sexta-feira, 7 de outubro de 2011

RPG - Nova Raça Alienígena - Ceifors

Boa tarde de sexta-feira, pessoal!
Outro concurso que tentei, mas infelizmente não fui o vencedor, foi o Concurso 3:16 Carnificina nas Estrelas, do site Rede RPG. Cada participante deveria criar sua própria raça alienígena, detalhando-a, assim como seu planeta de origem. Criei os ceifors, mas eles acabaram perdendo o pódio, hehe. Assim sendo, confiram logo abaixo uma raça alienígena novinha, desenvolvida por um fanático por medievalismo. Até a próxima!


Raça Alienígena – Ceifors

Tempos Passados

Décadas atrás, um grupo de patrulheiros de galáxias, em uma viagem de reconhecimento pelo vácuo ainda misterioso, foi atingido por uma força espectral súbita e devastadora, que tombou a espaçonave num terreno pantanoso de um planeta até então desconhecido. Armados e preparados para situações de risco, chamaram pelos controles de rádio para entrar em contato com a central de comunicações intergalácticas, em vão. Todos os sinais, assim como as funcionalidades dos demais aparelhos eletrônicos do bando, eram nulos. Sem uma segunda opção, o grupo, liderado por um velho combatente da ciência, Apollo Schneider, montou sua guarda nos destroços da Imperium XXVIII, e os mais valentes dentre os estudiosos municiaram as pistolas e os lança-chamas e partiram na busca de uma salvação naquele terreno fétido e assustador.

Lá, encontraram a morte.

Ela veio sorrateira, mascarada nas sombras do planeta sem sol, rastejando sem produzir ruído algum. Um a um, os desbravadores do grupo de Apollo desapareceram, carregados por vultos velozes e invisíveis na escuridão. As armas disparavam, mas muitas das munições ricocheteavam em alguma coisa sólida e blindada. Apollo agarrou o lança-chamas de um de seus homens e o preparou, disparando em todas as direções. O fogo sequer atrasou aqueles monstros, mas o cintilar da baforada revelou ao cientista a imagem aterrorizante e grotesca daquela criatura, que ficou gravada pela câmera acoplada ao seu capacete de oxigênio.

Do Dr. Apollo, restaram apenas algumas gotas de sangue, e os ecos dos berros absurdos de morte, agonia e loucura. Após aquele dia, todos temeram aquela espécie, tratada como bárbara, agressiva, terrível e, acima de tudo, mortal.

Características Gerais

Ceifor é o nome dado à raça alienígena descoberta pelo Dr. Apollo Schneider durante uma de suas expedições. São monstros grotescos, dotados de pouca inteligência e corpos enormes, em geral uma pele negra, cinzenta ou verde-musgo, resistente como metal blindado e capaz de ricochetear munições mais simples. É uma carapaça tenebrosa, sempre úmida pelo veneno aquoso de sua saliva, que banha todo seu corpo ao menos quatro vezes por dia. Além disso, são completamente imunes às chamas, podendo caminhar sem dificuldade sobre pilares de fogo e, geralmente, usando dessa vantagem para atacar as vítimas mais ingênuas.

Os Ceifors receberam esse nome por causa da comparação aos ceifadores e às lendas da Morte, sempre carregando sua foice negra, ceifando as almas dos vivos que esgotaram seu tempo no plano dos homens. Acima da carapaça, rasgando-a com intensidade, revelam-se lâminas escuras que gotejam o mesmo veneno de suas bocas, tão grandes quanto um para-choque de um caminhão e, em alguns casos raros, alcançando o dobro desse tamanho. Não hesitam em abusar das armas naturais, envenenando suas presas e as destruindo com a saliva ácida logo a seguir. Em suma, não devoram aqueles que matam, pois os Ceifors não se alimentam de carne ou de sangue, e sim de nutrientes específicos encontrados em criaturas ou raízes no subterrâneo dos planetas. Os mais insanos acreditam na hipótese de que os Ceifors se alimentam da própria energia vital de um planeta, encontrada no mais profundo dos poços, que apenas eles conseguem alcançar graças às lâminas indestrutíveis.

