quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Filmes - Não Tenha Medo do Escuro


Eu gosto de filmes de terror.
Assim sendo, costumo dar chances a filmes menos conhecidos, procurando histórias originais ou, ao menos, contadas de maneira original. Foi assim que encontrei 'Não Tenha Medo do Escuro'. Vi o trailer, pesquisei algumas cenas, críticas e afins, enfim, achei digno assistir e, na primeira oportunidade, me lance em 100 minutos de um suspense cinzento, misturado a um roteiro bem trabalhado e com pitadas de terror que, tenho de admitir, não são grotescas e funcionais como deveriam, mas são agradáveis, sim. Não foi uma surpresa, infelizmente, não se tornará um dos meus filmes favoritos nem ganhará uma indicação extrema, mas ainda assim foi bom, certamente, e cumpriu o seu papel, ainda que faltassem alguns detalhes, aquele "quê" que faz as histórias se tornarem marcantes e magníficas, mas são faltas recompensadas por um bom enredo e por interpretações aceitáveis, oriundas de uma equipe talentosa de atores e atrizes. Nada que mereça o oscar, claro, mas algo bom.
Vamos conhecer mais sobre o filme?


Não Tenha Medo do Escuro tem como protagonista uma família imperfeita, o que por si só já consegue ganhar pontos para com as pessoas que buscam situações de cotidiano numa história carregada de fantasia e similares. Aquele velho arquétipo de 'família feliz em busca de sonhos que acaba se deparando com monstros' é trocado por 'família problemática que se envolve com problemas ainda maiores' quando Sally vai morar obrigatoriamente com o pai, Alex, divorciado e já residindo com a madrasta Kim, a qual Sally detesta, por mais que Kim não seja a madrasta má, e sim uma mulher jovem e cheia de sonhos, sempre no intento de ajudar a garota antissocial a se divertir e deixar para lá a situação de ter sido deixada pela mãe. Enquanto enche o ambiente de um clima desagradável pelas suas desfeitas, Sally explora a mansão que serve de morada ao pai e à madrasta e, assim, acaba encontrando um porão, onde escuta vozes que prometem uma amizade duvidosa, mas a qual ela enxerga como única chance de ser feliz naquele lugar. E é aí que tudo começa a dar errado...


Evitando spoilers e indicações sobre o desfecho, posso adiantar que os efeitos especiais são bons, na medida do possível, para um filme produzido em 2010, e não deixam aquela sensação artificial ao observarmos as criaturas fantasiosas da produção. O relacionamento de Sally com seu Alex e Kim é muito bem trabalhado, parecendo realmente um caso real, como aquele que vemos acontecer todos os dias nas ruas, e isso é agradável para o clima de realidade que o filme tenta passar. Eu, particularmente, não senti medo em parte alguma do filme, mas tenho costume de ser frio quanto a isso; ainda assim, as partes aterradoras desse filme são falhas, e ele é muito mais válido por seu enredo e seus personagens do que pelas cenas de "terror", como havia lido anteriormente na internet. Se você procura uma boa história, com suspense e lendas na medida do real, aqui está uma boa pedida; se quer testar sua frieza com sustos e aberrações inexplicáveis, não acho que seja um bom filme para você.
De qualquer forma, "Não Tenha Medo do Escuro" me agradou, sim, mas ficou devendo em alguns aspectos. Numa escala de 0 a 10, 7 talvez fosse uma boa nota, ou 8, caso eu não fosse exigente demais. Longe do 10, infelizmente, mas com um roteiro que merece uma nota maior, uma execução razoável e efeitos medianos, o que acaba por diminuir tal conceito.

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