domingo, 4 de dezembro de 2011

Ação Magazine 0000001 - Impressões

Olá, companheiros.
Sabem o motivo de tantos zeros no título da postagem?
É porque esse almanaque tem que chegar nessa numeração.
Sinceramente, quando encontrei a primeira Ação Magazine nas bancas da minha cidade, senti-me orgulhoso de meu país. Não é bajulação nem nada do tipo, mas é uma iniciativa que admiro muito e que certamente vai render bons frutos. Acompanhei desde o início do projeto, quando era complicado adquirir a revista mesmo na internet, e agora ela está numa cidade do interior de São Paulo, enquanto a segunda edição já tem pré-venda na Livraria Saraiva. Tudo isso graças ao esforço e à competência da Editora Lancaster e dos mangakás envolvidos. Desejo muito sucesso a todos, e que esta revista possa realmente alcançar a milhonésima edição.
Já falei sobre a Ação Magazine numa postagem anterior, venho agora para comentar sobre os capítulos disponíveis nela. Evitando ao máximo spoilers para aqueles que ainda pretendem ler (que deveriam ser todos os fãs da arte da HQ e mangá do Brasil!!!), vou tentar analisar e criticar de um ponto de vista distante daquele de simples leitor. Sem mais demoras, vamos ao que interessa.
O primeiro quadrinho é Madenka e, ao folhear suas páginas, as primeiras palavras que me vieram à mente foram "originalidade" e "rusticidade". Originalidade pois, usando de elementos de nosso folclore brasileiro e de uma criatividade bastante aprimorada, os criadores conseguiram desenvolver um cenário atípico que, num primeiro momento, me lembrou um tanto Dragon Ball. Os personagens são bem desenhados, assim como as paisagens, mas a distribuição dos balões de diálogos ainda é um pouco confusa, o que nos deixa sem saber qual foi a passagem de tempo de uma página para outra. Ainda assim, somos apresentados a um garoto, que carrega o nome da história, com um grande potencial, ainda que seja bastante insolente e bizarro. A arte da movimentação é muito boa, trabalho de profissional, como tudo na Ação Magazine. A história parece ampla, capaz de surpreendeu num ponto mais longínquo mas, neste primeiro capítulo, traz apenas uma simples introdução. Os erros são visíveis, mesmo que poucos, mas não chegam a atrapalhar a leitura. Sem contar que são características mundanas, que serão corrigidas conforme os autores adquirirem a experiência da publicação.

A segunda história é Jairo, um drama de adolescência e de superação, que nos mostra a história de um boxeador em treinamento, rumando para o Rio 2016. Liberdade de opinião: foi a minha favorita da primeira edição, mas talvez deva alguns pontos pelo meu fanatismo exacerbado a Hajime no Ippo, um mangá/anime japonês que dura anos e mais anos, também usando o boxe como tema principal. Jairo tem uma arte excelente, que perde qualidade em certos pontos, mas o artista demonstra um conhecimento grandioso sobre anatomia e perspectiva. As cenas são rápidas e não deixam a desejar, o que possivelmente nos trará combates que farão os ringues preto e branco tremerem. Uma coisa que me chamou atenção é que, entre os desenvolvedores, existe uma representante do sexo feminino: Michele Lys. Achei isso o máximo, pois sempre que tentava apresentar Hajime no Ippo para uma garota elas franziam as sobrancelhas e diziam: ah, boxe? Palmas para ela por evitar o preconceito.
O que vejo de negativo em Jairo é que o roteiro correu muito rápido, o que não é de todo ruim. A dificuldade em enrolar as cenas é uma qualidade que muitos japoneses não possuem. Mas, neste capítulo, talvez teria sido legal permanecer sem saber o que acontecera com o Ivan no mês anterior. De qualquer forma, não prejudicou o desenrolar da história, que promete muita ação e cenas de impacto.

A última história desta primeira edição é Tunado. Sou suspeito para comentar, pois não admiro tanto o gênero de corridas e carros tunados, mas enfim, ponto de vista crítico. Tunado nos mostra a história dos corredores de rua, que potencializam seus veículos para disputar rachas ilegais na noite das cidades. O traço é simples quanto aos personagens, mas extremamente fiel nos automóveis e, pasmem, impressionante nos motores. Sem contar o conhecimento apresentado pelos criadores, apontando as peças e seus nomes, potências e outras coisas que eu desconheço a utilidade. A apresentação das corridas e das manobras é particularmente um arraso, o que pode nos garantir certas dificuldades na respiração em edições futuras, onde disputas mais acirradas devem aparecer. O ponto negativo que tenho para apontar é a quadrinização que, por mais que precise de quadros grandes para demonstrar por completo os carros e sua velocidade, poderia contar mais com os demais tipos de quadros, o que deixaria o quadrinho mais dinâmico.

Enfim, após terminar a leitura da primeira edição da Ação Magazine, fiquei ansioso pela segunda. Do projeto à primeira apresentação houveram avanços impressionantes, e a tendência é melhorar conforme se adquire experiência. Fiz a compra na pré-venda da Saraiva, e logo deve haver uma postagem sobre os próximos capítulos, assim como as duas séries estreantes, Rapsódia e Expresso, ambas aparentemente fabulosas.
E não deixem de conferir com seus próprios olhos, pois nenhuma opinião é melhor do que a nossa própria! Garantam já as suas edições de Ação Magazine e ajude nesta iniciativa que merece muitos de nossos aplausos.
Até a próxima!

2 comentários:

  1. eu comprei a minha ontem e ela é realmente muito boa...
    acho que jairo foi o melhor, mas tunado me impressionou muito...eu num colocava fé naquele mangá mas mesmo assim ele(na minha opinião) foi melhor até do que madenka que estava em destaque...
    estou bastante ansioso por expresso, que para uma pessoa como eu que amei o filme do steamboy...eu quero a ação n°0000002 logo...
    nerd-ogro.blogspot.com

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  2. A revista é excelente, torço muito para que dure por infinitos anos, hehe.
    A número 2 já está à venda no site da Saraiva, mas por lá está um pouco enrolado ainda (estou esperando a confirmação da minha até agora...). Parece que o site da Comix já está disponibilizando a segunda edição, vale a pena dar uma conferida.

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