sexta-feira, 25 de maio de 2012

A quem eu quero enganar?


A quem eu quero enganar?
Se pareço feliz, estou triste.
Se pareço triste, estou feliz.
Esta é a norma de quem sabe mascarar.

A quem eu quero enganar?
O frio de uma cachoeira
Me parece uma geleira
Pois a mente solidária não me deixa esquentar

A quem eu quero enganar?
Felicidade passageira
Realidade, corredeira
Banho-me num mar de estrelas sem nenhuma encontrar

A quem eu quero enganar?
Tristeza que já não me abala
Que se acaba num disparo
Solução desesperada que me faz enojar

A quem eu quero enganar?
Perco-me em beijos suculentos
Então jogo-me ao relento
Deixo que o frescor do vento possa me castigar

A quem eu quero enganar?
Abraço desconhecido
Carícias de um inimigo
Dia a dia, rebeldia, poderei suportar?

A quem eu quero enganar?
Afronto tantos temores
Expurgo falsos amores
Me apaixono, relaciono, para então me afastar

A quem eu quero enganar?
Com tais risadas, gargalhadas
Teorias empolgadas
Vidraça despedaçada, deixa o tempo rolar

A quem eu quero enganar?
Enfrento muitos dos medos
Mas quedo frente ao espelho
Pois os olhos, sem demora, tendem a me derrubar

A quem eu quero enganar?
Engano apenas a mim mesmo
Mascarando meus desejos
De maneira respeitosa, sem deixar transbordar

A quem eu quero enganar?
E é vivendo em falsidade
Que obtemos a verdade
Para que a felicidade possamos alcançar

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