Adaptação

Oriundos do planeta Calleba, os Ceifors são uma raça que não se limita às características do próprio território, e sua capacidade de adaptação é superior à dos humanos, por vezes soando medonha. Se atirados ao mar, conseguem rasgar tiras de sua própria carne e improvisar guelras, modificando o organismo para que a respiração subaquática prossiga normalmente. No ar, a carapaça se ajeita em planadores, aliviando uma queda possivelmente mortal, até mesmo para suas defesas impenetráveis. E, mesmo que não encontrem os alimentos necessários para sua sobrevivência, esses alienígenas podem resistir à aproximadamente dois meses sem uma refeição, contanto que sua última tenha sido reforçada o suficiente para manter o corpo em perfeito funcionamento. A carapaça os protege de frio intenso, mas, em locais de temperaturas elevadas, podem abrir mão de suas defesas a qualquer momento para refrigerar a pele fétida.

Veneno

Outro ponto interessante a realçar é sobre o veneno presente na saliva e nas lâminas dos Ceifors. Ambos compartilham das mesmas propriedades, líquidos gosmentos e translúcidos, de acidez leve e capacidade de se multiplicar em altíssima velocidade quando em contato com organismos diferentes dos originários, inundando um corpo humano em seis minutos ou menos, dependendo da movimentação da vítima. Tomados pela substância e sem uma possível cura conhecida, a acidez, mesmo que menor do que a de muitos outros tóxicos já catalogados, destroça os órgãos e os ossos, jorrando feito cachoeiras de imundice pelos poros do corpo até que este alcance seu limite de resistência e se rompa como folhas de papel.

Fraqueza

A principal – e talvez única – fraqueza dos Ceifors foi descoberta por um cientista destemido, o famoso Nico Straus, o primeiro homem a liderar uma expedição em busca da captura de um espécime da raça e, milagrosamente, obter sucesso. Usando de um bloco metálico construído com a fusão dos metais mais resistentes encontrados nos diversos planetas visitados pelo Dr. Straus, o cientista enjaulou um Ceifor em sua invenção, e nem mesmo as lâminas indestrutíveis da criatura libertaram-na da prisão. Carregado na espaçonave Ennervato, rumo a um centro de pesquisa da Via Láctea, o Ceifor não parou de se debater por um instante. O sol queimava alto quando Ennervato pousou, e a jaula foi arrastada para a luz do dia, inexistente em Calleba. E foi o sol o responsável pela destruição do alienígena, desintegrando seu corpo pelos raios ultravioleta, restando apenas a carapaça e uma poça de veneno fumegante. O estudo preparado para o Ceifor foi perdido, mas a exposição do alienígena à luz solar revelou ao Dr. Straus um método de como derrotá-los, e então foram desenvolvidas pistolas de raios de energia similares às do sol, para proteção e extermínio de possíveis invasores de Calleba.

Fêmeas e Reprodução

Os Ceifors são criaturas solitárias. Convivem nas colmeias do subsolo, mas não se ajudam, e até mesmo se atacam quando passam muito tempo juntos. Ainda assim, a reprodução é sexuada e contínua, variando de dois a seis filhotes por gestação.

As fêmeas dos Ceifors são maiores, mais fortes e mais assustadoras, mas não tão agressivas quanto os machos de sua espécie. É impossível para olhos de outra criatura definir ou diferenciar o sexo de um Ceifor pela aparência, pois não há diferença alguma esteticamente falando (com exceção do tamanho, mas a variação não é absurda a ponto de chamar atenção). O único meio de descobrir é se aventurar bem próximo de um dos monstros e aguardar: se for atacado, destroçado e ter todo o sangue sacudido junto ao veneno borbulhante, encontrara um macho; caso seja uma fêmea, ela não o atacará, a menos que se sinta realmente ameaçada.

