quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Estranhos no Espelho - Parte 1 / Ato II


II


Eu ainda estava estonteado quando abri os olhos.
Minha primeira sensação foi uma ânsia descontrolada. Virei-me para um lado qualquer e vomitei, mais água do que comida. A garganta doía.
—Você está bem?
Era uma pergunta tradicional, que qualquer pessoa teria feito, mas ela me assustou. Parte por não reconhecer a voz, parte por sequer saber onde estava ou o quê tinha acontecido. Levantei o rosto com pressa, estudando pouco do lugar enquanto o fazia: parecia uma cela de prisão, trabalhada em tijolos e sem porta alguma, como uma construção feita para que ninguém pudesse entrar ou sair, o que era ainda mais estranho. Próximo de mim, uma pequena portinhola metálica, com dois palmos de extensão.
—Ei, amigo, você está bem?
Aquele homem repetiu a pergunta; eu não o conhecia Ele era rústico, como um assassino deveria ser. Senti medo, mais pela situação do que por sua aparência. Estava vestido como um transeunte comum, de camiseta e jeans, enquanto eu ainda tinha minha jaqueta e os sapatos sociais.
—Sim, estou. Quem é você?
—Espere um pouco. Você precisa respirar. Todo mundo aqui está afobado demais.
Todo mundo?
Só então eu percebi que ele não estava sozinho. Naquela sala sem portas, havia mais três pessoas: um homem que vestia roupas velhas, como um pijama, e tinha cabelos bagunçados demais; uma mulher de vestido e meia-calça, com cabelos ruivos e sardas no rosto; e uma segunda mulher, dessa vez uma magricela de fios louros, cujos olhos já provavam a frescura de sua personalidade.
—O que está acontecendo aqui?
Percebi que a loura estava tão desesperada quanto eu, caminhando ao redor da sala enquanto batia na paredes, buscando uma saída. Ela chorava.
—Eu acho que você também acordou aqui, como todos nós. Sendo assim, não tem como sabermos o que está acontecendo.
Eu notei uma pequena janela no alto da cela. Ela era feita de barras de aço, como as janelas que permitem a entrada da luz nas prisões, e por ela passavam miúdos raios de sol, a única fonte de iluminação daquele local.
O homem de cabelos desarrumados notou meu interesse pela janela.
—Nós já olhamos —disse ele. —É uma rua comum. Ainda estamos em Wyrestown, provavelmente, mas não sei dizer exatamente onde. Por um acaso você tem um celular?
Bati as mãos nos bolsos, constatando que meu aparelho ainda estava lá.
—Sim. Vou tentar ligar para um amigo. Ele deve saber onde estamos, ou ao menos pode pedir para a polícia começar a procurar e —
—Não!
A loura gritou, e então correu até mim, movendo os braços num desespero incomum. Ela agarrou o celular em minhas mãos, e eu relutei por um instante, segurando um de seus braços sem dificuldade. Ela era magricela, não se comparava à minha força, que já era baixa pelo sedentarismo de sempre.
—Me dê isso!
—Você precisa se acalmar!
—Eu preciso ligar para o meu namorado!
Ela chorava, descontrolada.
—Eu vou ligar para a polícia!
—Não!
Encontrei os olhos frios do primeiro homem que falou comigo, e eles me diziam para permitir que ela ficasse com o celular. Soltei, e ela quase caiu no chão, se afastando de todos e discando um número em alta velocidade.
—Deixe-a. Ela é a mais nova daqui, tenho certeza. Não está preparada para enfrentar situações como essa.
—E alguém aqui está?
Ninguém se manifestou.
O alto falante permitiu a todos escutarem a ligação da mulher, que foi tão breve quanto assustadora.
—Amor?
—Alô? Quem fala?
—Amor, sou eu, Sofia!
—Sofia?
—Pare de graça! Sou eu, sua namorada! Eu estou em perigo, eu estou —
—Eu não te conheço, senhorita. Me desculpe, mas acho que ligou para o número errado.
