Quanto mais você
procura, menos você encontra.
Um brinde àquele que
almeja descobrir o ‘indescobrível’, recriar o não criado e inventar o
inexistente.
Há um mar de dúvidas e
um lago de certezas, para um povo com mania de grandeza.
Entendam que todo livro
tem uma última página em branco pois, como toda boa história, o final é você
quem faz.
Há somente um dia de
descanso em cada empreitada, e tal dia é o dia em que se é vitorioso.
O hoje pode ser ontem
O amanhã já é tarde
Se há algo a ser feito
Faça agora, sem alarde
Onde quem nos ama mente
Por tão falsa formosura
Esquivo-me do ‘pra
sempre’
Que já nem sempre
perdura
Na avidez, o receio
O medo que faz ruir
No silêncio em que
permeio
O que careço de ouvir
Vida real, tão invernal
Dispersa em maresia
Ó frialdade, de
falsidade
Me basta a fantasia
Faço meus os teus
temores
Faço tua a minha glória
Pois juntos, não há mais
medo
Pois juntos, só há
vitória
Quem busca por carinho
no passado abandona o abraço do futuro.
Não colherei amanhã
aquilo que plantei ontem, mas sim o que cultivo hoje.
A mais hedionda das
lutas é a que se trava com seus próprios medos.
Encontro inspiração,
motivação e animação no ingênuo sorriso de uma criança.
Quando perco as
esperanças, procuro-a nos olhos da juventude, e lá está ela, protegida pelo
mais nobre dos corações.
Queima por dentro, ó
fogo ardente
Resfria o mundo, tão
estridente
Pode aturdir como um só
terror
Ou destruir, assim é o
amor
Vi em seus olhos o
destino e, sem que nada me dissesse, disse-me tudo o que eu precisava ouvir.
Num toque simples,
imaginei que ela estaria ali para sempre; num piscar de olhos, não mais
presença, não mais contato, nada mais.
Em terra onde 'eu te
amo' é mundano, esquivo-me do 'pra sempre' que tão pouco dura.
Quem hoje me auxilia,
amanhã me fulmina.
Se me falta confiança,
talvez um dia tenha me faltado boas impressões.
Não lhe julgo por
palavras, mas lhe entendo por atitudes.
Por tantas vezes
encontrei a saída sem que porta alguma fosse aberta.
Há tantas janelas para
que o ar ventile, e ainda assim as mesmas portas nos aprisionam.
Por vezes as grades que
estripam a luz do sol são criadas por nossos próprios dedos.
Escolha em tua vida
entre o certo e o bom.
Aperto as mãos em
despedida; um novo aceno, uma nova vida.
Em todo fio de cabelo há
uma nova chance de recomeçar.
Cada grão de areia é uma
escolha; cada gota do oceano é um destino.
Respire e sinta uma nova
chance de ser feliz.
Todo sacrifício é
recompensa no final.
Apago as luzes, respiro
fundo, sozinho no escuro
Aponto estrelas, desenho
formas, vislumbro meu futuro
Vida real, tão irreal,
dispersa em tantos dias
Vivacidade, de
falsidade, me basta a fantasia
Não adianta reclamar do
escuro quando o sol se pôr.
Houve antes claridade o
suficiente para que você vivesse todas as vidas que tivesse vontade.
'Vamos nos guiar por
aparências e belas palavras falsas', pensaram os mais infelizes, enquanto os
demais sentiam, agiam e amavam.
O mundo em tua mente
aguarda pelo momento de existir.
Monstro algum é tão
perverso quanto uma folha em branco e um autor sem ideias.
O único meio de cortar
as asas de um anjo é privar uma criança de sua imaginação.
Mergulhe numa nova vida,
se afogue em possibilidades.
Eu tive a chance de ouro
E ouro algum a fará
voltar
De nada vale ao tesouro
Que foi perdido ao
hesitar
Um monstro tão solitário
Cujo temor inexista
Se esconde por sob o
armário
Da mente de um
romancista
Um Deus de vontade cria
Recria e faz exaltar
Em teu pensamento habita
O infinito a desbravar
Em trilhas do infindável
Vontade se faz louvor
Tal Deus do imaginável
Com palavras faz-se
autor
Faço da ponta do lápis
mil universos.
