Mais uma postagens dos textos que escrevo no facebook durante o mês, dessa vez referente a junho, um mês que, particularmente, teve seus altos e baixos a ponto de me inspirar positiva e negativamente nessas palavras. Vocês vão perceber que, desde março, o primeiro mês em que comecei a coletar tais textos, junho foi o de maior produção. Enfim, espero que curtam as frases, os pensamentos e afins, e comentem.
Até a próxima!
Momentus
Recortes
do Facebook
JUNHO
Às vezes
você para o que fazia, pensa um pouco, então decide mudar tudo.
Você pode
não ter notado mas, nesse momento, percebeu que vivia uma vida falsa.
Aquilo que
você escutou uma vez, feriu como nada antes foi capaz de ferir, e desde então
não mais saiu de sua mente, não é nada além da verdade proferida por quem lhe
prometeu sinceridade.
Se não
está disposto a sofrer, não peça a ninguém que seja sincero em suas palavras.
Não
confunda: uma memória ruim, hoje, é boa, pois você percebe que pôde superá-la
e, assim pode superar qualquer que seja o desafio; uma memória boa, hoje, é
ruim, pois se é uma memória, nunca mais será vivente em seus dias.
É dito
que, quem nada faz para contribuir serve de obstáculo para aqueles que tanto
insistem na bondade em seus dias. Sendo assim, foi perguntado ao pássaro o que
ele era capaz de fazer, e ele provou-se digno de ilustrar o céu, desbravar o
vento, colorir o mundo. Então foi perguntado ao leão, e ele mostrou-se um
soberano da natureza, um rei entre os príncipes, um governante de beleza
imponente e sabedoria respeitosa.
Por
último, foi perguntado ao homem, e o homem não obteve a resposta. Tentou,
pensou, refletiu, nada encontrou. Talvez não houvesse, talvez estivesse perdida.
Sem nada
encontrar, o homem resolveu guerrear, e encontrou ali o que melhor podia fazer.
Quando a
Alice perguntou ao Coelho quanto tempo durava o que era eterno, ele disse que,
às vezes, apenas um segundo.
Sendo
assim, faça de seus segundos eternos, e de sua eternidade os melhores segundos
que você pode desejar.
Três
amigos encontraram um gênio, que lhes ofereceu três pedidos, um a cada um,
perguntando-lhes sobre o que eles mais desejavam ser.
O
primeiro, narcisista, disse que gostaria de ser lindo, e assim foi.
O segundo,
egoísta, disse que gostaria de ser rico, e sua vontade foi feita.
O último,
no entanto, nada disse. Quando perguntado, alegou que já era tudo o que
desejava ser, pois tudo o que desejava ser era ele próprio.
A este
último, sem que fosse preciso intervenção de gênio algum, foi garantida a
felicidade, pois é este o prêmio que espera aquele que não espera ser algo, mas
faz o possível para alcançar quaisquer que sejam seus sonhos.
Há em cada
menina uma princesa, em cada mulher uma rainha, em cada diva uma deusa própria,
e todas essas são formadas na imensidão de um sorriso. Acima de tudo, há em
cada mulher uma guerreira de carinho sem igual que, por esbanjar
sentimentalismo, torna-se imbatível em qualquer que seja o combate.
Dentre tantas
quais eram as cores, o mundo e seu povo tolo escolheu o escuro como
companheiro.
O
perceptível é somente ilusão; o falso realismo é questão de opinião; a farsa da
vivência é o impulso do então; a mágica existência que habita um coração.
Não se
deixe enganar.
Quando
caiu, com toda sua beleza, suas asas, sua crença, suas belas palavras, sua
bondade incomensurável, também deixei-me levar na mentira de que era ela um
anjo.
Numa terra
desolada conhecerá a si mesmo, e somente assim terá olhos abertos para conhecer
tantos outros que te circundam.
Ela tinha
hábitos estranhos.
Ela
marcava seu corpo a cada lembrança, riscando memórias para que nunca, mesmo na
velhice, a abandonassem. Desenhava em sua pele para que, todos os dias ao
acordar, pudesse recordar cada instante, cada pessoa, cada atitude e gesto
simplório, mundano, imenso ou inesperado.