Sofia desabou em lágrimas.
—Nós estamos juntos a quase dois anos, como pode dizer que não me conhece.
O homem respirou profundamente do outro lado da linha.
—Olha, eu não sei o que está acontecendo, mas você ligou para a pessoa errada. Meu nome é Tom, e eu sou casado com uma professora, e o nome dela é Marissa. Não conheço nenhuma Sofia, amiga. Eu sinto muito.
O choro era doloroso demais.
—Você sempre dizia que me amava! Sempre me chamava de ursinha, de princesa...
—Era outra pessoa, senhorita. Você está bem?
Sofia deixou o celular cair no chão, e a ligação foi encerrada assim.
Ela correu até uma das paredes e, ali, escorou-se em sofrimento, sendo consolada pela ruiva que também estava presa naquele lugar.
—Que merda é essa?
—Ligue para o seu amigo —sugeriu o homem de olhos frios. —É nossa última chance.
Eu liguei, e Jake atendeu rapidamente.
—Alô?
—Jake, sou eu.
—Eu quem?
—Eu, porra, o Victor! Cara, eu tô numa merda imensa —
—Não conheço nenhum Victor. Tem certeza que ligou para o número certo?
—Claro, cara, para de brincadeira! Sou seu melhor amigo há mais de dez anos, como assim não me conhece?
—É, eu realmente acho que você ligou para o número errado. Será que você não está bêbado? Bêbados têm vários melhores amigos, sabe.
Ele desligou sem dizer mais nada.
—Filho da puta.
—Tente a polícia.
Eu tentei, mas a ligação não foi concluída em nenhuma das dezessete tentativas.
—Tem alguma coisa errada.
Sofia gritou:
—Alguma coisa errada? Ah, claro, nós aparecemos num lugar que não conhecemos, trancados nessa merda por tijolos e você sugere que há alguma coisa errada? A porra do mundo todo tá errado, seu maldito!
—Fique calma, merda! —explodiu a ruiva. Ela também tinha medo, mas estava mais controlada do que Sofia. —Nós precisamos pensar, só isso. Refletir, reconstruir os últimos passos, ver o que está acontecendo aqui.
O homem de cabelos desarrumados tomou a frente.
—Antes, precisamos saber quem está do nosso lado. Eu sou Lucius Lancaster, mas infelizmente não posso dizer que é um prazer conhecer vocês.
—Meu nome é Victor Fulcanelli —me apresentei.
—Essa é Sofia, como todo mundo já deve saber. Eu sou Suzan.
Todos olhamos para o homem de olhos frios. Ele me pareceu estranhamente familiar.
—Eu acho que vocês devem me conhecer. Sou Hector Steiner.
—Então foi você!
O grito de Sofia, junto de seu dedo em riste, apontando Hector como culpado, alertou todos os presentes daquela câmara com uma suspeita em comum.
Hector Steiner era um nome conhecido em Wyrestown. Numa cidade pequena como a nossa, criminosos se tornam conhecidos quando apanhados, e nunca mais os seus rostos são bem-vistos novamente.
Hector era um assassino.
Eu me lembro bem da repercussão do caso na mídia. Um jornalista de aparente sucesso, que sempre conseguia boas histórias, foi encontrado em sua casa, próximo ao corpo de sua esposa, que fora assassinada com uma brutalidade sem tamanho. Ele insistia em dizer que não era o culpado, que não ele o responsável pela morte daquela mulher, que ele a amava mais do que tudo naquela vida. Foi um teatro digno, mas as provas não o deixavam mentir, e ele então foi levado para a prisão, condenado a uma pena grotesca.
—Seu maldito!
Minha primeira reação foi saltar sobre ele e erguer os punhos, carregado pela hipótese de que aquele assassino reagiria, tiraria uma pistola da cintura ou uma faca dos bolsos, me mataria ali, na frente de todos. Foi uma atitude idiota, eu sei, mas nada aconteceu. Ele somente caiu, sem reação, e esperou pelo meu soco, que não veio.
