segunda-feira, 2 de julho de 2012

Momentus - Recortes do Facebook ~ Junho

Olá, companheiros.
Mais uma postagens dos textos que escrevo no facebook durante o mês, dessa vez referente a junho, um mês que, particularmente, teve seus altos e baixos a ponto de me inspirar positiva e negativamente nessas palavras. Vocês vão perceber que, desde março, o primeiro mês em que comecei a coletar tais textos, junho foi o de maior produção. Enfim, espero que curtam as frases, os pensamentos e afins, e comentem.
Até a próxima!


Momentus
Recortes do Facebook

JUNHO

Às vezes você para o que fazia, pensa um pouco, então decide mudar tudo.
Você pode não ter notado mas, nesse momento, percebeu que vivia uma vida falsa.



Aquilo que você escutou uma vez, feriu como nada antes foi capaz de ferir, e desde então não mais saiu de sua mente, não é nada além da verdade proferida por quem lhe prometeu sinceridade.



Se não está disposto a sofrer, não peça a ninguém que seja sincero em suas palavras.



Não confunda: uma memória ruim, hoje, é boa, pois você percebe que pôde superá-la e, assim pode superar qualquer que seja o desafio; uma memória boa, hoje, é ruim, pois se é uma memória, nunca mais será vivente em seus dias.



É dito que, quem nada faz para contribuir serve de obstáculo para aqueles que tanto insistem na bondade em seus dias. Sendo assim, foi perguntado ao pássaro o que ele era capaz de fazer, e ele provou-se digno de ilustrar o céu, desbravar o vento, colorir o mundo. Então foi perguntado ao leão, e ele mostrou-se um soberano da natureza, um rei entre os príncipes, um governante de beleza imponente e sabedoria respeitosa.
Por último, foi perguntado ao homem, e o homem não obteve a resposta. Tentou, pensou, refletiu, nada encontrou. Talvez não houvesse, talvez estivesse perdida.
Sem nada encontrar, o homem resolveu guerrear, e encontrou ali o que melhor podia fazer.


Quando a Alice perguntou ao Coelho quanto tempo durava o que era eterno, ele disse que, às vezes, apenas um segundo.
Sendo assim, faça de seus segundos eternos, e de sua eternidade os melhores segundos que você pode desejar.



Três amigos encontraram um gênio, que lhes ofereceu três pedidos, um a cada um, perguntando-lhes sobre o que eles mais desejavam ser.
O primeiro, narcisista, disse que gostaria de ser lindo, e assim foi.
O segundo, egoísta, disse que gostaria de ser rico, e sua vontade foi feita.
O último, no entanto, nada disse. Quando perguntado, alegou que já era tudo o que desejava ser, pois tudo o que desejava ser era ele próprio.
A este último, sem que fosse preciso intervenção de gênio algum, foi garantida a felicidade, pois é este o prêmio que espera aquele que não espera ser algo, mas faz o possível para alcançar quaisquer que sejam seus sonhos.



Há em cada menina uma princesa, em cada mulher uma rainha, em cada diva uma deusa própria, e todas essas são formadas na imensidão de um sorriso. Acima de tudo, há em cada mulher uma guerreira de carinho sem igual que, por esbanjar sentimentalismo, torna-se imbatível em qualquer que seja o combate.



Dentre tantas quais eram as cores, o mundo e seu povo tolo escolheu o escuro como companheiro.



O perceptível é somente ilusão; o falso realismo é questão de opinião; a farsa da vivência é o impulso do então; a mágica existência que habita um coração.



Não se deixe enganar.
Quando caiu, com toda sua beleza, suas asas, sua crença, suas belas palavras, sua bondade incomensurável, também deixei-me levar na mentira de que era ela um anjo.



Numa terra desolada conhecerá a si mesmo, e somente assim terá olhos abertos para conhecer tantos outros que te circundam.