Eu tenho irmãos, amigos
e rivais, tenho amores e razões pra me vingar, tenho pavores e perigos a
desbravar, tudo nos livros, sem sair do lugar.
Eu sou eu mesmo, mas
também sou mago e cavaleiro
Afronto universos,
cavalgo o mundo inteiro
Tal nobre devaneio só se
encontra na leitura
Um ato incontestável de
pureza, de bravura
Nascido do imaginário
Coexisto com a sina
Um filho do dicionário
Ser vivente, já sem vida
De coração inflamado
De bravura em prol da
arte
Com olhos exacerbados
Rei de um reino sem
estandarte
Sou traidor, sou leal
Destemido em minha
viagem
Em terra sem bem ou mal
Muy prazer, sou
personagem
Conto estrelas, conto
ovelhas, mas já não conto meus dias.
Há tanto inevitável
naquilo que evitamos.
As nuvens correm no céu
conforme nosso destino gira.
Em terra de quem bem
enxerga, quem é cego ao medo é rei.
Morro todos os dias
quando desperto na solidão.
Passam nomes, passam
lábios, passam risos e, quando se vê, tudo passou.
O vento carrega o tempo,
faz o relógio girar.
O tempo se rende ao
vento, e nunca o vemos passar.
Minhas dúvidas são
sonoras
Meu temor é sinfonia
Torpor de fervor
melódico
Minha vida é poesia
Insegurança em riste
Presença já tão tardia
Frequente em toda
mesmice
O ser humano em tolice
Foge de tua melodia
Um mesmo sol irradia,
tal balada, sinfonia, que em nobre maresia, faz buscar toda alegria, pois
somente a melodia, tão serena, tão tardia, há de criar poesia.
Princesa de maestria
Cuja alma é tão serena
Num abraço vivencia
De caos puro em podridão
Procuro aqui em meus
dias
Não loira, ruiva ou
morena
Mas bela de coração
Não encontra resposta
alguma quem pergunta somente ao espelho.
Imensas descobertas para
se encontrar sob o manto acomodado do que já se conhece.
Respeito as diferenças,
mas as diferenças não se respeitam.
Há tanto pra falar mas
nada a dizer
Há muito pra sonhar e
pouco a fazer
Eu grito para o mundo
que espero ver
Eu minto pra mim mesmo,
eu espero é você
E o relógio gira
Mas o tempo não passa
Sustento no escuro essa
solidão
Os ponteiros correm
Por pura pirraça
E eu sofro no aperto do
coração
Lá fora o frio intenso
vem castigar
Respiro sem teu corpo,
me falta o ar
A água é tão salgada
quanto o mar
E já não me sacia, resta
chorar
Às vezes não entendo
tamanha dor
Sequer sei explicar se
isso é amor
O medo que eu sinto é
quase um pavor
Saudade verdadeira, puro
terror
Céu azul
De cores tão bonitas
Mundo azul
De flores coloridas
Terra
Vibra na essência do
louvor
Serra
És meu sustento e meu
amor
Belo sol
Imerso nesse céu azul
Girassol
Tão belo no Rio Grande
do Sul
Seja
O sorriso que não se
mede
Veja
A beleza de Porto Alegre
Eu penso tanto em nós
dois
No que foi, no agora e
no que vem depois
Mas o pensamento é
egoísta assim
Pois só penso em você e
esqueço de mim
É tarde, não faça
alarde, não desespere
Ó sorte, me faça forte,
me reitere
Na rua, que é tão
escura, sigo sozinho
É noite, do tempo o
açoite, da rosa o espinho
Um toque, um só retoque
na maquiagem
Me escondo sobre os
escombros, falta coragem
Vaidade fora da idade me
incrimina
Verdade na falsidade
tanto me ensina
A brisa me suaviza com
sua fragrância
E o povo, sempre tão
tolo, na ignorância
O vento faz do momento
uma memória
Quem foca vê na derrota
sua vitória
Contato imediato com a
atitude
Que salta, sempre em
falta na juventude
De um lado, alguém
dotado de experiência
Do outro, o tempo é
pouco, sem paciência
Presente em qualquer
idade
De tão nobre realidade
Seja mentira ou verdade
Desperdício ou vaidade
Além de tal falsidade
Vivo uma realidade
Coberta pela saudade
Se for tarde demais eu
tiro as pilhas do relógio, e assim o tempo não vai passar.
