Trago hoje um conto produzido de uma só vez, que serve como background para um personagem que utilizarei numa aventura de RPG posterior, num cenário desenvolvido por um amigo dos arredores. Dei ao texto o nome de Filho das Árvores, mas esse foi apenas um dos títulos que passou pela minha cabeça. De qualquer modo, espero que gostem da leitura, e não deixem de comentar.
Até a próxima!
Filho das Árvores
Quando
eu abri os olhos, tudo era verde e calmo.
Eu
ainda não sabia, mas aquilo era uma floresta, tão tranquila quanto meus sonhos
foram durante tantos anos. Talvez eu tivesse nascido ali. Não fazia diferença,
de qualquer modo.
Uma
coisa era certa: as árvores eram minha mãe, e eu não possuía pai algum.
Lembro-me
de passagens bizarras, hilárias ou perigosas mas, dentre todas as minhas
lembranças, uma se destaca.
Ele.
Tão
presente quanto ausente, ele sempre esteve ali, a única figura a me ensinar
tudo o que não aprendi com as feras. Ele nunca se nomeou, nunca me disse nada
sobre seu passado, sobre sua vida ou suas andanças. Mas eu sabia que ele era
forte, e diferente. Nunca antes vira alguém como ele, e mesmo hoje, tanto tempo
depois, não sei dizer o que ele era ou de onde viera, nem mesmo como surgira.
Ele simplesmente estava ali. Ou talvez estivesse ali desde o começo. Não era um
pai, pois pais ajudam, ensinam, cativam e amam. Ele não me amava, e eu também
não o amava.
Mas
ele estava lá, quando ninguém mais estava.
Numa
piscadela, vi o mesmo verde de tempos atrás.
—Não
é assim que se faz.
Aquela
voz me deixava irritado na maioria das vezes.
Era
a única voz que eu tinha para escutar, no entanto. Seu a compreendia, se
conseguia formular pensamentos e frases, me comunicar, era graças àquela voz.
Ainda assim, eu a desprezava na maior parte do tempo, idolatrando suas atitudes
de nobreza, escarrando sobre sua tenebrosa falta de modéstia.
—E
como é?
Eu
era pouco mais que um animal, como tantos outros que me cercavam. Ali, nos
arbustos mais próximos, eu podia vê-los em seus esconderijos e tocas: coelhos,
raposas, serpentes, lobos, linces, tigres, leões, ursos, outros mais. Pequenos,
miúdos, medianos, grandiosos, colossais, todos ali, coexistindo, e eu os
sentia, respirava seus odores, tragava suas existências com sentidos aguçados
demais para um garoto comum.
Todos
eles viviam, cada qual em seus afazeres, mas nenhum deles ousava um movimento
brusco na presença dele, como se ele fosse um deus perante as feras.
—Estique
mais os braços. Flexione as pernas.
Eu
mal sabia o que era flexionar.
Mudei
de postura. Não era alto para minha idade, ao menos achava assim, e era o que
ele me dizia. Tinha uma estatura comum para garoto de treze anos. Não entendia
muito bem o que eram os anos, por
mais que ele tentasse me ensinar sobre calendários, meses e dias. Preferia
entender as estações, tão mais simples e efetivas, e assim contava treze
invernos castigando minhas noites de repouso.
Mudei
de postura.
—Assim?
Tinha
os braços alongados na direção do solo gramado, e as pernas dobradas, como se
me preparasse para vergastar o terreno com passadas velozes de um leopardo em
caça. Meu cabelo, maltratado pelo tempo, de fios negros e castanhos, caía-me à
frente dos olhos, mas não me importei.
—Está
quase lá.
Eu
sempre estava quase lá. Nunca era o
suficiente.
—Você
nunca acha bom o que eu faço.
Ele
deveria sorrir, como todos os outros deveriam sorrir em ironias como aquela,
mas não o fez. Ao invés disso, mostrou-me suas presas lupinas, um gesto de
inocência agressiva e perversa, tão ameaçador quanto me seria um rosnado ou um
uivo diante da lua.