Ela tinha hábitos estranhos.
Ela marcava seu corpo a cada lembrança, riscando memórias para que nunca, mesmo na velhice, a abandonassem. Desenhava em sua pele para que, todos os dias ao acordar, pudesse recordar cada instante, cada pessoa, cada atitude e gesto simplório, mundano, imenso ou inesperado.
Ela era assim, e isso fazia dela quem era, pois vivia sem temor, sem hesitar, sem se preocupar com aquilo que os próximos pensavam a seu respeito.



Dê asas à sua vontade, à sua imaginação e criatividade, permita que tudo isso voe para longe de você, numa liberdade eterna que os enclausurados de olhos vendados jamais seriam capazes de alcançar.



Num branco de escolhas, pintemos o mundo com nossas cores, e elas serão a representação de incontáveis destinos que nos cercam, possibilidades infinitas que se apresentam no invisível de um sonho, no grunhido doentio de um pesadelo ou mesmo no silêncio aterrador de um despertar.



Abri os olhos, ela estava em minha frente. Era quente e existente, tão real, tão fantasiosa, tanta mentira numa vivência capaz de me tocar, de me fazer sentir a vida que a habitava, de ser eterna e momentânea, bela e grotesca, uma estaca fervorosa num coração gélida.
Uma fada, uma malícia, uma ilusão, uma carícia.
Uma verdade.



Havia alguém na janela.
Eu o vi, estava lá. Gritava algo que eu não entendia, grunhia como fera animalesca, pedia por meu sangue e por minha vida. Não o recepcionei. Escondi-me, trancadano banheiro longínquo, afastada de um mundo de pavores.
Uma porta se abriu, estremeci. Pressionei aquilo que tinha em mãos, sequer sabia o quê era. Passos, mais passos, proximidade. O escuro me acolhia, o medo me inundava; estava aterrorizada.
Alguém bateu à porta, sabia que eu estava lá. Farejava o meu pavor, talvez, deleitava-se em meus temores. A porta se abriu, deixando a claridade violar meus olhos. Não sou quem era, o quê era, se realmente era alguém. Atirei-me contra aquela silhueta, algo em mãos, dentes e punhos cerrados. Seria eu a sobreviver, apenas eu, e a decisão me manteve firme até o final dos meus golpes.
Minha mãe gritou, mas logo mesmo ela estava silenciada. Fosse quem fosse, estava calado. Eu estava imunda, mas viva. Estava exausta, mas bem.
Era uma vitoriosa.
Ao fim, deitada na espuma da banheira, deslizei para sob as águas, inundando de modo a extinguir minha respiração e abafar o estrondo ensurdecedor das sirenes.



A mãe de todos nos honra com raízes tão profundas, e ainda assim há aquele que ousa se rebelar, romper o solo que lhe acolhe para se afugentar em meio à ambição e à ganância, como se fosse esse o combustível necessário para se manter vivo.



Se necessitas de algo para temer, tema a normalidade.
Ser comum é ser mundano, igual a todos os outros, indiferente e tão simplório a ponto de ser esquecido.
A loucura nos sustenta o livre arbítrio, as opções, a liberdade de escolha, de ser ou não ser, de viver ou sobreviver, de ser louco. Fechar os olhos para a realidade, caminhar no surreal, sorrir e gritar, curtir e pular, erguer as mãos e agradecer, aplaudir o sucesso do próximo e o seu próprio, abraçar ante o inverno num calor que nada mais pode oferecer.
A loucura nos livra do temor de arriscar, da hesitação diante de cada novo passo, das ideias que se perdem num comentário digerido. É com ela que poderemos mudar o mundo, mudando primeiramente a nós mesmos, àqueles que nos circundam, a todos que estão dispostos a ser muito mais personagens do que quaisquer atores de filmes.
Tenho medo do comum, pois não há nada de comum naquele que não tem medo de ser o que é, de se revelar, de ser mais do que acredita, de acreditar mais do que qualquer um.
Fecho os olhos, abro os braços, aceito a vida e o direito de viver, como louco, como poucos, pronto para ser e não somente existir.



