"A chuva é uma reflexão.Ela te dá um banho natural, te limpa a alma e a mente, te faz refletir em tudo o que você já fez e, às vezes, você percebe que algumas coisas deveriam ter sido feitas, mas não foram, e pode parecer tarde demais. Então você pensa se é realmente tarde e vê que pode não ser, pode ser cedo. O tempo engana, a vida segue, o mundo gira.A chuva molha.E quando você vê, quando encontra suas respostas, vê que, muitas vezes, vale a pena abrir os braços e deixar a chuva cair."
De certo, quando nos deparamos com altos muros, é a Senhora Vida ousando nos ensinar a saltá-los.
Trágica, porém, é a incerteza. Se muros altos são, pois bem, escalá-los é a única opção; se há portas, que sejam abertas, que janelas se escancarem, que paredes se derrubem. A incerteza, por sua vez, nos aprisiona. É o muro alto ou baixo? Há portas ou janelas? Há receio ou valentia?
Sem a trilha certa a ser seguida, trilha alguma há de se mostrar.
Trágica, porém, é a incerteza. Ela aprisiona, acorrenta. Ela te prende frente ao espelho, ao teu reflexo, teu imperfeito e doentio reflexo, mostra tuas espinhas, teus defeitos, teus problemas e, assim, mostra teus medos. Ali, no espelho, verás teus erros, e eles castigar-te-ão como chagas. Vergastando teu corpo como uma tortura de guerra, teus erros lá estarão, estampados, retornando como espíritos que abandonam suas tumbas, como monstros nascidos dos maiores temores dos homens. Teus erros serão teus, somente teus, e terás de afrontá-los sozinho.
Verás, por vezes, que tudo poderia ser diferente. A vida, as escolhas, os caminhos. Uma palavra, um obrigado, um desviar, uma simples respiração mudaria um dia, um simples dia mudaria o destino. Verás, por vezes, que o mundo poderia ser outro, se outro fosse você, no momento em que não o era. Se quando foi o que foi, outro fosse, nada seria como hoje é. Cada erros custou-te tanto quanto você não tinha para pagar, mas, no momento de errar, nada lhe foi cobrado. Hoje, a dívida é maior do que tua mente, maior do que tua alma. Trabalho algum poderá pagá-la. Remédio algum fará esquecê-la. Se elas forem, voltarão, logo, para recordá-lo do que fez, do que foi, do que hoje é por isso.
Entenderás, acredito, que o mundo joga contra você, e ninguém vence o mundo. Nascemos como perdedores, como derrotados, fracassados e desleixados. Entenderás tudo isso em teus erros, os erros que o espelho jogará em tua face, os erros que a vida lhe fará degustar.
E então, o que lhe resta?
Mude.
Não se mude, pois quem se altera, se perde. Mude seu mundo. Mude sua vida, seus dias, sua mente. Tudo é maleável, se adapta ao que pensas. Mude tudo, mas não perca nada. Tire tudo do lugar, volte-os quando a paisagem for outra. É tua chance de se reerguer, de se recriar. É tua oportunidade de ser outro você, sem deixar de ser você mesmo. A essência é tua, sempre será, uma essência que prova tua existência, tua vivência, tuas crenças.
Então, oras, mude!
Redesenhe, reformule, reinvente!
Refaça, recrie...
Reaja.
Ressurja das cinzas, como pássaro.
Reerga-se das tumbas, como eterno.
Retrate-se na vitória, como herói.
Assim, quando a incerteza te aprisionar diante do espelho, sorria! Quando o espelho lhe mostrar teus erros, cante acertos! Quando o medo lhe disser pra desistir, reviva! E, quando pensar que tudo foi em vão, feche os olhos, não se renda...
Mude, sem se perder, pra se encontrar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário