sábado, 18 de fevereiro de 2012

Textos - Surreal

Olá, companheiros.
Desta vez não trago um poema, mas sim uma espécie de crônica, uma história pequena que ainda abusa das rimas dos versos, mesmo que não tenha a estrutura da poesia em si. Pensava em algo mais cyberpunk, mas o resultado foi outro. Bom, reflitam enquanto leem o texto, e não se esqueçam de comentar/criticar depois!

Surreal

Verde, vermelho; azul, violeta.

Luzes faiscantes, brilhos, borboletas. Ao meu redor tudo tremulava, ou ribombava no coro do som. Névoa, neblina e poluição, gelos queimavam as minhas mãos. Estirados num céu rígido, via nuvens desfalecerem. Fumaça multicolorida me forçava a perceber o surreal, a fantasia, o devaneio de viver.

Saliva a jorrar dos lábios, beijos molhados nas paredes. Álcool, alucinógenos, destroem a infância que alguém teve. Risos de poluentes, gargalhadas de perversão; sexo de duendes, fadas turvas por tesão.

Som, Som estrondando, arco-íris derretido. Cores tombam de mundos que ainda são invisíveis. Olhos despreparados veem apenas realidade. Eu, num sonho tão vívido, desolado por verdades.

Pele com arrepios, narinas cheias de sangue, inflamadas por suspiros de um realismo alterado. Braços bem empregados me tocam o corpo esguio, retirando-me do solo onde flutuavam esquilos. Cheiro de álcool, de drogas, eu ansiava por mais. Luzes foscas, brilhosas, danças espectrais. Me afastando da boate, sinto dores, rebeldia. Grito, choro, esperneio, na mais pura alegria. Sinto tantas vontades, a maior delas é o suicídio. Rio de tais verdades, enclausuradas num só comprimido.

Verde, vermelho, azul, violeta, cores de um som eletrônico. Meu mundo monocromático, grotesco ao lado do sônico. Alvejado por olhares, me envergonho em perdição.

Puro surrealismo, enquanto alucino em convulsão.


Até a próxima!

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