Para ser feliz na vida, uma pessoa tem que entender três regras básicas:
1. Ninguém morre de amor;
2. Se você não fizer o melhor por si mesmo, ninguém vai fazer; e
3. Antes de acreditar no que uma pessoa diz, precisa acreditar no que aquela pessoa é.



Fujamos da imaginação, saídos das páginas de um livro na elegância do existir; tão real quanto um dragão em seu voo é o vento, que nos acolhe em seu adorável abraço, lembrando-nos a cada instante que lágrima alguma impedirá nossa vitória.



Havia uma prisão gélida.
Era fria, intensa e caótica, e dali eu nunca poderia escapar. Congelado em meio à imensidão de um vazio, estava aprisionado em liberdade, livre para fugir, mas acorrentado aos sentimentos e às emoções que, após o confinamento no azul daqueles muros, estilhaçaram como cristais fragilizados pela derrota. Eu poderia correr, poderia escapar, mas nada restava de mim, nada restava do mundo.
Havia uma prisão gélida.
Uma prisão que não me aprisionava, mas que, pouco a pouco, fizera da minha alma peças frívolas atiradas ao vento.



Maior que o peso da decepção e da falha, somente o fardo carregado por aquele que teve a chance de arriscar, mas cujo temor da ousadia fez com que fechasse os olhos à sua oportunidade.



Liberdade não é ter um mundo infindável para percorrer.
Liberdade, muitas vezes, é ter somente o espaço de um quarto, mas nele aquela pessoa que te faz sentir-se vivo, amado, importante e, acima de tudo, livre.



Pois tudo tem dois lados.
O branco e o negro, o bom e o mau, o frívolo e o intenso.
Estamos sempre numa corda bamba, cedendo para ambas as escolhas, vivendo e aprendendo com as quedas e os acertos. Seguimos numa estrada retilínea, cujas curvas são criadas por nossos pincéis, riscadas no branco de uma possibilidade, num piscar de olhos, no desleixo de um sorriso. Rasgamos os limites e as fronteiras, desbravando terras longínquas sem sair do lugar, existindo, coexistindo, somente para alcançarmos cada um dos sonhos, dos desejos e das vontades que ilustram nossa mente.
Tudo tem dois lados, não certos, não errados.
Todas são escolhas, todas são corretas, estradas que devem ser percorridas com rostos risonhos, olhos eretos, mas em hipótese alguma na esperança de um retorno.



Às vezes, nos resta fechar os olhos.
De olhos abertos, vemos o que não desejamos ver. Por mais que acreditemos, por mais que incentivemos, ainda assim não somos nós ali, cambaleando nos erros, tendo consigo a sabedoria do que lhe faz mal e, sem pensar, saltando num abismo de espinhos afiados.
De olhos abertos, toda luz pode nos ferir, todo escuro pode nos amedrontar. Vemos tudo que está tão perto e, mesmo assim, não podemos alcançar. Vemos os olhos se aproximando, as lágrimas dançantes no corado de um rosto singelo, a dor que não se merece, proveniente da escolha errônea, da insistência, da teimosia.
Sendo assim, às vezes, é melhor fechar os olhos.
De olhos fechados, tudo vai-se embora. A dor, o amor, vai sem demora. Com ela, todas as chances, possibilidades, todos os risos, mas não a saudade, esta se mantém.
Quando os reabrirmos, nada nos restará; nem dor, nem amor, nem nada.



Viver por si mesmo não é egoísmo.
Quando você faz por alguém, pode desperdiçar tudo o que tem.
Quando você faz por si mesmo, todos que estão ao seu redor e realmente merecem e se importam vão acabar sentindo as consequências dos seus atos.



Mesmo na mais densa das florestas, nunca se esqueça de que o sol está ali, sorrindo por sobre os galhos e acolhendo os mais gélidos dos corações.



O caminho é único, a escada é a mesma; o destino, no entanto, molda-se na subida, conforme enfrentamos os desafios impostos por cada degrau de nossas vidas.



Serão todas as mulheres princesas, mesmo aquelas que não se adequarem aos vestidos rosados e coroas de pérolas.