—Rolg.
Aquele
era meu nome. Foi ele quem escolheu, acredito. Contou-me um dia, diante de uma
fogueira improvisada, que me chamou assim porque foi o primeiro barulho que eu
fiz quando ele me encontrou. Como um animal, ele sempre me dizia. Mas quando eu
perguntava como ele me encontrou, o assunto se perdia em sua pelugem
animalesca.
Aquele
era meu nome e, eu sabia, ele só dizia meu nome quando eu deveria estar calado.
—Tá
bem.
Assenti,
corrigindo a postura. Era mais difícil do que parecia.
Ele
ficava ali, me olhando. Era alto e forte, um porte grandioso para um meio-fera.
Não gostava que eu o chamasse assim. Na realidade, não gostava que eu o chamasse.
Ele sempre vinha, quando achava certo. Vinha e ficava ali, com os braços
cruzados, braços humanos, tais como suas pernas. Do torso em diante, no
entanto, ele se parecia como um lobo, de pelugem azulada, um azul como o azul
noturno, olhos finos e amarelados, cicatrizes no rosto e presas afiadas. Era um
guerreiro selvagem, um híbrido de homem e animal. Eu não sabia dizer o quê ele
era, e nem ele, ou mentia.
—Me
ataque.
Era
comum que ele pedisse por isso. Parava à minha frente, abria os braços, como se
indefeso. Então me pedia para atacá-lo, e eu sabia o que viria depois.
Precisava
tentar, mesmo assim.
Saltei
do lugar com velocidade felina, os pés —quase patas —impulsionaram-me,
utilizando de um caule vigoroso. Eu era um borrão sem forma, um vento palpável
e veloz; ele era uma parede. Girei no ar revolto, movendo o corpo com se
laminado, alvejei o peitoral desprevenido, ou assim pensei que estivesse.
Ele
aguardou. No instante certo, usou suas mãos para agarrar meus braços e me
atirar contra uma árvore.
—Ai!
—Lento.
Sempre
lento.
—Por
que eu não consigo te acertar?
Ele
voltou a cruzar os braços.
—Porque
ainda pensa como uma criança.
Eu
não queria ser uma criança para sempre.
Levantei-me,
limpando a sujeira das roupas.
—Não
sou uma criança.
Torci
para que ele não escutasse meu murmúrio, mas ainda acredito que ele tenha
ignorado por opção.
—A
noite está por vir. Vou armar uma fogueira perto das rochas.
—E
eu?
—Vá
caçar. Retorne quando tiver o que comer, ou não retorne.
Assenti
e me afastei.
Aquele
não era um problema para mim. Eu era um bom caçador, muito melhor do que ele
acreditava. Usava os braços e as pernas para me movimentar, como um verdadeiro
filho dos lobos, e assim era tão rápido que grande parte dos animais não
conseguia se prevenir. Saltei por sobre um arbusto, derrubei um alce com as
mãos, torci seu pescoço para que o sofrimento se extinguisse. Deixei-o num
canto, segui em frente. Arrastei-me no solo pantanoso, girei no lugar, as mãos
agarraram um javali de porte médio que ousou reagir, incapaz de evitar a
pancada que lhe tirou a vida. Montei uma armadilha como distração, golpeando as
tocas de coelhos assustados que, durante a fuga, quedaram como acreditei que
fariam.
Quando
tinha tudo pronto, preparei as coisas para voltar.
Foi
então que vi algo estranho. Além das folhas, alguma coisa se movia. Isso não
era incomum, obviamente, mas eu não reconhecia aquele cheiro. Era estranho, um
cheiro que eu sentia muito pouco.
Um
cheiro como o meu.
Escondi
os futuros alimentos sob as raízes de uma árvore e me aproximei. O barulho me
lembrava passos, mas passos como os meus. Eu não conseguia imaginar o que
seria. Apoiei-me num tronco surrado e, afastando alguns arbustos, pude ver o
meu rosto refletido no metal de uma armadura.