Eu fecho as janelas pra
não ver o sol nascer, e assim a noite é eterna.
Eu fecho os olhos e
abraço o seu perfume; é só dele que preciso, do aconchego, do chamego, da
vontade de viver.
Se for tarde demais eu
considero perdido, só pra poder começar outra vez, e outra e mais outra, e
deixar chegar ao fim sem acabar, se esgotar o interminável, somente para ver
crescer outra vez aquela coisa que sustenta em meu peito um anseio inesgotável
pelo dia do amanhã.
Se um dia essa história
terminar, eu viro a página e leio tudo outra vez.
Aprendi, um dia, que
sonhos estão distantes, acima de uma escada muito grande. E eles ficam lá, bem
longe, enquanto você não escalar, não subir degrau por degrau, sem pressa,
cheio de vontade, de olhos fechados para cada obstáculo. O vento é forte, faz
de tudo pra te derrubar, mas cada queda tem de fazer a subida mais intensa, não
criar uma desistência. Se o vento é forte, seja ainda mais forte, e suba sem
pressa, agarrado a cada nova oportunidade, na esperança de que, ao abrir os
olhos, um sonho esteja ali, real, e outro lá em cima, pra você continuar a
subir e a subir, sem nunca chegar ao final, sempre conquistando, sempre
desbravando, sempre fazendo o melhor de si.
Eles querem te fazer
chorar, querem te desanimar, te dificultar e te fazer desistir. Eles querem
tirar suas cores, apagar os seus valores e te encher de dores. Eles querem te
privar das formas, te tirar da rota, te guiar nas cordas da insensatez. Eles
querem te encher de mentiras, de largar nas tiras sem nenhuma lucidez. Eles
querem te fazer de piada, te abandonar na estrada, te forçar a ignorar o amor.
Eles querem te fechar os olhos, silenciar o repertório e te causar terror.
E se eles forem o mundo,
deixe que o mundo se perca, deixe que tudo envelheça, acinzente, e então
reinvente, sem temores, com suas cores e vontades.
Havia um boneco de neve,
e ele perdurou por todo o inverno.
A menina o adorava. Ela
corria ao seu redor, dizia que ele era seu melhor amigo, que estaria ao seu
lado a vida toda.
Mas o inverno se foi e,
junto dele, o boneco, cedendo pelo calor que ocupava o céu. A menina chorou,
chorou e chorou ainda mais, e praguejou por ser abandonada, por estar sozinha,
por ter sido deixada para trás. E foi o seu pai quem se aproximou, apontou a
neve já derretida próxima à sua casa e disse, na melhor das intenções:
"Ele poderia ter ido embora, mas não o fez. Ele poderia fugir, fugir para
outro inverno, mas ele ficou aqui até o fim, por você, e vai ficar até que você
cresça, até que deixe de ser menina para se tornar mulher, vai estar ali pra
sempre."
Anos se passaram, e a
menina cresceu.
O boneco não mais esteve
ali, mas ela sabia que, em todos os invernos, ou mesmo fora destes, ele estaria
lá, por ela, protegendo-a.
E sempre que ela passava
por aquele mesmo lugar, onde um dia, muito antes, ela residiu, ela olhava para
o branco da neve, ou para o cinza do asfalto, e sorria, sorria por saber que
aquilo que é importante está sempre do seu lado, visível ou não.
Quando ela passa me
falta o ar
Não raciocino, não mais
sei pensar
Sento-me, deito, já a
oscilar
Sonho acordado pra lhe
admirar
Quando ela passa me
resta a ânsia
Todo encantado por uma
fragrância
Faz-me de bobo com
gestos banais
Faz-me de tolo com seus
ideais
Quando ela passa a
coragem me falta
E os sentimentos,
dispersos, em malta
Há em teus olhos um
feitiço maroto
Que faz um homem
tornar-se garoto
Você procura e procura,
procura e nunca encontra, e talvez aquilo que você tanto procurava estivesse
sempre ali, ao seu lado, e por tanto procurar você nunca foi capaz de ver.