Certas vezes, os obstáculos são miúdos diante de nossa força de vontade, ainda que capazes de enganar nossos olhos. Cabe à virtude de cada um afrontá-los, seguindo em frente e, sem temor algum, trespassar quaisquer barreiras que ousarem dificultar sua trilha.



O paraíso é só questão de opinião. Alguns o encontrarão dentro de si; outros nunca terão a oportunidade de conhecê-lo.



Mesmo após a maior das vitórias, há momentos em que as memórias das perdas e dores são capazes de derrotar o mais valente dos homens.



A fantasia é tão palpável quanto nossos desejos.
Sendo assim, se sonhar com todas as suas forças, tudo aquilo há de se tornar real.



No escuro da ganância, somos nós os responsáveis por tingir cada canto do mundo com uma emoção diferente.



Havia uma violinista a tocar na floresta.
O lenhador sabia que ela tinha poucos dias de vida. Estava frágil e doente, já rendida à praga que a assolava. Assim, aproximou-se e a assistiu tocar, aplaudindo ao término.
A garota agradeceu com uma mesura, e ele então lhe perguntou: 'Estás se despedindo deste verde, minha donzela?'
Com o mais belo dos sorrisos, a jovem lhe respondeu: 'Não me despeço aqui, lenhador, pelo contrário; deixo à natureza minha essência, entregue num completo êxtase que somente a música pode garantir. Deste modo, ao partir, serei tão viva e presente quanto cada uma dessas folhas que o circundam.'



Dê as costas ao relógio. É tempo de ser feliz.



Há de tudo nesse mundo: mentiras tão belas, belezas tão falsas, verdades grotescas.



Afasta de ti o que é construído, abraça o vigor do que nasce por si só.



Existe um mundo em cada palavra e um universo em cada livro.



Não se deve ter medo de escuro.
A realidade é tão medonha, tão grotesca, nada mais apavorante há de ser encontrado nos becos. Temo aquele que me circunda, me observa, me aponta na espreita, no silêncio, calado num canto gélido ou mesmo no meio da multidão.
Tudo às claras, aparente e revelado, disfarçados em sorrisos e abraços, em mentiras e farsas.
Além de toda essa sociedade, o que há para se temer no escuro?



Segurando a respiração, baixei minha cabeça à água.
Nada vi, nada escutei. Tudo era paz. Sentia o mundo me abraçar num gesto líquido, frio e manhoso, mas real, mais verdadeiro do que qualquer outro abraço poderia ser. Sentia a vida deslizando por minhas veias, quase capaz de imaginar o ritmo vagaroso e sereno do meu coração. Sentia um universo acima de mim, tantos povos ao redor, tanta beleza a me circundar, tudo ali, existente, talvez não visível, talvez não palpável, mas tudo ali.
O ar faltou, voltei ao meu lugar.
Barulho, pessoas, arruaça.
Deixei o mar para trás. Havia muitas maravilhas para se sentir, e o ar nunca seria o suficiente para todas elas.


Quando você olhar para si mesmo, sem perder tempo ao se comparar com os outros, vai entender que todos os desejos podem se tornar realidade mesmo que você não os peça a fada alguma.


Todas as vidas são como contos de fadas: o final feliz está ali, tão perto, mas nem todas as pessoas podem alcançá-lo.


A vida é como um corredor escuro.
Ali, caminharás solitário até que encontre teu rumo, cercado por portas sem marcações, e cada uma destas te levará a um desafio diferente. Afronte-os, vença seus temores, e assim terás a chance de encontrar tua merecida felicidade; caso o medo lhe vença, estarás destinado a quedar aprisionado na sua própria hesitação.


Se um dia tiver de perecer, que o faça de peito estufado e olhos erguidos, certo de que todos os momentos que deixei para trás foram livres de quaisquer arrependimentos.


Há tantas verdades para serem ditas.
Há tantos motivos para não dizê-las.


