eles viviam, cada qual em seus afazeres, mas nenhum deles ousava um movimento brusco na presença dele, como se ele fosse um deus perante as feras.
—Estique mais os braços. Flexione as pernas.
Eu mal sabia o que era flexionar.
Mudei de postura. Não era alto para minha idade, ao menos achava assim, e era o que ele me dizia. Tinha uma estatura comum para garoto de treze anos. Não entendia muito bem o que eram os anos, por mais que ele tentasse me ensinar sobre calendários, meses e dias. Preferia entender as estações, tão mais simples e efetivas, e assim contava treze invernos castigando minhas noites de repouso.
Mudei de postura.
—Assim?
Tinha os braços alongados na direção do solo gramado, e as pernas dobradas, como se me preparasse para vergastar o terreno com passadas velozes de um leopardo em caça. Meu cabelo, maltratado pelo tempo, de fios negros e castanhos, caía-me à frente dos olhos, mas não me importei.
—Está quase lá.
Eu sempre estava quase lá. Nunca era o suficiente.
—Você nunca acha bom o que eu faço.
Ele deveria sorrir, como todos os outros deveriam sorrir em ironias como aquela, mas não o fez. Ao invés disso, mostrou-me suas presas lupinas, um gesto de inocência agressiva e perversa, tão ameaçador quanto me seria um rosnado ou um uivo diante da lua.
—Rolg.
Aquele era meu nome. Foi ele quem escolheu, acredito. Contou-me um dia, diante de uma fogueira improvisada, que me chamou assim porque foi o primeiro barulho que eu fiz quando ele me encontrou. Como um animal, ele sempre me dizia. Mas quando eu perguntava como ele me encontrou, o assunto se perdia em sua pelugem animalesca.
Aquele era meu nome e, eu sabia, ele só dizia meu nome quando eu deveria estar calado.
—Tá bem.
Assenti, corrigindo a postura. Era mais difícil do que parecia.
Ele ficava ali, me olhando. Era alto e forte, um porte grandioso para um meio-fera. Não gostava que eu o chamasse assim. Na realidade, não gostava que eu o chamasse. Ele sempre vinha, quando achava certo. Vinha e ficava ali, com os braços cruzados, braços humanos, tais como suas pernas. Do torso em diante, no entanto, ele se parecia como um lobo, de pelugem azulada, um azul como o azul noturno, olhos finos e amarelados, cicatrizes no rosto e presas afiadas. Era um guerreiro selvagem, um híbrido de homem e animal. Eu não sabia dizer o quê ele era, e nem ele, ou mentia.
—Me ataque.
Era comum que ele pedisse por isso. Parava à minha frente, abria os braços, como se indefeso. Então me pedia para atacá-lo, e eu sabia o que viria depois.
Precisava tentar, mesmo assim.
Saltei do lugar com velocidade felina, os pés —quase patas —impulsionaram-me, utilizando de um caule vigoroso. Eu era um borrão sem forma, um vento palpável e veloz; ele era uma parede. Girei no ar revolto, movendo o corpo com se laminado, alvejei o peitoral desprevenido, ou assim pensei que estivesse.
Ele aguardou. No instante certo, usou suas mãos para agarrar meus braços e me atirar contra uma árvore.
—Ai!
—Lento.
Sempre lento.
—Por que eu não consigo te acertar?
Ele voltou a cruzar os braços.
—Porque ainda pensa como uma criança.
Eu não queria ser uma criança para sempre.
Levantei-me, limpando a sujeira das roupas.
—Não sou uma criança.
Torci para que ele não escutasse meu murmúrio, mas ainda acredito que ele tenha ignorado por opção.
—A noite está por vir. Vou armar uma fogueira perto das rochas.
—E eu?
—Vá caçar. Retorne quando tiver o que comer, ou não retorne.
Assenti e me afastei.
