quinta-feira, 20 de junho de 2013

Sobre as Manifestações do Brasil


O Brasil tem visto que, de uma hora para outra, seu povo resolveu acordar. Foi demorado, sim, e talvez não seja esse despertar o responsável por resolver todos os nossos problemas de imediato, mas já é um bom começo, temos de admitir. Frases como "muda Brasil" e "o gigante acordou" se tornaram gritos de guerra, tais como os trechos das músicas do Legião Urbana tornaram-se lemas de passeatas ("somos o futuro da nação", entre outros).


É neste clima que, na data de hoje, 20 de junho, eu tive a oportunidade de me envolver com um dos protestos, realizado na minha cidade, Taubaté-SP. Não me pintei, não estendi faixas, não corri e gritei com a animação que tinha reservada, ainda que muito admirasse tais ideias. Fiz o que, ultimamente, mais tenho feito: fotografei. E, na posição de fotógrafo, ainda que amador, tive a oportunidade que, basicamente falando, poucas pessoas tiveram: a de observar as manifestações. Ali, no meio delas, imerso nos gritos e nas revoltas, acompanhados de cartazes e caras pintadas, mas somente para observar e registrar.


Assim, observei e registrei cenas que muitos outros não puderam presenciar.


Havia crianças, muitas delas. Misturadas aos adultos, carregando cores do pavilhão nacional, bandeiras vestidas como capas, cartazes, pinturas; orgulho, em resumo. Havia famílias. Pais e mães, acompanhados de seus herdeiros agitados, gente ainda mais experiente, talvez avós, igualmente caminhando, seguindo o fluxo que congestionava as ruas, que agitava as calçadas, que mudava o mundo. Havia cores, cores demais, não somente o verde e o amarelo que nos representam. Havia, em suma, o branco da paz, pintado nas representações de nossa bandeira, carregados pelo pedido que o brasileiro jamais cansará de fazer. Havia tudo isso, e havia muito mais, mas muita gente não viu.


Eu, vi.


Tirei fotos, obviamente, mas o registro principal ficará somente comigo e com poucos outros fotógrafos ali presentes, agraciados com a mesma sorte que eu. Com a dádiva de ver um povo se reerguer das cinzas adormecidas para gritar o hino de sua pátria, encerrei meu dia com um sorriso verde e amarelo, em termos. Nunca fui muito patriota, rebelde e cansado pelo miserável destino que ostentávamos no Brasil, mas só agora percebo que tal opinião era nada além de um erro: aquele que não é patriota não tem o direito de reclamar. Ele desonra, e assim, será desonrado. Se você não está preparado para acreditar, ao menos, para sair nas ruas e, no mínimo, assistir, ou mesmo que ouvir, o povo que tenta lutar por seus direitos, você não tem o direito de reclamar de nada. Como eu, mesmo, não tinha. Mas, hoje, tudo é diferente.


E é com um sorriso verde e amarelo que eu carrego a esperança de que, através de gritos, de marchas e de uma guerra sem violência alguma, possamos conquistar a paz, a justiça e a igualdade que tanto merecemos.


Rumo à mudança, Brasil!












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