Um garoto, sentado na amurada de um prédio, via como única solução o suicídio. Na tentativa de resgatá-lo, um amigo correu até o seu lado, ofegante pela subida incessante.
Ali, ouviu seu motivo:
'Se eu cair, estarei livre de todos os problemas.'
O amigo, indignado, respondeu:
'Se cair, vai carregá-los pela eternidade. Não estará vencendo seus infortúnios, mas sim entregando-se a uma derrota que poderia evitar.'


Aquele que é o único a pensar diferente mostra que é o único que realmente está pensando.


Todos, por repetidas vezes em suas vidas, criticaram aqueles que se mascaram, sem perceber que muitas das vezes eram eles próprios a se esconder num disfarce.


Eu me sentia aprisionado.
Um dia, abri os braços. Entendi que, enquanto não alcançasse o mundo como um todo nesse gesto, deveria acreditar que estava livre e, por acreditar, me libertei.


Que meu combustível seja o vento, meu espelho seja a água, meu conforto seja o fogo e meu repouso seja a terra.


Ainda que se pense o contrário, cada vez mais tenho a prova de que por fora todos são iguais, mas por dentro podem ser muito diferentes.


Talvez haja uma princesa para cada príncipe, mas certamente há uma maçã envenenada para cada um destes.


As pessoas são como ondas em nossas vidas.
Muitas vêm e vão; poucas são fortes o suficiente para fazer parte do teu mar.


Se todos são imperfeitos, por que muitos acreditam tanto na perfeição somente quando estão diante de um reflexo?


Um anjo subiu as escadas de teu senhor e se curvou perante sua magnificência. A ele, foi garantido o direito de três perguntas, e assim foi feito.
Primeiramente, o anjo perguntou sobre a motivação dos homens, e seu lorde lhe contou que nada poderia motivar uma criatura capaz de refletir e raciocinar, nada além de sua própria vontade e convicção.
Em seguida, o anjo perguntou sobre as diferenças entre ele e um humano, e ouviu que aqueles que possuíam asas não tinham o direito da escolha; seriam puros por obrigação, ou seriam punidos.
Por último, o anjo perguntou sobre os homens e seus erros. Eram tantas as ambições, tantos os atos desprezíveis, nenhuma punição a ser feita, e o anjo nunca entendia. Assim, seu deus lhe disse que cada mentira e cada maldade teria de ser punida, e então mostrou ao seu fiel servo a realidade do homem, de seu mundo, de seus dias.
O anjo suportou todas as respostas, mas ninguém seria capaz de suportar tal visão.


No fundo, todos nós somos escritores.
Mesmo sem uma pena, mesmo sem palavras, a sua história é contada a cada dia por suas escolhas, riscada numa folha em branco que nunca mais poderá se apagar.


Quando o mundo tentar me silenciar, vou cantar a ele a mais bela das canções.


Você nunca mente para alguém.
Você mente para si mesmo, e assim fere quem realmente se importa contigo.


O mundo lhe oferece todo o necessário para o mais belo espetáculo de viver.


Às vezes um abraço não cura, um beijo não sustenta e uma lágrima não faz a dor passar. Às vezes o sono não descansa, o fogo não esquenta e a água não mata a sede.
Nesses momentos de vazio, somente a chuva pode lhe purificar.


Não devemos esconder o que somos atrás do que querem que nos tornemos.


Hoje é um belo dia para caçar os seus sonhos no meio das estrelas.


Amanheceu um novo dia; o mesmo sonho, o mesmo abismo, tantas facetas que não mais me impedem de seguir em frente.


Não paraquedas que evite a queda iminente de quem desiste de seus sonhos.


Há tanta vida, tanto amor, tanta fervura e tanto louvor, no gesto miúdo e delicado que é o abraço.


Fecho os olhos e acredito em quem se diz verdadeiro, pronto para o fiel, pronto para o punhal.


Já é noite, mas ainda brilha em mim um sol que escuro nenhum é capaz de extinguir.


O surreal só terá valor quando dermos valor a todo o tesouro que nos acompanha do despertar ao próximo sonho.



O verdadeiro ouro do mundo é azul.