Aquele não era um problema para mim. Eu era um bom caçador, muito melhor do que ele acreditava. Usava os braços e as pernas para me movimentar, como um verdadeiro filho dos lobos, e assim era tão rápido que grande parte dos animais não conseguia se prevenir. Saltei por sobre um arbusto, derrubei um alce com as mãos, torci seu pescoço para que o sofrimento se extinguisse. Deixei-o num canto, segui em frente. Arrastei-me no solo pantanoso, girei no lugar, as mãos agarraram um javali de porte médio que ousou reagir, incapaz de evitar a pancada que lhe tirou a vida. Montei uma armadilha como distração, golpeando as tocas de coelhos assustados que, durante a fuga, quedaram como acreditei que fariam.
Quando tinha tudo pronto, preparei as coisas para voltar.
Foi então que vi algo estranho. Além das folhas, alguma coisa se movia. Isso não era incomum, obviamente, mas eu não reconhecia aquele cheiro. Era estranho, um cheiro que eu sentia muito pouco.
Um cheiro como o meu.
Escondi os futuros alimentos sob as raízes de uma árvore e me aproximei. O barulho me lembrava passos, mas passos como os meus. Eu não conseguia imaginar o que seria. Apoiei-me num tronco surrado e, afastando alguns arbustos, pude ver o meu rosto refletido no metal de uma armadura.
—Mas o quê —
Recuei, arisco como um gato. Era um homem, um homem como eu, porém mais velho. O que ele fazia ali? Aquela floresta não era lugar para homens, sempre soube. Ele me protegia, por isso me mantinha ali, distante do mundo, sempre me dizendo o quão irracional era a minha raça em suas disputas de terra e riquezas. Ele me prometeu que homem nenhum chegaria àquele lugar, nunca em toda minha vida.
Eu fugi, mas o homem de armadura me perseguia.
Preparado para deixar toda a caça para trás, mudei de curso, mirando as rochas onde a fogueira deveria estar. Atrás de mim, estrondos metálicos contra o solo e as raízes, uma investida acelerada, tomada por rangidos e respirações dificultadas. Hesitei em olhar para trás. Esbarrei em algo, tropecei e rolei pelo chão, levantando de imediato.
Lá estava ele.
—Descuidado como sempre.
O homem de armadura levantou uma espada. Eu não conseguia ver seu rosto através do elmo. Parecia apreensivo, a lâmina em suas mãos tremulando.
—Não foi culpa minha!
O cavaleiro atacou, tombou com um só golpe. Torci para que estivesse desmaiado, mas não era o que o seu pescoço fazia parecer.
—E de quem foi?
—Eu estava caçando!
—Sem pudor nenhum. Sabe que as árvores não são confiáveis.
—Nenhum animal vai me atacar nas árvores!
—Sua raça é pior do que qualquer animal, Rolg.
Agora eu tinha que concordar.
Voltamos até os corpos que deixei para trás, ele me ajudou a carregá-los. Já era noite quando a fogueira terminou de assar os coelhos, a primeira refeição que teríamos após tantas horas de treinamento. Ele mastigou com suas presas animalescas. Eu o imitei.
Comemos em silêncio.
Quando toda a carne havia acabado, ele se levantou.
—Tenho algo para você.
Estranhei. Não era comum receber presentes dele. Não era comum receber atenção, nem mesmo palavras, mas um presente era realmente inacreditável.
—O que é?
—Vai descobrir.
Ele fuçou num arbusto próximo, retirando algo de um esconderijo que ninguém além dele seria capaz de encontrar. Era uma caixa de metal, algo raro de se ver. Dificilmente via na floresta algo de propriedades não-naturais, como aquele baú que ele tinha em mãos. Parecia leve, pois ele o carregava com facilidade em uma só mão.
Fez sinal para que eu me levantasse.
—Abra.
Eu o abri.
A primeira coisa que vi foi um colar. Era algo simples, um cordão com cinco presas de animais diferentes, de circunferência perfeita para se prender ao meu pescoço.
—Você o fez?
Ele deu de ombros.
—Quem são os donos dessas presas?
Examinei o material com cuidado. Tinha facilidade com aquilo também.
—Um lobo, um urso, uma raposa, um leão e uma serpente.
—Bom.
—Para que serve?
Sem responder, ele colocou o colar ao redor de meu pescoço.
Olhei o baú novamente e encontrei uma pena.
—Foi retirada de uma ave que morria.
Não foi difícil deduzir.
—Uma águia em renovação.