Crias

A fecundação ocorre no período mais fértil da fêmea, geralmente uma ou duas vezes no mês, de acordo com a variação de sua genética. Durante a gestação, a fêmea entra em um período chamado de reclusão, onde ela desenvolve suas crias, enterrada no subsolo e se alimentando a todo o instante para garantir a sobrevivência dos filhotes, que nascem sempre frágeis e sem carapaça. Uma Ceifor se expande rapidamente, atingindo o tamanho de um adulto com menos de três anos, e só então começa a desenvolver a proteção de seu corpo, que leva cerca de um ano para se acoplar por completo. Depois, nascem as lâminas nas patas frontais, adicionando pouco mais de seis meses ao tempo necessário para que o Ceifor esteja pronto para matar sem piedade, resultando num tempo total de cinco anos, em média.

Colmeias

Colmeia é o nome dado ao habitat dos Ceifors. São grandes câmaras subterrâneas escavadas pelas lâminas indestrutíveis, com paredes afastadas e sem nenhuma fonte de iluminação. No completo breu é feito o acasalamento da espécie, e todas as fêmeas escavam suas tocas de reclusão dentro do território da colmeia. No subsolo também é guardado toda a reserva de alimentos encontrada nos pontos mais distantes, geralmente roubados do território de outros grupos ou de pontos subaquáticos. Não há divisão ou organização entre os moradores da colmeia, o que pode ocasionar disputas de espaço e mortes entre os próprios Ceifors, situações comuns no cotidiano do subterrâneo.

A Rainha

A colmeia, além de reserva de alimento e proteção para as fêmeas em reclusão, é o lar da Rainha, nome dado à Grande Matriarca dos Ceifors, uma fêmea anormal, que cresce a níveis absurdos, chegando a oito ou dez vezes o tamanho de uma fêmea grande. A Rainha é a responsável pelo parto da primeira centena de Ceifors de um bando e, depois disso, nunca mais pode deixar a colmeia, já que seu corpo se exausta e ganha ferimentos irreparáveis. Ainda assim, se algum invasor ousa se aproximar, a Rainha não hesita em se defender, assim como todas as suas crias.

Planeta de Origem

Calleba é um planeta peculiar, e o principal fato que o torna exótico é a falta de um sol, já que não existe nenhuma estrela de calor próxima de seu território. A noite eterna e o frio gélido afastam qualquer possível predador daquele local, e os Ceifors têm toda a gigantesca extensão para se alimentar, no subterrâneo, e para povoar suas colmeias com filhotes barulhentos e famintos. O clima é invariável: um eterno frio, variando entre pancadas de chuvas torrenciais, tempestades de neve ou mesmo uma simples brisa congelante. A paisagem é diferenciada: montanhas destruídas por ciclones; mares profundos e impuros; fontes de água doce, amaldiçoadas pela sujeira dos próprios moradores; florestas de árvores sem folhas, com galhos retorcidos que crescem graças à radiação das diversas espaçonaves invasoras, ou mesmo reagindo ao veneno das criaturas que lá residem; entre outros. É um planeta abandonado, sem as mínimas condições de vida para humanos e até mesmo para a grande maioria das raças das galáxias mais próximas, sendo habitado apenas pelos Ceifors e por outras três ou quatro raças resistentes a essas condições.

Próximos Passos

Quando um dos seus foi levado de Calleba, mesmo o mais descerebrado dos Ceifors se enfureceu, mas aproveitou-se do momento para entender que é possível deixar aquele planeta, e isso os deixou famintos. Famintos, mas não pelos alimentos encontrados no subsolo de seu planeta de origem. Desejavam descobertas, novas terras e novos ares, com um subterrâneo novo, pronto para ser destruído por suas lâminas vorazes e gosmentas. Mesmo com a pouca inteligência que possuem, os Ceifors estão refletindo, se é que isso é possível, num modo de deixar Calleba e partir para outros mundos. São teimosos, insistentes e, por mais que soe impossível, um dia eles vão conseguir.

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