Coisas ruins são como efeito bumerangue.
Você pensa que se livrou delas; elas voltam e acertam a sua cara.

Como as ondas que nos acolhem, agraciam e então se vão, devaneando a frustração de ser uma mísera parcela da imensidão que nos circunda, assim é o amor.


O mesmo vento que carrega o perfume das flores pode trazer consigo a mais gélida brisa.


Se tudo o quê o homem faz de brinquedo estivesse à venda, cada loja ostentaria uma prateleira de sentimentos.


Não espero gratidão, reconhecimento ou recompensas.
Espero por sorrisos, não lágrimas.


Retribua meus esforços tornando-se forte a ponto de não mais precisar de minha mão para se levantar.


Ha tantos amores entre teus amigos.
Há tantos amigos entre teus amores.


Todos estão sujeitos às quedas, mas nem todos poderão se levantar.


A maior sombra que temos de enfrentar surge quando nossas próprias mãos insistem em cobrir o sol.


Todo um mar de sonhos para nos banhar; ainda assim há aqueles que insistem no conforto da reclusão.


Um dia você abre os olhos e vê todos os erros. Por mais tarde que pareça, sempre há tempo para reparar todos eles.


A mais valiosa das joias está dentro de cada um de nós, em nossas mentes, e somente essas ideias podem nos livrar de qualquer prisão.


Existe uma verdade nos olhos de toda criança, uma verdade que se perde quando o mundo arranca dela todo o brilho da inocência.


Não há marca em minha pele; não há igualdade em meu mundo.


Todo ser possuidor de uma sombra tem de ser respeitado.


Existe um outro mundo além do espelho.
Fora do reflexo, fora do reverso, fora de contexto.
Eu posso me ver, mas não vejo mais ninguém.
Aceno, sinalizo, e assim penso:
'Se o outro lado é tão perfeito, é melhor que não possam me ver.'


Eu quero me deitar sob uma cachoeira, respirar o puro, tocar o sujo, beber do saudável, sentir a água, sentir o mundo, sentir a vida.


Se há em meu estandarte um símbolo, somente tal símbolo pode me abater.


Quando uma multidão grita, alguém se cala.
Quando um grita, ninguém o escuta.


Tantos são os rostos esculpidos sob a mesma bandeira que eu insisto em perguntar: por que tão poucos sorrisos?


Não existirá justiça enquanto homens matarem por deuses e deuses morrerem por homens.


Em toda mulher há uma guerreira adormecida, de valores, de princípios, de singelo amor à vida.


Festeja aquele que se venda ante a responsabilidade.


Gira o tempo, tempo passa, sem receio de passar sobre nós.


A criança se esconde dentro de nós, guarda consigo um sorriso.
Não permita que o mundo a reprima.


Há tantas coisas bobas importantes.
Há tanta coisa rara abandonada.


Assim sou eu vivendo.
Ao vento, ao relento.
Sem tempo para arrependimento.


Há tanto tempo, há todo tempo, há o tempo que a gente tem.
Há tempo algum lugar nenhum, somente o tempo que vai e vem.


Deixe que teu tempo voe, pois tudo aquilo que é livre retorna à mão de seu dono somente por se importar.


Levanta-te da tumba do desprezo e sorria, pois não há sorriso melhor do que aquele que se entende nos olhos, se escuta ao longe e se admira mais conforme o tempo passa.


Há uma música ao vento e, quando puder escutá-la, poderá soltar-se no mundo e deixar-se voar.


Escrever, escrever e escrever. Há uma finalidade, senão livrar-se daquilo que inunda seus pensamentos?


Vez ou outra, passa o tempo, não o vejo, mal percebo e ele para de passar.


Respiro esse ar impuro, de mentira acima do muro, então afronto o escuro para a verdade obter.
Remando contra a maré, rumando até onde meu sonho quiser.


Há um mundo em cada estrela, pura vida que abomina a imensa escuridão. Em terra de sombra eterna, brava é a luz de um coração, sustentado na lembrança da já enterrada criança que habita nossa emoção.