Ela era
assim, e isso fazia dela quem era, pois vivia sem temor, sem hesitar, sem se
preocupar com aquilo que os próximos pensavam a seu respeito.
Dê asas à
sua vontade, à sua imaginação e criatividade, permita que tudo isso voe para
longe de você, numa liberdade eterna que os enclausurados de olhos vendados
jamais seriam capazes de alcançar.
Num branco
de escolhas, pintemos o mundo com nossas cores, e elas serão a representação de
incontáveis destinos que nos cercam, possibilidades infinitas que se apresentam
no invisível de um sonho, no grunhido doentio de um pesadelo ou mesmo no
silêncio aterrador de um despertar.
Abri os
olhos, ela estava em minha frente. Era quente e existente, tão real, tão
fantasiosa, tanta mentira numa vivência capaz de me tocar, de me fazer sentir a
vida que a habitava, de ser eterna e momentânea, bela e grotesca, uma estaca
fervorosa num coração gélida.
Uma fada,
uma malícia, uma ilusão, uma carícia.
Uma
verdade.
Havia
alguém na janela.
Eu o vi,
estava lá. Gritava algo que eu não entendia, grunhia como fera animalesca,
pedia por meu sangue e por minha vida. Não o recepcionei. Escondi-me,
trancadano banheiro longínquo, afastada de um mundo de pavores.
Uma porta
se abriu, estremeci. Pressionei aquilo que tinha em mãos, sequer sabia o quê
era. Passos, mais passos, proximidade. O escuro me acolhia, o medo me inundava;
estava aterrorizada.
Alguém
bateu à porta, sabia que eu estava lá. Farejava o meu pavor, talvez,
deleitava-se em meus temores. A porta se abriu, deixando a claridade violar
meus olhos. Não sou quem era, o quê era, se realmente era alguém. Atirei-me
contra aquela silhueta, algo em mãos, dentes e punhos cerrados. Seria eu a
sobreviver, apenas eu, e a decisão me manteve firme até o final dos meus
golpes.
Minha mãe
gritou, mas logo mesmo ela estava silenciada. Fosse quem fosse, estava calado.
Eu estava imunda, mas viva. Estava exausta, mas bem.
Era uma
vitoriosa.
Ao fim,
deitada na espuma da banheira, deslizei para sob as águas, inundando de modo a
extinguir minha respiração e abafar o estrondo ensurdecedor das sirenes.
A mãe de
todos nos honra com raízes tão profundas, e ainda assim há aquele que ousa se
rebelar, romper o solo que lhe acolhe para se afugentar em meio à ambição e à
ganância, como se fosse esse o combustível necessário para se manter vivo.
Se
necessitas de algo para temer, tema a normalidade.
Ser comum
é ser mundano, igual a todos os outros, indiferente e tão simplório a ponto de
ser esquecido.
A loucura
nos sustenta o livre arbítrio, as opções, a liberdade de escolha, de ser ou não
ser, de viver ou sobreviver, de ser louco. Fechar os olhos para a realidade,
caminhar no surreal, sorrir e gritar, curtir e pular, erguer as mãos e
agradecer, aplaudir o sucesso do próximo e o seu próprio, abraçar ante o
inverno num calor que nada mais pode oferecer.
A loucura
nos livra do temor de arriscar, da hesitação diante de cada novo passo, das
ideias que se perdem num comentário digerido. É com ela que poderemos mudar o
mundo, mudando primeiramente a nós mesmos, àqueles que nos circundam, a todos
que estão dispostos a ser muito mais personagens do que quaisquer atores de
filmes.
Tenho medo
do comum, pois não há nada de comum naquele que não tem medo de ser o que é, de
se revelar, de ser mais do que acredita, de acreditar mais do que qualquer um.
Fecho os
olhos, abro os braços, aceito a vida e o direito de viver, como louco, como
poucos, pronto para ser e não somente existir.
Para ser
feliz na vida, uma pessoa tem que entender três regras básicas:
1. Ninguém
morre de amor;
2. Se você
não fizer o melhor por si mesmo, ninguém vai fazer; e
3. Antes
de acreditar no que uma pessoa diz, precisa acreditar no que aquela pessoa é.