—Mas
o quê —
Recuei,
arisco como um gato. Era um homem, um homem como eu, porém mais velho. O que
ele fazia ali? Aquela floresta não era lugar para homens, sempre soube. Ele me
protegia, por isso me mantinha ali, distante do mundo, sempre me dizendo o quão
irracional era a minha raça em suas disputas de terra e riquezas. Ele me
prometeu que homem nenhum chegaria àquele lugar, nunca em toda minha vida.
Eu
fugi, mas o homem de armadura me perseguia.
Preparado
para deixar toda a caça para trás, mudei de curso, mirando as rochas onde a
fogueira deveria estar. Atrás de mim, estrondos metálicos contra o solo e as
raízes, uma investida acelerada, tomada por rangidos e respirações
dificultadas. Hesitei em olhar para trás. Esbarrei em algo, tropecei e rolei
pelo chão, levantando de imediato.
Lá
estava ele.
—Descuidado
como sempre.
O
homem de armadura levantou uma espada. Eu não conseguia ver seu rosto através
do elmo. Parecia apreensivo, a lâmina em suas mãos tremulando.
—Não
foi culpa minha!
O
cavaleiro atacou, tombou com um só golpe. Torci para que estivesse desmaiado,
mas não era o que o seu pescoço fazia parecer.
—E
de quem foi?
—Eu
estava caçando!
—Sem
pudor nenhum. Sabe que as árvores não são confiáveis.
—Nenhum
animal vai me atacar nas árvores!
—Sua
raça é pior do que qualquer animal, Rolg.
Agora
eu tinha que concordar.
Voltamos
até os corpos que deixei para trás, ele me ajudou a carregá-los. Já era noite
quando a fogueira terminou de assar os coelhos, a primeira refeição que
teríamos após tantas horas de treinamento. Ele mastigou com suas presas animalescas.
Eu o imitei.
Comemos
em silêncio.
Quando
toda a carne havia acabado, ele se levantou.
—Tenho
algo para você.
Estranhei.
Não era comum receber presentes dele. Não era comum receber atenção, nem mesmo
palavras, mas um presente era realmente inacreditável.
—O
que é?
—Vai
descobrir.
Ele
fuçou num arbusto próximo, retirando algo de um esconderijo que ninguém além
dele seria capaz de encontrar. Era uma caixa de metal, algo raro de se ver.
Dificilmente via na floresta algo de propriedades não-naturais, como aquele baú
que ele tinha em mãos. Parecia leve, pois ele o carregava com facilidade em uma
só mão.
Fez
sinal para que eu me levantasse.
—Abra.
Eu
o abri.
A
primeira coisa que vi foi um colar. Era algo simples, um cordão com cinco
presas de animais diferentes, de circunferência perfeita para se prender ao meu
pescoço.
—Você
o fez?
Ele
deu de ombros.
—Quem
são os donos dessas presas?
Examinei
o material com cuidado. Tinha facilidade com aquilo também.
—Um
lobo, um urso, uma raposa, um leão e uma serpente.
—Bom.
—Para
que serve?
Sem
responder, ele colocou o colar ao redor de meu pescoço.
Olhei
o baú novamente e encontrei uma pena.
—Foi
retirada de uma ave que morria.
Não
foi difícil deduzir.
—Uma
águia em renovação.
Conhecia
bastante daqueles animais. As águias, como sempre soube, alcançam a metade de
suas vidas com o corpo desgastado pelos anos. Elas então se afastam, relutantes
na escolha de deixar-se morrer ou de tentar a renovação, destruindo seu bico,
suas asas e suas garras para que tudo cresça outra vez, do zero, e ela possa
voar e caçar novamente.
—Ela
falhou.
—E
morreu.
Ele
fez que sim.
—Mas
não deixou de tentar.
A
terceira e última coisa presente no baú era diferente do que eu esperava.
—O
que é isso?
—Pegue.
Eu
peguei. Parecia uma mão feita de couro e plantas. Havia uma abertura para que
eu colocasse meu braço, como uma luva. Nas costas do antebraço, uma pedra
preciosa cintilava num belo tom de verde-musgo.
—É
uma manopla.
—Para
quê serve?
—Coloque-a.
Obedeci.
De
início, nada aconteceu. Foi então que eu me surpreendi ao ver que as plantas
estavam vivas, remexendo como pequenas serpentes feitas de folhas e vinhas.
Elas se enrolaram em meu braço, alcançando meu ombro e se fixando a ele.
—Não
se assuste. Você usará esse braço como sempre fez. Isso vai te proteger.
—Do
quê?
Ele
não respondeu.
Sentamos
outra vez ao redor da fogueira. Ele não falou nada, e o silêncio durou um bom
tempo. Duraria a noite toda, não fosse minha intervenção:
—Por
que me deu essas coisas?
—Porque
é preciso. Os tempos mudam, sempre mudam. E quando eles mudarem, você não vai
estar pronto.
Não
entendi.
—É
importante que todas essas coisas sempre estejam com você. Essa é a sua
herança, a marca do seu lar, de sua eterna moradia, que sempre o acolherá
quando necessário for.
—Eu
vou ter que sair daqui?
—Um
dia, sim. Não hoje, não amanhã. Um dia.
—Não
quero ir embora.
—Você
não vai embora. O seu lar vai embora. Assim é o mundo.
Eu
me deitei. O colar estava em meu pescoço; a pena, amarrada ao lado de meu
ouvido numa tira que demarcava minha testa. Levantei a manopla na direção da
lua, examinando-a, e assim adormeci sem que percebesse.
Sonhei
com a natureza ao meu redor. Eu era ela, e ela era eu. Eu me sentia forte,
veloz, audaz, caça e caçador. Me sentia capaz de rugir como um leão, de envenenar
como uma víbora, de caçar como uma raposa, de correr como um lobo, de lutar
como um urso e de voar como uma águia. Me senti vivo, como nunca antes sentira.
Acordei
quando já era dia.
Eu
não estava amarrado. Não estava acorrentado em lugar nenhum, muito pelo
contrário: estava livre, como sempre fui. Livre para correr, para saltar, para
gritar ou fazer o que quisesse. Livre. Ainda assim, me senti tão preso quanto
um criminoso em sua cela, um pássaro em sua gaiola ou um animal se debatendo em
sua jaula.
Preso
ao medo de ficar sozinho.
A
fogueira já não mais queimava. Os restos de carne eram devorados por dois leões
famintos, que disputavam pelos maiores pedaços.
Ele
ainda estava lá, mas logo não mais estaria. Ele não disse nada, na verdade.
Nunca dizia nada. Mesmo assim, eu sabia, de algum modo, que aquela era uma
despedida.
—Você
vai embora, não vai?
Silêncio.
Ele não se virou para mim. Eu via suas costas malhadas, os pelos escuros como a
noite banhados pelo sol de uma calorosa manhã. Não vi seus olhos. Imaginei se
ele estava chorando pelo adeus.
—Sim.
Uma
resposta tão seca que me fez sentir sede. Sentei-me com as pernas trançadas.
Não queria me levantar.
—Eu
posso —
—Não.
Dois
passos adiante, ele disse o que já havia dito na noite anterior:
—Não
hoje, não amanhã. Um dia.
Assenti,
mas discordava. Aquilo não estava certo.
Eu
ficaria sozinho.
—Você
volta?
Parou
por um tempo, como se pensasse na resposta cuja dor fosse menor.
—É
provável. Me espere por uma semana.
—E
depois?
—Sobreviva.
Eu
não sabia quem era aquele homem. Nunca soube, talvez nunca soubesse. Ele não
tinha um nome, não tinha um passado, não tinha uma história. Ele, assim como
eu, não tinha nada. Eu não sabia nem mesmo o quê ele era, mas ele me era
importante, e eu devia minha vida a ele. Aprendi a falar, a ouvir, a farejar,
rastrear, caçar e sobreviver, tudo graças a ele. Foi um mestre, um professor, o
lobo que lidera a alcateia.