Conhecia bastante daqueles animais. As águias, como sempre soube, alcançam a metade de suas vidas com o corpo desgastado pelos anos. Elas então se afastam, relutantes na escolha de deixar-se morrer ou de tentar a renovação, destruindo seu bico, suas asas e suas garras para que tudo cresça outra vez, do zero, e ela possa voar e caçar novamente.
—Ela falhou.
—E morreu.
Ele fez que sim.
—Mas não deixou de tentar.
A terceira e última coisa presente no baú era diferente do que eu esperava.
—O que é isso?
—Pegue.
Eu peguei. Parecia uma mão feita de couro e plantas. Havia uma abertura para que eu colocasse meu braço, como uma luva. Nas costas do antebraço, uma pedra preciosa cintilava num belo tom de verde-musgo.
—É uma manopla.
—Para quê serve?
—Coloque-a.
Obedeci.
De início, nada aconteceu. Foi então que eu me surpreendi ao ver que as plantas estavam vivas, remexendo como pequenas serpentes feitas de folhas e vinhas. Elas se enrolaram em meu braço, alcançando meu ombro e se fixando a ele.
—Não se assuste. Você usará esse braço como sempre fez. Isso vai te proteger.
—Do quê?
Ele não respondeu.
Sentamos outra vez ao redor da fogueira. Ele não falou nada, e o silêncio durou um bom tempo. Duraria a noite toda, não fosse minha intervenção:
—Por que me deu essas coisas?
—Porque é preciso. Os tempos mudam, sempre mudam. E quando eles mudarem, você não vai estar pronto.
Não entendi.
—É importante que todas essas coisas sempre estejam com você. Essa é a sua herança, a marca do seu lar, de sua eterna moradia, que sempre o acolherá quando necessário for.
—Eu vou ter que sair daqui?
—Um dia, sim. Não hoje, não amanhã. Um dia.
—Não quero ir embora.
—Você não vai embora. O seu lar vai embora. Assim é o mundo.
Eu me deitei. O colar estava em meu pescoço; a pena, amarrada ao lado de meu ouvido numa tira que demarcava minha testa. Levantei a manopla na direção da lua, examinando-a, e assim adormeci sem que percebesse.
Sonhei com a natureza ao meu redor. Eu era ela, e ela era eu. Eu me sentia forte, veloz, audaz, caça e caçador. Me sentia capaz de rugir como um leão, de envenenar como uma víbora, de caçar como uma raposa, de correr como um lobo, de lutar como um urso e de voar como uma águia. Me senti vivo, como nunca antes sentira.
Acordei quando já era dia.
Eu não estava amarrado. Não estava acorrentado em lugar nenhum, muito pelo contrário: estava livre, como sempre fui. Livre para correr, para saltar, para gritar ou fazer o que quisesse. Livre. Ainda assim, me senti tão preso quanto um criminoso em sua cela, um pássaro em sua gaiola ou um animal se debatendo em sua jaula.
Preso ao medo de ficar sozinho.
A fogueira já não mais queimava. Os restos de carne eram devorados por dois leões famintos, que disputavam pelos maiores pedaços.
Ele ainda estava lá, mas logo não mais estaria. Ele não disse nada, na verdade. Nunca dizia nada. Mesmo assim, eu sabia, de algum modo, que aquela era uma despedida.
—Você vai embora, não vai?
Silêncio. Ele não se virou para mim. Eu via suas costas malhadas, os pelos escuros como a noite banhados pelo sol de uma calorosa manhã. Não vi seus olhos. Imaginei se ele estava chorando pelo adeus.
—Sim.
Uma resposta tão seca que me fez sentir sede. Sentei-me com as pernas trançadas. Não queria me levantar.
—Eu posso —
—Não.
Dois passos adiante, ele disse o que já havia dito na noite anterior:
—Não hoje, não amanhã. Um dia.
Assenti, mas discordava. Aquilo não estava certo.
Eu ficaria sozinho.
—Você volta?
Parou por um tempo, como se pensasse na resposta cuja dor fosse menor.
—É provável. Me espere por uma semana.
—E depois?
—Sobreviva.