Fujamos da
imaginação, saídos das páginas de um livro na elegância do existir; tão real
quanto um dragão em seu voo é o vento, que nos acolhe em seu adorável abraço,
lembrando-nos a cada instante que lágrima alguma impedirá nossa vitória.
Havia uma
prisão gélida.
Era fria,
intensa e caótica, e dali eu nunca poderia escapar. Congelado em meio à
imensidão de um vazio, estava aprisionado em liberdade, livre para fugir, mas
acorrentado aos sentimentos e às emoções que, após o confinamento no azul daqueles
muros, estilhaçaram como cristais fragilizados pela derrota. Eu poderia correr,
poderia escapar, mas nada restava de mim, nada restava do mundo.
Havia uma
prisão gélida.
Uma prisão
que não me aprisionava, mas que, pouco a pouco, fizera da minha alma peças
frívolas atiradas ao vento.
Maior que
o peso da decepção e da falha, somente o fardo carregado por aquele que teve a
chance de arriscar, mas cujo temor da ousadia fez com que fechasse os olhos à
sua oportunidade.
Liberdade
não é ter um mundo infindável para percorrer.
Liberdade,
muitas vezes, é ter somente o espaço de um quarto, mas nele aquela pessoa que
te faz sentir-se vivo, amado, importante e, acima de tudo, livre.
Pois tudo
tem dois lados.
O branco e
o negro, o bom e o mau, o frívolo e o intenso.
Estamos
sempre numa corda bamba, cedendo para ambas as escolhas, vivendo e aprendendo
com as quedas e os acertos. Seguimos numa estrada retilínea, cujas curvas são
criadas por nossos pincéis, riscadas no branco de uma possibilidade, num piscar
de olhos, no desleixo de um sorriso. Rasgamos os limites e as fronteiras,
desbravando terras longínquas sem sair do lugar, existindo, coexistindo,
somente para alcançarmos cada um dos sonhos, dos desejos e das vontades que
ilustram nossa mente.
Tudo tem
dois lados, não certos, não errados.
Todas são
escolhas, todas são corretas, estradas que devem ser percorridas com rostos
risonhos, olhos eretos, mas em hipótese alguma na esperança de um retorno.
Às vezes,
nos resta fechar os olhos.
De olhos
abertos, vemos o que não desejamos ver. Por mais que acreditemos, por mais que
incentivemos, ainda assim não somos nós ali, cambaleando nos erros, tendo
consigo a sabedoria do que lhe faz mal e, sem pensar, saltando num abismo de
espinhos afiados.
De olhos
abertos, toda luz pode nos ferir, todo escuro pode nos amedrontar. Vemos tudo
que está tão perto e, mesmo assim, não podemos alcançar. Vemos os olhos se
aproximando, as lágrimas dançantes no corado de um rosto singelo, a dor que não
se merece, proveniente da escolha errônea, da insistência, da teimosia.
Sendo
assim, às vezes, é melhor fechar os olhos.
De olhos
fechados, tudo vai-se embora. A dor, o amor, vai sem demora. Com ela, todas as
chances, possibilidades, todos os risos, mas não a saudade, esta se mantém.
Quando os
reabrirmos, nada nos restará; nem dor, nem amor, nem nada.
Viver por
si mesmo não é egoísmo.
Quando
você faz por alguém, pode desperdiçar tudo o que tem.
Quando
você faz por si mesmo, todos que estão ao seu redor e realmente merecem e se
importam vão acabar sentindo as consequências dos seus atos.
Mesmo na
mais densa das florestas, nunca se esqueça de que o sol está ali, sorrindo por
sobre os galhos e acolhendo os mais gélidos dos corações.
O caminho
é único, a escada é a mesma; o destino, no entanto, molda-se na subida,
conforme enfrentamos os desafios impostos por cada degrau de nossas vidas.
Serão
todas as mulheres princesas, mesmo aquelas que não se adequarem aos vestidos
rosados e coroas de pérolas.