Era uma vez um homem
alienado
Cujos pensamentos não
passavam de um quadrado
Atento à vestimenta, de
terno adornado
Um clássico exemplo do
garoto transtornado
Que cresce, se perde, se
torna limitado
Encontra a razão mas
mantém-se afastado
O cérebro etéreo
incapaz, já fatigado
Implora por perdão, na
fama de inutilizado
Vivendo disperso, já
sobrecarregado
O homem retraía-se como
um pobre coitado
E tinha uma horda
idêntica ao seu lado
Dementes coexistentes de
afazeres atulhados
E para este homem o
mundo era aprovado
Era o suficiente, mais
que o combinado
Era tão atraente, tão
desenfreado
Por mais que o
mantivesse preso, enlaçado
Era uma vez um homem tão
desatinado
De carteira estufada e
bolso aparelhado
Ele vivia feliz, ainda
que acreditado
Forçando um sorriso tão
degenerado
Um homem tão simples num
mundo complicado
Um mundo sinuoso num
sorriso arregalado
E o cérebro revolto no
escuro acorrentado
Gritava no silêncio um
choro requintado
A vida não dá tudo o que
você deseja, mas mostra o caminho a ser feito para que, um dia, tudo esteja ao
seu alcance.
Quando você se cansa,
quando você se esforça, quando você se exausta; só então vai ser capaz de
entender o quanto você quer algo ou alguém.
Você tenta, mal aguenta,
mas sustenta e se concentra; tudo esquenta igual pimenta, tudo venta aos
cinquenta, a velocidade aumenta pra setenta, então noventa; livra-te da
vestimenta, não te assenta, a sede aguenta, bebe apenas água benta e
experimenta a ferramenta; tal ementa é uma tormenta, e você tenta, mal aguenta,
mas sustenta e se concentra, reduzindo pra quarenta, trespassando a ossamenta
desta amenta rabugenta, e este céu de cor magenta, que me esquenta, me
contempla; neste solo que me inventa, minha mente já me tenta, e ela pensa e
então repensa, mas na hora não se aguenta, não sustenta, não concentra, e o
mundo se reinventa.
Há tamanha realeza na
nobreza da pureza, que exibe tamanha leveza, levada na correnteza, e assim,
nessa estranheza, encontramos a certeza que somente a incerteza é banhada por
beleza.
Eu dou o máximo de mim,
e talvez o meu máximo seja pouco, e talvez o meu tudo seja nada, mas, ainda
assim, por piores que sejam os fatores, por piores que sejam estas dores, eu
vou saber, com toda certeza do mundo, que eu dei o máximo de mim, e assim não
há arrependimento algum.
E hoje perfeito é tudo o
que se faz, mas mesmo o perfeito não mais satisfaz.
Vento, nobre vento,
venta aqui em meu invento, e inventa a ventania que no vento me faz voar.
Eu estava sozinho,
atirado ao vento, e você me acolheu, me levou até paredes que me protegeram.
Eu estava com frio, com
o mais aterrador dos frios, e você me abraçou, me esquentou, me fez sentir que
a vida ainda estava ali, em mim.
Eu estava tristonho e
choroso, e você me deu um sorriso, me deu alegrias, me deu motivo para deixar
tudo para trás, perdoar o que podia, esquecer o restante.
Eu estava dependente de
você e, quando eu não mais precisei, você me deu adeus, e eu voltei a ficar
sozinho, voltei a ficar com frio e voltei a ficar tristonho.
Existem momentos que
apagam dores, e existem dores que apagam momentos.
É tanta ficção nesta
dura realidade, que anseio pelo real numa singela fantasia.
Cá estou, enquanto lá
está você, distantes pelo infinito mas, ainda assim, sob o mesmo céu de
algodão.
A neve esfria somente a
vida que já era gélida.
