quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Resenha - Valente


Pixar, eu amo você.
Eu tinha de começar essa postagem com essa frase, tinha mesmo. Depois de tanto me agraciar com Toy Story 3, a Pixar lançou, pouco tempo atrás, uma nova animação. Surgida do nada, mas que desde sempre fez algum alarde com seus trailers, Valente parecia a típica historinha de romance entre uma princesa e um zé ruela qualquer, que apareceria do nada e a conquistaria, mas não. Não foi isso, nem de perto, o que aconteceu no filme, muito pelo contrário! Valente nos leva a terras onde o fantástico acompanha o irônico, a comédia rola solta e a aventura é incontestavelmente maravilhosa, guiando a protagonista por uma viagem que mostrará a ela que a vida é um caminho árduo mas, no fim, tudo vale muito a pena.

Merida é filha de uma rainha fresca e um rei viking e, como tal, é considerada a princesa do reino. Assim sendo, ela tem de fingir agir como membro da realeza, algo que sua mãe sempre cobrou e, de acordo com as tradições, deveria se casar com o primogênito de um dos outros reinos. Merida, porém, é aventureira e destemida, uma valentona dominadora do arco e flecha, melhor do que muitos guerreiros de seu pai, e não aceita a decisão de se casar com o vencedor da competição entre o clãs, demonstrando um talento exímio no desafio de flechas que valia sua mão em casamento. Esse, no entanto, é só o começo da aventura. Quando ela sai de sua casa em fuga e encontra uma bruxa, vê que seu pedido parece facilmente realizado, mas as coisas fogem de controle rapidamente, originando uma aventura desesperada para que tudo possa voltar a ser como era antes.

Valente nos apresenta um cenário medieval com comédia moderna, e grande parte de suas cenas são bem elaboradas, o humor típico da empresa responsável pela animação, costumeiro mas envolvente, cativante e ingênuo, ainda que funcional. Hora alguma o filme tem de apelar para comentário abusivos ou cenas de duplo sentido, ele segue a linha dos filmes infantis à risca, mas guarda consigo uma lição de vida que adultos e experientes também têm de aprender. Ela é ensinada com o desenrolar das cenas, sem pressa, sem parecer forçada; é como se estivesse ali, presente, mas viajasse junto do vento, imperceptível, firme e decisiva, mas intangível.
Uma coisa que muito me chamou atenção no filme, em especial nos cenários, foram os detalhes. A animação é de qualidade incontestável, mas isso não é de se surpreender. As paisagens, no entanto, são lindamente trabalhadas, bem como as cenas de ação e lutas. A movimentação dos personagens é incrível, e também o são suas expressões, suas personalidades marcantes e seus comentários abobalhados que mantém a comédia em alta. As risadas são garantidas, pode ter certeza, toda cena tem sua dose garantida de humor, mas também há espaço para lágrimas caso haja um descuido do espectador, em suma nos fatos mais próximos do desfecho, onde Merida aprende a dar valor a coisas que muita gente não dá, e tem de se provar mais forte do que esperava de si mesma.

Como era de se esperar da Pixar, Valente é uma obra de arte. Recomendo a todos que assistam, adquiram dvd's, acompanhem o belo trabalho da empresa, façam o possível para isso. É bastante similar a Como Treinar seu Dragão, e por pouco não supera essa outra excelente animação que, até então, é a minha favorita. Mas Valente marcou presença, tomando para si o segundo lugar dentre minhas animações favoritas, e espero que muitas outras surjam dispostas a batalhar por essas posições.
Até a próxima!

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