Certas
vezes, os obstáculos são miúdos diante de nossa força de vontade, ainda que
capazes de enganar nossos olhos. Cabe à virtude de cada um afrontá-los,
seguindo em frente e, sem temor algum, trespassar quaisquer barreiras que
ousarem dificultar sua trilha.
O paraíso
é só questão de opinião. Alguns o encontrarão dentro de si; outros nunca terão
a oportunidade de conhecê-lo.
Mesmo após
a maior das vitórias, há momentos em que as memórias das perdas e dores são
capazes de derrotar o mais valente dos homens.
A fantasia
é tão palpável quanto nossos desejos.
Sendo
assim, se sonhar com todas as suas forças, tudo aquilo há de se tornar real.
No escuro
da ganância, somos nós os responsáveis por tingir cada canto do mundo com uma
emoção diferente.
Havia uma
violinista a tocar na floresta.
O lenhador
sabia que ela tinha poucos dias de vida. Estava frágil e doente, já rendida à
praga que a assolava. Assim, aproximou-se e a assistiu tocar, aplaudindo ao
término.
A garota
agradeceu com uma mesura, e ele então lhe perguntou: 'Estás se despedindo deste
verde, minha donzela?'
Com o mais
belo dos sorrisos, a jovem lhe respondeu: 'Não me despeço aqui, lenhador, pelo
contrário; deixo à natureza minha essência, entregue num completo êxtase que
somente a música pode garantir. Deste modo, ao partir, serei tão viva e
presente quanto cada uma dessas folhas que o circundam.'
Dê as
costas ao relógio. É tempo de ser feliz.
Há de tudo
nesse mundo: mentiras tão belas, belezas tão falsas, verdades grotescas.
Afasta de
ti o que é construído, abraça o vigor do que nasce por si só.
Existe um
mundo em cada palavra e um universo em cada livro.
Não se
deve ter medo de escuro.
A
realidade é tão medonha, tão grotesca, nada mais apavorante há de ser
encontrado nos becos. Temo aquele que me circunda, me observa, me aponta na
espreita, no silêncio, calado num canto gélido ou mesmo no meio da multidão.
Tudo às
claras, aparente e revelado, disfarçados em sorrisos e abraços, em mentiras e
farsas.
Além de
toda essa sociedade, o que há para se temer no escuro?
Segurando
a respiração, baixei minha cabeça à água.
Nada vi,
nada escutei. Tudo era paz. Sentia o mundo me abraçar num gesto líquido, frio e
manhoso, mas real, mais verdadeiro do que qualquer outro abraço poderia ser.
Sentia a vida deslizando por minhas veias, quase capaz de imaginar o ritmo
vagaroso e sereno do meu coração. Sentia um universo acima de mim, tantos povos
ao redor, tanta beleza a me circundar, tudo ali, existente, talvez não visível,
talvez não palpável, mas tudo ali.
O ar
faltou, voltei ao meu lugar.
Barulho,
pessoas, arruaça.
Deixei o
mar para trás. Havia muitas maravilhas para se sentir, e o ar nunca seria o
suficiente para todas elas.
Quando
você olhar para si mesmo, sem perder tempo ao se comparar com os outros, vai
entender que todos os desejos podem se tornar realidade mesmo que você não os
peça a fada alguma.
Todas as
vidas são como contos de fadas: o final feliz está ali, tão perto, mas nem
todas as pessoas podem alcançá-lo.
A vida é
como um corredor escuro.
Ali,
caminharás solitário até que encontre teu rumo, cercado por portas sem
marcações, e cada uma destas te levará a um desafio diferente. Afronte-os,
vença seus temores, e assim terás a chance de encontrar tua merecida
felicidade; caso o medo lhe vença, estarás destinado a quedar aprisionado na
sua própria hesitação.
Se um dia
tiver de perecer, que o faça de peito estufado e olhos erguidos, certo de que
todos os momentos que deixei para trás foram livres de quaisquer
arrependimentos.
Há tantas
verdades para serem ditas.
Há tantos
motivos para não dizê-las.
Um garoto,
sentado na amurada de um prédio, via como única solução o suicídio. Na
tentativa de resgatá-lo, um amigo correu até o seu lado, ofegante pela subida
incessante.
