terça-feira, 21 de agosto de 2012

22ª Bienal do Livro de São Paulo



Maravilhado.
Foi assim que eu me senti quando andei pelos corredores tomados por pessoas na 22ª Bienal do Livro de São Paulo. Eu nunca havia visitado um evento de livros daquele porte, e ainda tive a oportunidade de fazê-lo de maneira especial: autografando Ragnarok - O Crepúsculo dos Dragões, livro que publiquei pela Editora Oráculo, no Selo Tecno Fantasy, após vencer um concurso de adaptação do quadrinho de mesmo nome.
Quem acompanha o blog já deve saber sobre o Ragnarok e a editora, mas não é esse o verdadeiro assunto da postagem.
Escrevo agora para desabafar a imensa satisfação de admirar todas aquelas estandes montadas unicamente no propósito de espalhar a cultura da leitura no nosso país. Não é segredo para ninguém que o Brasil não é o palácio dos leitores: pouca gente realmente gosta de ler. Pensando assim, ao ver o fluxo da movimentação no Anhembi naquele domingo, senti-me maravilhado como não esperava me sentir.
A sensação era realmente incrível!
Estandes e mais estandes de conteúdo variado, com livros para todos os gostos, faixas etárias e tipos de pessoas. Quadrinhos, romances, novelas, coletâneas, enciclopédias, menores livros do mundo, mangás, tinha de tudo lá! Eu me perdia, não pelo mapa organizado do lugar, mas eu me perdia ao girar no lugar, sem saber para onde olhar, o que ver primeiro. Tomando cuidado para não perder meu horário na estande da Oráculo/Delicatta, viajei em infinitos mundos pelas capas de infindáveis livros, cada qual mais bonito e marcante, e soube de imediato que, se pudesse, compraria muitos deles, até que não mais coubessem em minha casa.
Lá, vi também crianças, e isso me deixou admirado demais. Muitas delas se sentavam para ler ali mesmo, nos corredores, sem atrapalhar a passagem dos transeuntes. Elas abriam os livros recém-comprados pelos pais, apontavam as páginas, liam algumas em voz alta ou somente no pensamento, mas liam, e gostavam de ler. Eu não sei explicar o que senti naquele momento, mas aquilo me irradiou, enchendo de inspiração e de vontade de escrever. Estar naquele lugar, naquele mundo, foi a melhor coisa que poderia me acontecer. O "cheiro" da cultura, das ideias, da criatividade e da imaginação, tudo aquilo era tão fantástico que fazia qualquer um desejar cada vez mais fazer parte daquele mundo.
Assim, entre autores renomados ou veteranos de guerra, já acostumados com a batida violenta de nosso país, e novatos (como eu), autores de pouca experiência e escritores cujas portas ainda não forma abertas, vi o anseio das palavras circular como mágica, desejos oprimidos liberados em páginas e mais páginas em branco, contos e histórias narradas com primor por pessoas que enxergam muito além do que o mundo mostra e, ao mesmo tempo, apoiam todos os demais a admirar o mesmo que ele foi capaz de ver.
Eu poderia falar sobre a boa organização do evento, sobre a simpatia dos integrantes das estandes de grandes editoras e dos autores com maior experiência, sobre a recepção calorosa de autores que distribuíam autógrafos e auxiliares responsáveis pela divulgação de grandes projetos, do mesmo modo que poderia criticar a demora da praça de alimentaçaõ e do preço de certos alimentos, mas aqui, nessa postagem, eu não sou um crítico. Não faço uma resenha, não faço uma análise do evento.
Eu desabafo, aqui, toda a magnificência que encontrei na Bienal do Livro nesta data.
Essa foi a primeira, mas certamente participarei de todas as próximas, mesmo que somente para circular nas estandes e ver, outra vez, toda essa paixão pelos livros. Aproveito a postagem para agradecer imensamente ao pessoal da Oráculo, Claudio Muniz, Mariana Travieso e Jussara Gonzo, pela simpatia que me ofereceram na estande durante o tempo em que permaneci por lá. Agradeço também a todos que passaram por lá e comentaram, fotografaram ou mesmo curtiram os exemplares de Ragnarok disponíveis sobre a mesa. Eu não atraio centenas de leitores, mas os poucos que cruzaram a estande me deixaram felizes demais, tendo certeza de que escrever foi a melhor escolha que eu já fiz.
Para os veteranos da escrita, meus sinceros agradecimentos. Vocês são espelhos, tanto para os novos autores quanto para as crianças que apreciavam o evento e os livros, por mais que algumas delas sequer soubessem ler com perfeição.
Para nós, novatos, o caminho pode parecer árduo, mas não há prazer maior do que ver que, no topo, há uma recompensa grandiosa esperando, e todos têm competência para alcançá-la. Que sejamos fortes para nunca desistir!
Até a próxima!

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