Se a vida é feita de
instantes
Não fique aí, tão
hesitante
O vento sopra, tão
vibrante
Deixando os fracos
oscilantes
Se você é forte o
bastante
Para brilhar tão
radiante
Se torne um nobre
viajante
Nos leve para o mais
distante
Que o pouco seja o
bastante
E agrade de forma
elegante
Pois se o que importa
são instantes
Que sejam todos
fulgurantes.
Nascia uma garota cuja
alma era de artista
Crescia uma princesa de
sorriso otimista
Desconhecia o mal, todo
medo era turista
Em seu corpo habitava a
essência da conquista
Beleza incomensurável,
um perfume de paixão
Sabedoria invejável,
olhos de ilusão
Inigualável, indizível
mesmo à perfeição
Era o orgulho, não de um
homem, mas de uma nação
Quadros foram pintados,
adornavam o museu
Era ela a Julieta de
milhares de Romeu
Mas uma noite trouxe
consigo a brisa, o choro e o breu
E a princesa encantada
então adormeceu
Visível maldição de uma
bruxa desfocada
Cuja inveja e a ganância
corroíam chagas
O rei coitado,
assustado, ofereceu a saga
Dentre os amantes, um só
instante, covardia calada
Até que um só braço na
multidão se mostrou
Tolo apaixonado,
cavaleiro de louvor
Um general, um
comandante com força de touro
Parte na busca
intolerante, sem nenhum tesouro
Campos, cavernas, magia
negra e monstros alados
Marcas da velha, bruxa
megera, o mal encarnado
Mas o cavaleiro nunca
antes fora derrotado
E com sua espada
afrontou sete pecados
Era aquele homem um
imaculado guerreiro
Adentrando o covil sem
que houvesse um companheiro
Somente uma espada, sem
pavor, sem escudeiro
O mal foi derrotado
dentro de seu cativeiro
O cavaleiro, vitorioso,
não mais escapou
Último anseio da maldade
o aprisionou
A princesa, do sono eterno,
logo despertou
Mas só em sonhos tristes
veria o homem que a salvou
Você muitas vezes não acredita, não vê ou faz-se de
bobo, mas a vida é boa demais.
Há vida amorosa no amor, praga dolorosa na dor, aroma
agradável, frescor, carícia gostosa em sabor; há um toque que faz-nos pensar,
retoque amável no amar, um frio singelo e materno, um abraço incessante no
inverno; há muito no pouco, há tudo no nada, um laço de pessoa amada.
Os bons se apaixonam uma
vez em suas vidas.
Os melhores se apaixonam
todos os dias pela mesma pessoa.
Qual a razão de
escrever?
Escrever para alguém
ler, escrever para esquecer, para lembrar, pra recordar, pra respirar, para
viver. Escrever pra não ser lido, pra não ser visto, ou pra ser ouvido, visto,
sentido, para marcar, cicatrizar, tornar o velho um novo lugar. Escrever por
escrever, por passatempo, por ser preciso, por não ter tempo de fazer tudo e,
assim, na escrita, alcançar o inalcançável, terminar o infinito, ver um mundo
mais bonito, um mundo seu, um mundo de mundos. Escrever pra libertar, para ser
mais, pra ser melhor, pra ser o máximo e fazer o máximo, pra deixar rastros
quando se for, pra ser lembrado tempos depois, para crescer ou brincar de ser
criança, pra rejuvenescer toda a esperança.
Escrever por amar.
E se me perguntam a
razão, digo que razão não há, pois quem precisa de razão quando se faz aquilo
que ama?
Tudo é melhor quando se
faz sem razão, sem motivo e sem pensar.
Pense nos problemas como
um salto. Para um salto, você não precisa pensar muito. Você tem que agir.
É preciso impulso.
É hoje, não amanhã; é
hoje, não ontem ou dia algum; é hoje e apenas hoje, e somente o hoje existe,
tão maduro, assim, tão simples, preparado para se viver. É hoje, pois hoje cá
está e, quando o hoje terminar, em outro hoje estaremos, pois apenas hoje vivo,
pois nada além de hoje me importa.
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