—Você não vai me bater?
—Diga que foi você, desgraçado! Diga que foi você quem nos trouxe para cá!
—Não fui eu, Victor. Eu não sou o responsável por isso tudo. E, se você não percebeu, eu também estou preso. Tem certeza de que não vai me bater?
Soquei o chão ao lado de seu rosto.
—Por que eu faria isso?
—Porque é o que todos fazem quando precisam culpar alguém.
Hesitei.
Levantei-me, deixando-o livre.
—Me desculpe.
—Sem problemas. Você não foi o primeiro.
Lucius estava assustado, bem como Sofia, mas sabia disfarçar melhor do que aquela patricinha. Suzan parecia indiferente.
—Não tem como ele ter nos trazido para cá —começou ela. —Não existem portas aqui, para começar. Não tem como entrar ou sair.
—E você sugere o quê? Que isso é um pesadelo?
—Acho que já teríamos acordado, se fosse esse o caso.
Hector começou a bater nas paredes.
—Vou procurar uma saída. Deve haver algum lugar mais frágil entre esses tijolos. Lucius, me ajuda aqui.
—Pode deixar.
Eu tentei ligar para a polícia outra vez, em vão. Suzan consolava o desespero de Sofia, ainda chorosa como uma criança. Nunca fui do tipo frio e líder, mas estava me virando bem numa situação como aquela e, ver aquela garota agir como criança sem seu doce me fazia pensar em coisas banais, como meu trabalho, e importantes, como minha filha e minha esposa.
Como elas estariam? Será que elas receberiam uma ligação pedindo por fiança ou algo similar?
Sem que ninguém reparasse, a portinhola se abriu, veloz, e um pacote de papelão foi atirado para dentro do local.
—O que é isso?
Eu o abri.
Em seu interior, comida podre, cheia de vermes e traças. O cheiro impregnou o lugar, e Sofia não pôde evitar o vômito.
—Cara, que merda é essa?
—Alguém jogou aqui dentro, pela portinhola.
—Eles não esperam que a gente coma isso, esperam?
Dei de ombros, fechando a caixa e a deixando de lado.
Escutei as pancadas ocas quando Lucius encontrou uma possível passagem na parede.
—Achei!
—Boa, velhote! Vamos ver o que temos aqui...
Hector bateu duas vezes contra a parede, então se afastou. Esticou as pernas e chutou, com toda sua força. Três tijolos cederam, tombando para o outro lado, e pudemos ver que havia uma nova câmara.
—Me ajudem com isso.
Eu me aproximei, ajudando-o a derrubar a parede até que houvesse um espaço pequeno, por onde uma pessoa poderia passar caso se agachasse. Era o suficiente.
Do outro lado, somente escuridão.
Abri o meu celular, ligando-o no modo lanterna. A luz de xênon auxiliava bastante na visualização, mas era a única fonte que tínhamos, e teria de guiar cinco pessoas na completa escuridão.
—Vá na frente, Victor.
—Por que?
—Porque você é nossa estrela guia. Ande logo, cara, não precisa ter medo. Tem um assassino atrás de você, lembra?
Hector riu, mas eu não achei graça em sua piada.
Atravessamos a parede, e logo percebi que, na nova sala, existiam diversas mesas de metal, carrinhos de mão e pequenos suportes de aço, utensílios encontrados em hospitais, todos velhos e enferrujados. Parecia um depósito de tralhas. Sobre algumas dessas mesas, estavam jogados bisturis e outros itens de medicina.
Eu pude ver quando Hector pegou uma lâmina pequenina e guardou no bolso, mas nada disse.
Afastei alguns dos carrinhos com as mãos, livrando o caminho para os que me seguiam. Tudo estava num completo silêncio, não fosse a respiração chorosa de Sofia, que arfava em lágrimas amedrontadas. Suzan caminhava abraçada a ela, tentando acalmá-la, mas já percebia que essa era uma tarefa impossível.
Hector tocou no meu ombro.
—Ilumine o outro lado.