Ali, ouviu
seu motivo:
'Se eu
cair, estarei livre de todos os problemas.'
O amigo,
indignado, respondeu:
'Se cair,
vai carregá-los pela eternidade. Não estará vencendo seus infortúnios, mas sim
entregando-se a uma derrota que poderia evitar.'
Aquele que
é o único a pensar diferente mostra que é o único que realmente está pensando.
Todos, por
repetidas vezes em suas vidas, criticaram aqueles que se mascaram, sem perceber
que muitas das vezes eram eles próprios a se esconder num disfarce.
Eu me
sentia aprisionado.
Um dia,
abri os braços. Entendi que, enquanto não alcançasse o mundo como um todo nesse
gesto, deveria acreditar que estava livre e, por acreditar, me libertei.
Que meu
combustível seja o vento, meu espelho seja a água, meu conforto seja o fogo e
meu repouso seja a terra.
Ainda que se
pense o contrário, cada vez mais tenho a prova de que por fora todos são
iguais, mas por dentro podem ser muito diferentes.
Talvez
haja uma princesa para cada príncipe, mas certamente há uma maçã envenenada
para cada um destes.
As pessoas
são como ondas em nossas vidas.
Muitas vêm
e vão; poucas são fortes o suficiente para fazer parte do teu mar.
Se todos
são imperfeitos, por que muitos acreditam tanto na perfeição somente quando
estão diante de um reflexo?
Um anjo
subiu as escadas de teu senhor e se curvou perante sua magnificência. A ele,
foi garantido o direito de três perguntas, e assim foi feito.
Primeiramente,
o anjo perguntou sobre a motivação dos homens, e seu lorde lhe contou que nada
poderia motivar uma criatura capaz de refletir e raciocinar, nada além de sua
própria vontade e convicção.
Em
seguida, o anjo perguntou sobre as diferenças entre ele e um humano, e ouviu
que aqueles que possuíam asas não tinham o direito da escolha; seriam puros por
obrigação, ou seriam punidos.
Por
último, o anjo perguntou sobre os homens e seus erros. Eram tantas as ambições,
tantos os atos desprezíveis, nenhuma punição a ser feita, e o anjo nunca
entendia. Assim, seu deus lhe disse que cada mentira e cada maldade teria de
ser punida, e então mostrou ao seu fiel servo a realidade do homem, de seu
mundo, de seus dias.
O anjo
suportou todas as respostas, mas ninguém seria capaz de suportar tal visão.
No fundo,
todos nós somos escritores.
Mesmo sem
uma pena, mesmo sem palavras, a sua história é contada a cada dia por suas
escolhas, riscada numa folha em branco que nunca mais poderá se apagar.
Quando o
mundo tentar me silenciar, vou cantar a ele a mais bela das canções.
Você nunca
mente para alguém.
Você mente
para si mesmo, e assim fere quem realmente se importa contigo.
O mundo
lhe oferece todo o necessário para o mais belo espetáculo de viver.
Às vezes
um abraço não cura, um beijo não sustenta e uma lágrima não faz a dor passar.
Às vezes o sono não descansa, o fogo não esquenta e a água não mata a sede.
Nesses
momentos de vazio, somente a chuva pode lhe purificar.
Não
devemos esconder o que somos atrás do que querem que nos tornemos.
Hoje é um
belo dia para caçar os seus sonhos no meio das estrelas.
Amanheceu
um novo dia; o mesmo sonho, o mesmo abismo, tantas facetas que não mais me
impedem de seguir em frente.
Não
paraquedas que evite a queda iminente de quem desiste de seus sonhos.
Há tanta
vida, tanto amor, tanta fervura e tanto louvor, no gesto miúdo e delicado que é
o abraço.
Fecho os olhos
e acredito em quem se diz verdadeiro, pronto para o fiel, pronto para o punhal.
Já é
noite, mas ainda brilha em mim um sol que escuro nenhum é capaz de extinguir.
O surreal
só terá valor quando dermos valor a todo o tesouro que nos acompanha do despertar
ao próximo sonho.
O
verdadeiro ouro do mundo é azul.
