sábado, 4 de fevereiro de 2012

Piratas de Metal - Trechos

Olá, companheiros!
Postagem relativamente curta, apenas para divulgar um pequeno trecho de uma história antiga, a qual deveria ser uma trilogia, mas conta com apenas um livro escrito, com aproximadamente 50.000 palavras. Trata-se de Piratas de Metal - Na Teia da Rainha, um romance ambientado em Elhanor que narra as aventuras de Diana e seu grupo de piratas do ar, navegando nas nuvens deste mundo em busca de Penumbra, a masmorra mais perigosa e misteriosa do mundo. Sem mais demoras, segue abaixo o trecho inicial do romance, em seu estado "cru" de ser:

—Papai! —berrou a garota.
Corria por todo o jardim, as pernas curtas, o corpo cansado, o rosto mostrando sofrimento, medo. A mãe, ao longe, tremia em pranto. —Papai! —Correu ao redor do pequeno lago, em desespero. Buscou até as cercas, os limites de sua casa, e voltou. Buscou novamente, e outra vez, e outra, e faria de sua vida uma corrida incessante se assim necessário.
—Filha... —balbuciou a mãe.
—Papai! —gritou. Os olhos finos derramaram lágrimas de dor, de saudade. O rosto suave de criança corava, sem entender. Olhou para a mãe, que chorava com seu irmão nos braços, espreguiçando sem se exaltar.
—O papai... —começou a mãe, mas seus lábios se trancavam. Não queria dizer aquilo, não queria aceitar. Por dentro, desabava feito criança, talvez ainda mais que sua filha. Mas estava sozinha agora. Não podia demonstrar fraqueza, e não o faria. —O papai se foi, Diana.

De brinde, outro trecho, dessa vez mais adiante:

Os sonhos foram tenebrosos.
Diana estava sozinha, e isso por si só era apavorante. A garota passara grande parte de sua vida longe dos amigos e, agora que se reuniram, não conseguia se imaginar sem eles. Não eram uma tripulação, um bando de subordinados que cumpriam ordens. Eram amigos, lembranças de um passado bom, de uma infância marcada por sorrisos. Sua família, acima de tudo.
Mas ela estava lá, sozinha, entre galhos disformes e árvores altas, que cobriam o céu e a deixavam no mais completo escuro.
Alguma coisa se movia veloz entre os arbustos de folhas negras. Ela não se movia, tentando encontrar o ser que a observava. Sem perceber, buscou as pistolas, mas não as encontrou. Não usava seu tradicional sobretudo, nem nenhuma roupa das quais levou para sua jornada. Usava um simples vestido fino de algum tom de vermelho bem claro, muito diferente de suas roupas escuras e pesadas. Aquilo era um incômodo, e a fez sentir-se indefesa, sem armas e sem roupas descentes.
Aquilo que corria ao seu redor guinchou, e os passos ficaram mais pesados. Árvores tremularam, derrubando folhas escuras e miúdas. O chão tremeu, e ela se encolheu no lugar. Mesmo seus olhos perspicazes não conseguiam ver o ser, tamanha sua velocidade.
Viu uma aranha passar entre os galhos finos de uma das incontáveis árvores, pendurar-se em sua teia e descer vagarosa pelo ar, o fio fino e quase invisível sacudindo com a respiração da pistoleira. Diana se aproximou, estudando a pequena criatura. Era pequena, mas a jovem conseguia ver todos os detalhes que muitas outras pessoas não veriam: pelos rubros e riscos amarelos na pele, marcas de um veneno sem igual, somados a presas afiadíssimas e um cheiro ácido e ardido, que quase feria as narinas. Sobre a cabeça da pequena aranha, havia um objeto minúsculo, mas Diana conseguiu identificá-lo como uma coroa de ouro.
Então, de súbito, todas as árvores caíram juntas, com um estrondo que assustou a pistoleira. A escuridão se assolou quando ela foi enrolada por uma teia fina, mas resistente o suficiente para aprisioná-la. Usou de seus feitiços, em vão. Nem mesmo sua mágica a libertaria daquela prisão.
Sentiu quando a criatura se aproximou, seus passos, agora lentos, maltratando o solo. O corpo de Diana se ergueu, e ela sentiu presas fortes agarrando-a, sacudindo-a com ferocidade e fúria. Ouviu guinchos poderosos, seguidos de uma batida avassaladora no solo, e então tudo se apagou.

Até a próxima!

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