Eu não sabia quem era aquele homem. Nunca soube, talvez nunca soubesse. Ele não tinha um nome, não tinha um passado, não tinha uma história. Ele, assim como eu, não tinha nada. Eu não sabia nem mesmo o quê ele era, mas ele me era importante, e eu devia minha vida a ele. Aprendi a falar, a ouvir, a farejar, rastrear, caçar e sobreviver, tudo graças a ele. Foi um mestre, um professor, o lobo que lidera a alcateia.
Foi um pai.
Mas isso eu nunca admitiria.
—Eu vou.
Ele não se virou, mas eu pensei tê-lo ouvido sorrir. Fora o mais perto de um sorriso que eu o vi durante tantos anos.
—Eu acredito em você, Rolg.
—Devo acreditar em você?
—Faça como bem entender. Aproveite seus dias. Desejo a você toda a sorte do mundo.
Sem se virar, sem se despedir, ele se foi.
Eu não estava acorrentado, mas me sentia assim.
Durante uma semana, esperei ali. Cacei, acendi a fogueira, comi e me deitei ali, no mesmo lugar. Contei estrelas e nuvens, cantei canções que aprendi com ele, admirei os pertences que ele me entregara antes de partir.
Quando a última lua se despediu, as falsas correntes que me aprisionavam ruíram.
—Você não voltou.
E não voltaria. Eu tinha certeza disso.
—Já se foram sete dias.
Eu olhava para o céu e escutava a voz dele.
“Me espere por uma semana”.
—E depois?
“Sobreviva”.
Olhei para a manopla em meu braço. A joia verdejante brilhava.
—Eu vou te encontrar. Não hoje, não amanhã. Um dia.
Nesse dia, deixei para trás a floresta que por tanto tempo me acolheu.

Dois anos se passaram.
Dois invernos.
Eu estava um pouco mais alto, aos quinze, mas ainda era menor do que grande parte dos guerreiros que passavam por mim. Já não via mais o verde ao despertar. Raramente me sentia em casa; nenhum lugar era tão aconchegante quanto a floresta de onde saíra. Mesmo as camas de estalagens, mesmo as praças e mesas, nada me saciava. Eu queria voltar, mas não sem antes descobrir o que acontecera a ele.
Não sem antes descobrir, ao menos, o nome daquele que me ensinou a viver.
As cidades me mostraram que ele sempre dissera a verdade: animal algum é tão irracional quanto os homens. Vi intrigas tolas, guerras por poder e dinheiro, ganância e ambição que moveriam montanhas de tão fortes. Ouvi sobre exércitos, sobre lendas vivas e rumores, sobre bestas que matavam heróis. Eu gostava de escutar essas histórias. Muitas delas eram mentiras, eu sabia, mas ainda assim eram admiráveis. A grande maioria, no entanto, me provava aquilo que eu nunca duvidei.
Os homens eram animais que desmereciam suas vidas.
Aquela era uma cidade como outra qualquer. Eu me escorei na amurada de uma ponte, observei um rio correr livre. A água era limpa, mas nem de longe tão limpa quanto a água que me banhou durante toda uma vida.
Olhando para o sol que se refletia na joia de meu braço, lembrei-me dele.
—Onde você está?
O vento não me respondeu, mas os pássaros cantaram mais alto do que de costume, e aquilo tinha de ser um sinal.
Eu ainda o encontraria. Talvez isso não me ajudasse. Talvez ele estivesse morto. Eu tinha de saber. Tinha de encontrá-lo uma última vez, mesmo que diante de um túmulo. Tinha de agradecê-lo por me ensinar tudo o que sabia. Só então retornaria para minha morada, caçaria coelhos e comeria diante de uma fogueira outra vez, sorrindo ou chorando. Só então estaria em paz, e paz era a única coisa que eu desejava.
Respirei o ar da cidade, contaminado por mentira e inveja, e preparei-me para um novo dia num mundo que me assustava cada vez mais.

2 comentários:

  1. karaka!!!!!! sensacional!!!
    puxa vida Rofoldo! q foda, não é atoa mesmo... achem muito bem desenvolvida e explorada!!!
    ^^v

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  2. Opa, valeu Roberto!
    Vamos ver o desenrolar da história agora, mas dá pra gente explorar bastante do cenário também! :)

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