Como as
ondas que nos acolhem, agraciam e então se vão, devaneando a frustração de ser
uma mísera parcela da imensidão que nos circunda, assim é o amor.
O mesmo
vento que carrega o perfume das flores pode trazer consigo a mais gélida brisa.
Se tudo o
quê o homem faz de brinquedo estivesse à venda, cada loja ostentaria uma
prateleira de sentimentos.
Não espero
gratidão, reconhecimento ou recompensas.
Espero por
sorrisos, não lágrimas.
Retribua
meus esforços tornando-se forte a ponto de não mais precisar de minha mão para
se levantar.
Ha tantos
amores entre teus amigos.
Há tantos
amigos entre teus amores.
Todos
estão sujeitos às quedas, mas nem todos poderão se levantar.
A maior
sombra que temos de enfrentar surge quando nossas próprias mãos insistem em
cobrir o sol.
Todo um
mar de sonhos para nos banhar; ainda assim há aqueles que insistem no conforto
da reclusão.
Um dia
você abre os olhos e vê todos os erros. Por mais tarde que pareça, sempre há
tempo para reparar todos eles.
A mais
valiosa das joias está dentro de cada um de nós, em nossas mentes, e somente
essas ideias podem nos livrar de qualquer prisão.
Existe uma
verdade nos olhos de toda criança, uma verdade que se perde quando o mundo
arranca dela todo o brilho da inocência.
Não há
marca em minha pele; não há igualdade em meu mundo.
Todo ser
possuidor de uma sombra tem de ser respeitado.
Existe um
outro mundo além do espelho.
Fora do
reflexo, fora do reverso, fora de contexto.
Eu posso
me ver, mas não vejo mais ninguém.
Aceno,
sinalizo, e assim penso:
'Se o
outro lado é tão perfeito, é melhor que não possam me ver.'
Eu quero
me deitar sob uma cachoeira, respirar o puro, tocar o sujo, beber do saudável,
sentir a água, sentir o mundo, sentir a vida.
Se há em
meu estandarte um símbolo, somente tal símbolo pode me abater.
Quando uma
multidão grita, alguém se cala.
Quando um
grita, ninguém o escuta.
Tantos são
os rostos esculpidos sob a mesma bandeira que eu insisto em perguntar: por que
tão poucos sorrisos?
Não
existirá justiça enquanto homens matarem por deuses e deuses morrerem por
homens.
Em toda mulher
há uma guerreira adormecida, de valores, de princípios, de singelo amor à vida.
Festeja
aquele que se venda ante a responsabilidade.
Gira o
tempo, tempo passa, sem receio de passar sobre nós.
A criança
se esconde dentro de nós, guarda consigo um sorriso.
Não
permita que o mundo a reprima.
Há tantas
coisas bobas importantes.
Há tanta
coisa rara abandonada.
Assim sou
eu vivendo.
Ao vento,
ao relento.
Sem tempo
para arrependimento.
Há tanto
tempo, há todo tempo, há o tempo que a gente tem.
Há tempo
algum lugar nenhum, somente o tempo que vai e vem.
Deixe que
teu tempo voe, pois tudo aquilo que é livre retorna à mão de seu dono somente
por se importar.
Levanta-te
da tumba do desprezo e sorria, pois não há sorriso melhor do que aquele que se
entende nos olhos, se escuta ao longe e se admira mais conforme o tempo passa.
Há uma
música ao vento e, quando puder escutá-la, poderá soltar-se no mundo e
deixar-se voar.
Escrever, escrever e escrever. Há uma finalidade, senão
livrar-se daquilo que inunda seus pensamentos?
Vez ou
outra, passa o tempo, não o vejo, mal percebo e ele para de passar.
Respiro
esse ar impuro, de mentira acima do muro, então afronto o escuro para a verdade
obter.
Remando
contra a maré, rumando até onde meu sonho quiser.
Há um
mundo em cada estrela, pura vida que abomina a imensa escuridão. Em terra de
sombra eterna, brava é a luz de um coração, sustentado na lembrança da já
enterrada criança que habita nossa emoção.
Há tantas
verdades nas palmas das mãos.