Foi
um pai.
Mas
isso eu nunca admitiria.
—Eu
vou.
Ele
não se virou, mas eu pensei tê-lo ouvido sorrir. Fora o mais perto de um
sorriso que eu o vi durante tantos anos.
—Eu
acredito em você, Rolg.
—Devo
acreditar em você?
—Faça
como bem entender. Aproveite seus dias. Desejo a você toda a sorte do mundo.
Sem
se virar, sem se despedir, ele se foi.
Eu
não estava acorrentado, mas me sentia assim.
Durante
uma semana, esperei ali. Cacei, acendi a fogueira, comi e me deitei ali, no
mesmo lugar. Contei estrelas e nuvens, cantei canções que aprendi com ele,
admirei os pertences que ele me entregara antes de partir.
Quando
a última lua se despediu, as falsas correntes que me aprisionavam ruíram.
—Você
não voltou.
E
não voltaria. Eu tinha certeza disso.
—Já
se foram sete dias.
Eu
olhava para o céu e escutava a voz dele.
“Me
espere por uma semana”.
—E
depois?
“Sobreviva”.
Olhei
para a manopla em meu braço. A joia verdejante brilhava.
—Eu
vou te encontrar. Não hoje, não amanhã. Um dia.
Nesse
dia, deixei para trás a floresta que por tanto tempo me acolheu.
Dois
anos se passaram.
Dois
invernos.
Eu
estava um pouco mais alto, aos quinze, mas ainda era menor do que grande parte
dos guerreiros que passavam por mim. Já não via mais o verde ao despertar.
Raramente me sentia em casa; nenhum lugar era tão aconchegante quanto a
floresta de onde saíra. Mesmo as camas de estalagens, mesmo as praças e mesas,
nada me saciava. Eu queria voltar, mas não sem antes descobrir o que acontecera
a ele.
Não
sem antes descobrir, ao menos, o nome daquele que me ensinou a viver.
As
cidades me mostraram que ele sempre dissera a verdade: animal algum é tão
irracional quanto os homens. Vi intrigas tolas, guerras por poder e dinheiro,
ganância e ambição que moveriam montanhas de tão fortes. Ouvi sobre exércitos,
sobre lendas vivas e rumores, sobre bestas que matavam heróis. Eu gostava de
escutar essas histórias. Muitas delas eram mentiras, eu sabia, mas ainda assim
eram admiráveis. A grande maioria, no entanto, me provava aquilo que eu nunca
duvidei.
Os
homens eram animais que desmereciam suas vidas.
Aquela
era uma cidade como outra qualquer. Eu me escorei na amurada de uma ponte,
observei um rio correr livre. A água era limpa, mas nem de longe tão limpa
quanto a água que me banhou durante toda uma vida.
Olhando
para o sol que se refletia na joia de meu braço, lembrei-me dele.
—Onde
você está?
O
vento não me respondeu, mas os pássaros cantaram mais alto do que de costume, e
aquilo tinha de ser um sinal.
Eu
ainda o encontraria. Talvez isso não me ajudasse. Talvez ele estivesse morto.
Eu tinha de saber. Tinha de encontrá-lo uma última vez, mesmo que diante de um
túmulo. Tinha de agradecê-lo por me ensinar tudo o que sabia. Só então
retornaria para minha morada, caçaria coelhos e comeria diante de uma fogueira
outra vez, sorrindo ou chorando. Só então estaria em paz, e paz era a única
coisa que eu desejava.
Respirei
o ar da cidade, contaminado por mentira e inveja, e preparei-me para um novo
dia num mundo que me assustava cada vez mais.
karaka!!!!!! sensacional!!!
ResponderExcluirpuxa vida Rofoldo! q foda, não é atoa mesmo... achem muito bem desenvolvida e explorada!!!
^^v
Opa, valeu Roberto!
ResponderExcluirVamos ver o desenrolar da história agora, mas dá pra gente explorar bastante do cenário também! :)