Há tantas verdades nas palmas das mãos.
Há tantas mentiras nas pontas das línguas.


Há, no rascunho, um grande esboço de vontade; do primeiro risco sem forma é que nascerá a arte.


Nos altos e baixos da vida, tanto se cria, tantos se deixa perder.
O nada se torna tudo, o tudo se torna nada.


Tanta força em cada instante, tanto tempo em cada fraqueza. Não há, senão incerteza, em cada passo a se dar. Respire todo esse ar, garboso, fino e elegante, pois é somente um instante até ele extravasar.


Um mundo de preto e branco, sem vestígios, sem valores.
Um mundo de claro e escuro, sem vontades, sem amores.
Sorridentes são somente quem, por fim, é eloquente pra viver nas cores das flores.


Sonhos bons, sonhos ruins, cores, formas e afins; tamanha é a ingenuidade que, por pura boa vontade, ou soprar os seus sonhos para fazer deles realidade.


O gelo que cai do céu afronta minha vida intensa. Reprime, tira a vontade, chateia, desinteressa. No entanto, não outro senão o gelo, fino, claro, em esperneio, é aquele que me motiva a esquentar todos os dias a nobreza de minha vida.


Cada homem recebeu de seu criador dois tesouros: a lágrima e o sorriso.
A cada vitória, a alegria; a cada tristeza, o pranto.
E assim, tesouros se perdem, e o homem se torna um nada, vazio em seu interior, uma caixa de pertences que, então, não tem mais valor.


Os caminhos são tão simples, retas eternas, terras desertas; ainda assim há tantas vozes que não tardam em se perder.


A natureza se curva em respeito, nós a montamos. O que há de ocorrer quando o homem perceber que, no fim, nada de suas criações estará ali, relinchando obediente, disposta a levá-lo a qualquer lugar?


Não há arma de eficácia tão audaz quanto as palavras. Não se vê, não se deflete, não há defesa que a vença; só em tamanha desavença, piedade ou crueldade, é que se faz uso delas.


Reza-te sem um Deus, pede por força e não a terá.
A força que necessita, somente em ti encontrará.


Não há lar que não acolha a natureza.
Não há quem a natureza não acolha.


Beleza que não se entende, compreende, apenas sente; beleza dentre as mais belas, tão singelas, de aquarela tingidas em tal demência na evidência da loucura, por loucos cuja mais pura formosura é real, tão mal quanto tal bondade, submersa em realidade, do mendigo à realeza, nesta terra de incerteza, onde muito além da nobreza não se encontra a beleza que transmita-me o louvor; louvor dos ricos e pobres, das formas e dos disformes, em trancos e solavancos, dos corredores e mancos, pois somente tal louvor aquece-me num torpor afim de plantar no asfalto, o mais sublime dos saltos que faz nascer o amor.


Nas ondas da incerteza, vou remar até o infinito, encontrar o quê acredito e voltar, certo de um mito, pra contar a história a todos.


Na indecifrável existência da soturna realidade, tantas são as purezas que, em toda beleza, há rastros de falsidade.


Há tanto ao nosso redor e, ainda assim, insistimos em dizer que somos árvores solitárias.


Vultos sem cor, resquícios de alegria, tarjas escuras sobre a fantasia. Em devaneios, abraça-te à vida, pois mesmo nas sombras existe um motivo para ser feliz.


Rumando e trilhando a estrada da vida, em curvas e retas demarcadas por nossos anseios, cabe a nós mesmos firmar a linha que celebrará nossa chegada ao ápice do coexistir.


Sem medo de ousar, de arriscar e afrontar; disposto a prosseguir e sorrir ao cair; rumando destemido, ao finito do infinito, para assim ser feliz.


Abri os olhos naquela manha como sempre fizera. Demorei a entender que algo estava errado; escuro e somente escuro. Estava cego, o mundo me cegara num infortunio. Triste realidade a minha, que jamais seria capaz de rever todas as cores, nem sequer esperança. Sustentei-me no louvor de minha sina: esperança, mesmo antes, nunca vira.

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