Há tantas
mentiras nas pontas das línguas.
Há, no
rascunho, um grande esboço de vontade; do primeiro risco sem forma é que
nascerá a arte.
Nos altos
e baixos da vida, tanto se cria, tantos se deixa perder.
O nada se
torna tudo, o tudo se torna nada.
Tanta
força em cada instante, tanto tempo em cada fraqueza. Não há, senão incerteza,
em cada passo a se dar. Respire todo esse ar, garboso, fino e elegante, pois é
somente um instante até ele extravasar.
Um mundo
de preto e branco, sem vestígios, sem valores.
Um mundo
de claro e escuro, sem vontades, sem amores.
Sorridentes
são somente quem, por fim, é eloquente pra viver nas cores das flores.
Sonhos
bons, sonhos ruins, cores, formas e afins; tamanha é a ingenuidade que, por
pura boa vontade, ou soprar os seus sonhos para fazer deles realidade.
O gelo que
cai do céu afronta minha vida intensa. Reprime, tira a vontade, chateia,
desinteressa. No entanto, não outro senão o gelo, fino, claro, em esperneio, é
aquele que me motiva a esquentar todos os dias a nobreza de minha vida.
Cada homem
recebeu de seu criador dois tesouros: a lágrima e o sorriso.
A cada
vitória, a alegria; a cada tristeza, o pranto.
E assim,
tesouros se perdem, e o homem se torna um nada, vazio em seu interior, uma
caixa de pertences que, então, não tem mais valor.
Os
caminhos são tão simples, retas eternas, terras desertas; ainda assim há tantas
vozes que não tardam em se perder.
A natureza
se curva em respeito, nós a montamos. O que há de ocorrer quando o homem
perceber que, no fim, nada de suas criações estará ali, relinchando obediente,
disposta a levá-lo a qualquer lugar?
Não há
arma de eficácia tão audaz quanto as palavras. Não se vê, não se deflete, não
há defesa que a vença; só em tamanha desavença, piedade ou crueldade, é que se
faz uso delas.
Reza-te
sem um Deus, pede por força e não a terá.
A força
que necessita, somente em ti encontrará.
Não há lar
que não acolha a natureza.
Não há
quem a natureza não acolha.
Beleza que
não se entende, compreende, apenas sente; beleza dentre as mais belas, tão
singelas, de aquarela tingidas em tal demência na evidência da loucura, por
loucos cuja mais pura formosura é real, tão mal quanto tal bondade, submersa em
realidade, do mendigo à realeza, nesta terra de incerteza, onde muito além da nobreza
não se encontra a beleza que transmita-me o louvor; louvor dos ricos e pobres,
das formas e dos disformes, em trancos e solavancos, dos corredores e mancos,
pois somente tal louvor aquece-me num torpor afim de plantar no asfalto, o mais
sublime dos saltos que faz nascer o amor.
Nas ondas
da incerteza, vou remar até o infinito, encontrar o quê acredito e voltar,
certo de um mito, pra contar a história a todos.
Na
indecifrável existência da soturna realidade, tantas são as purezas que, em
toda beleza, há rastros de falsidade.
Há tanto
ao nosso redor e, ainda assim, insistimos em dizer que somos árvores
solitárias.
Vultos sem
cor, resquícios de alegria, tarjas escuras sobre a fantasia. Em devaneios,
abraça-te à vida, pois mesmo nas sombras existe um motivo para ser feliz.
Rumando e
trilhando a estrada da vida, em curvas e retas demarcadas por nossos anseios,
cabe a nós mesmos firmar a linha que celebrará nossa chegada ao ápice do
coexistir.
Sem medo
de ousar, de arriscar e afrontar; disposto a prosseguir e sorrir ao cair;
rumando destemido, ao finito do infinito, para assim ser feliz.
Abri os
olhos naquela manha como sempre fizera. Demorei a entender que algo estava
errado; escuro e somente escuro. Estava cego, o mundo me cegara num infortunio.
Triste realidade a minha, que jamais seria capaz de rever todas as cores, nem
sequer esperança. Sustentei-me no louvor de minha sina: esperança, mesmo antes,
nunca vira.
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