Eu o fiz. Encontramos uma parede que delimitava o cômodo. Nesta, havia outra portinhola, porém maior, como uma lacuna utilizada para passagem de equipamentos em geral. Não havia porta alguma, também.
—Deve haver alguma luz por aqui.
Lucius escorou-se na parede.
—Eu vou circundar o cômodo e procurar —disse ele. —Vocês continuam a examinar esse lado.
Ele se afastou de nós, bem como Hector, que encostou as mãos nas paredes e tateou seu caminho. Apontando o cone de luz para as paredes, vi que havia tinta riscando-as, como uma mensagem, mas minha lanterna era insuficiente para lê-la.
A voz de Lucius me assustou:
—Encontrei um interruptor.
—Acenda-o!
Ele o fez, e o grito de Sofia, dessa vez, não foi solitário. Suzan a acompanhou e, não duvido, até mesmo eu deixei escapar um grito de pavor.
Sobre uma das mesas metálicas, um corpo jazia aberto, com toda sua pele retirada e abandonada numa maca ao lado. Um de seus pés estava cortado, e o membro faltante estava embalado numa sacola plástica, sem sangue algum. Parecia conservado, diferente do restante do cenário.
Eu queria vomitar outra vez, mas consegui me segurar.
Com três das quatro lamparinas acesas, pude ver a mensagem na parede. A tinha dizia, num garrancho horrendo, apague as luzes.
Do outro lado da sala, alguma coisa chamou a atenção de Hector. Parecia um cofre de bronze, um recipiente daqueles antigos, com uma porta pequena, pouco maior do que um cachorro grande, e uma tranca de sequência numérica.
—Apague as luzes, Lucius.
Ele o fez, e nós voltamos à completa escuridão.
Senti a respiração de Hector próxima quando ele falou:
—Eu vou examinar aquela merda. Cuida dessas garotas, não deixe elas criarem mais problemas, a gente já tá ferrado. Aproveita seu tempo e vê se nós podemos passar por aquela portinhola da parede.
—E desde quando você dá as ordens?
—Desde quando precisamos sobreviver, e não viver. Lucius, vem comigo.
E ele se foi, deixando-me para trás com uma expressão abobada. Eu me aproximei das duas mulheres, ambas estavam abraçadas. Bati nos ombros de Sofia uma vez, ela me ignorou.
—Ei.
—Não enche, cara!
—Fica calma!
—Eu não vou ficar calma até entender o que está acontecendo!
—Nós vamos sair daqui, eu prometo. Agora, preciso da ajuda de vocês. Me ajudem a empurrar essa coisa.
Suzan se mostrou pronta no mesmo instante. Ela sim era uma sobrevivente. Num filme de terror, ela seria a garota que morre no final, pelo erro de um incompetente. Sofia seria a primeira vítima, aquela que não consegue correr por ter medo de quebrar as unhas, ou que morre na sessão de bronzeamento artificial. Eu achei que poderia ser o incompetente que causava as mortes dos protagonistas, mas foda-se.
Hector seria o assassino, e cada vez que eu pensava nisso, me sentia ainda mais inseguro ao seu lado.
Empurramos a portinhola para trás, e eu pude ver, com ajuda do celular, que era um corredor.
—Nós precisamos passar por aqui. Sofia, veja se tem alguma coisa no chão que possa travar essa porta.
Ela caçou com os olhos marejados e me trouxe uma barra de ferro que um dia fora o suporte de uma daquelas mesas quebradas.
—Deve servir.
Tentei encaixar, deu certo. A porta estava aberta, e assim ficaria até que fosse necessário.
—Hector, consegui —
Antes que pudesse terminar a minha frase, ouvi o estrondo de um corpo contra o metal. Lucius se levantou apavorado, o corpo todo doía pela pancada. Algumas mesas se amassaram pelo peso do velho.
—Merda!
Ele e Hector correram em nossa direção, seguindo a luz em minhas mãos.
—Apaga essa luz!
—É a nossa única fonte!
Escutei um grunhido absurdamente assustador. Vinha das costas de Hector, da direção do cofre.
—Apaga essa merda!
Obedeci, assustado.
—Vamos para o outro lado —disse, e ofereci apoio para que Sofia e Suzan pudessem saltar a lacuna entreaberta. —Vocês primeiro, rápido!
Elas obedeceram, atravessando a portinhola de maneira desajeitada. Assim que elas passaram, eu me preparei para pular.
Grunhidos.
Aquele som gutural era tenebroso, fazia os pelos arrepiarem em todas as partes do corpo. Aquela coisa estava na parede contrária à nossa, batendo os braços ou patas ou o que quer que fosse contra os tijolos, como se procurasse algo, e procurava. Era fácil deduzir.
Ela procurava as luzes.
—Venham!
Eu já estava do outro lado quando Lucius chegou, e eu o ajudei a passar. Hector foi o último e, assim que ele pisou do outro lado da portinhola, as luzes do outro cômodo se acenderam, mas nós retiramos o apoio do metal e a passagem se fechou.
Algo bateu do outro lado do aço, e a barragem se amassou com seus golpes.
—Vamos!
Estávamos num corredor. Tomei a liberdade de acender o celular outra vez, mostrando mais mesas espalhadas pelos cantos e diversas portas cerradas, como uma ala psiquiátrica, com portas de chapa travadas pelo lado de fora. Passamos por todas essas, correndo sem olhar para trás, mesmo quando o barulho do metal explodindo ecoou por todo o corredor.
—Que coisa é aquela?!
—Eu não quero descobrir!
A última luz do corredor se acendeu, próxima à portinhola que deixamos para trás e, numa sequência temporal, uma a uma das lamparinas se acendia.
Hector pegou o celular de minha mão.
—Me desculpe por isso.
Ele o atirou na direção da criatura e, no escuro, vimos o aparelho ser destruído por pancadas.
—O que você —
—Precisava ganhar tempo! Anda logo, corre!
Continuei, o ser atrás de nós, estava prestes a nos alcançar. Lucius parou, levantou uma das mesas acima de sua cabeça, tentou a jogar contra a coisa, em vão. Ele foi arremessado em minha direção, caindo sobre mim. Suzan nos ajudou, enquanto Sofia correu até Hector, apavorada o suficiente para gritar e perder sua direção. O assassino tirou a lâmina que guardara no bolso e a cravou em alguma coisa, e a coisa respondeu com agressividade, sacudindo Hector de um lado para o outro com seus braços.
—Fujam!
Eu me levantei, levantei Lucius com a ajuda de Suzan, e então percebi que havia uma porta entreaberta, por onde escapava um feixe de luz. Corremos naquela direção e, ao passar pela porta, todas as luzes do corredor atrás de nós já estavam acesas, mas ninguém fez questão de se virar para ver o que enfrentávamos.
Sofia gritou uma última vez, Hector urrou junto dela, e isso sim era apavorante.
Ele surgiu, exausto, carregando a loura nos braços. A cabeça dela estava ferida, como se esmagada por alguma coisa pesada, ou muito forte. Lucius fechou a porta atrás de nós.
—Temos que sair daqui, temos que sair daqui.
Essas eram as únicas palavras que Hector conseguia repetir.
—O que era aquela coisa, cara?
—Temos que sair daqui!
Corremos até o fim do corredor, onde havia uma nova porta. Passamos por ela rapidamente, e nossa visão nos surpreendeu.
Azulejos claros, paredes pintadas de branco, decoração graciosa e perfumada. Algumas pessoas sentadas nos bancos de espera, outras mais impacientes, caminhando de um lado para o outro, efetuando ligações de seus celulares, lendo revistas num canto qualquer.
Estávamos no hospital central de Wyrestown, acompanhados de uma mulher com um ferimento horrível na cabeça.
Atrás de nós, pela porta por onde passamos um segundo atrás, eu pude ver um banheiro limpo, com cheiro artificial de lavanda.

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