quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Ledd HQ - Resenha e Impressões


Enfim chegou minha versão impressa de Ledd HQ!
Pelo preço de 19,90R$ na pré-venda, podendo alcançar 22,90R$ pelo que as fontes me disseram, Ledd é fabuloso! Pode ser avaliado como caro se comparado aos mangás japoneses publicados pelas editoras nacionais, mas temos de levar em conta que é um trabalho caro, uma publicação de quadrinho por uma editora de livros e, acima de tudo, uma coisa ainda muito rara e escassa no Brasil. Muita gente tenta (mas só o Brasil é penta! ¬¬), mas criar uma história em quadrinhos no noso país é complicado. Eu, assim como muitos outros, sinto as dificuldades que nossa cultura desinteressada e inculta impõe na publicação de um livro, imagino a dor que é fazer um HQ. Mas os desafios foram feitos para que a vitória valha a pena, e esse é o caso de Ledd, assim como fora, uma vez antes, Holy Avenger.


Em mãos, o quadrinho é lindo. Confesso que imaginei que seria impresso no tamanho A4, me surpreendi com o "formatinho" de mangá, mas nem por isso perdi as esperanças. O interior está muito bem diagramado, as páginas com qualidade impressionante, a capa e a contra-capa fabulosas. A arte de Lobo Borges, somada à roteirização incomum do Trevisan, deram a luz a uma obra de arte, uma história digna dos livros, ilustrada para aqueles que têm menos afeto pelas páginas sem gravuras da literatura. Recomendo muito a compra, apesar do preço, que pode assustar num primeiro momento. É uma iniciativa excelente, que pode gerar frutos grandiosos num futuro não tão distante.
Agora vamos à resenha.
Ledd nos conta a história de Ledd (Jura?!), um garoto que desperta numa prisão sem se lembrar de nada sobre seu passado. Lá, conhece Ripp, um feiticeiro peculiar, que tem como fetiche o uso de cabelos para a confecção de suas magias, e é calvo (e azarado). Usando fios de Ledd, Ripp o ajuda com sua magia, e assim ambos fogem, dando início à jornada fantasiosa que o quadrinho nos oferece.
Até o presente momento, Ledd conta com 4 episódios, sendo 3 deles de 24 páginas, e o último de 36. Na versão impressa, temos páginas coloridas na introdução, e ilustrações entre cada episódio com palavras dos autores, assim como uma área de bastidores, onde existem outros desenhos e até mesmo um roteiro cru do Trevisan, mostrando a todos que desejam como se tornar um roteirista de HQ.
Nesses 4 episódios, Ledd teve momentos de clímax, de batalha, de ironia, tudo no melhor estilo de mangá. Não sei se estou ficando louco, mas para mim, o traço do Lobo Borges lembra muito Dragon Quest. Essa é uma comparação positiva, obviamente, e vale ressaltar que, apesar deste ser o primeiro trabalho profissional no ramo dos quadrinhos do Lobo, o traço não decaiu em nenhuma página. Quem acompanhou no twitter viu que ele desenhava pela madrugada, mantendo uma rotina árdua e trabalhosa, e o resultado impecável está nas mãos de quem adquiriu a pré-venda, ou na internet, de graça, no site oficial. Tenho certeza que Trevisan ficou muito orgulhoso do esforço de seu desenhista, e ainda mais quando teve nas mãos o primeiro exemplar, mostrando assim a qualidade do trabalho realizado por ambos.
Diversos personagens apareceram nas páginas de Ledd, além do feiticeiro Ripp. Drikka, Coronel Barba Branca, Horlogh, General Klinsmann, entre outros. Todos eles são bem desenhados, cada qual exercendo sua personalidade. Há diversos picos na ação, nos diálogos cômicos ou misteriosos, e tudo nos leva a crer que Trevisan tem uma surpresa preparada que, possivelmente, vai mexer com todo o cenário de Tormenta outra vez. Não seria nada mal, é claro.
Depois da Trilogia Tormenta e da antologia Crônicas de Tormenta, organizada pelo próprio Trevisan, o cenário estava parado, em termos. Há a Gazeta do Reinado, nas Dragon Slayer, as guerras taúricas e a reunião élfica, etc, mas nenhuma história era contada. Ledd veio para nos mostrar que Tormenta ainda tem muito o que mostrar, diversas histórias para ambientar e muitos novos talentos para revelar, como é o caso do Lobo Borges. Tomado por segredos que prometem reviravoltas dignas de um RPG de mesa, o quadrinho tem um longo caminho pela frente, e muitos fãs para conquistar. É o povo brasileiro mostrando, mais uma vez, que há espaço para cultura entre toda a baboseira do nosso país.
Desejo muito sucesso para o Trevisan e para o Lobo Borges, assim como para toda a equipe de Tormenta e da Editora Jambô. Devemos a eles muito do que agita o nosso país em termos de RPG, quadrinhos e literatura. Seja nos romances do Leonel Caldela, seja nas reformulações de 3D&T Alpha, a Jambô tem muito o que oferecer ao povo que sabe aproveitar a mente que tem.
E o Trevisan ainda vai escrever um romance, todo mundo sabe. Só nos resta esperar, enfim, hehe.
Até a próxima!

3 comentários:

  1. Tinha visto essa HQ, o roteiro é muito interessante, só que não achei muito original a ilustração pelo fato de ser mangá, estamos no Brasil e não no Japão!

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  2. Não se deve encarar isso como um problema. Afinal, se formos usar apenas a cultura do nosso país, todos os quadrinhos deveriam parecer com a Turma da Mônica, ou estaríamos copiando japoneses/americanos. São culturas diferentes, entendo, mas o fato delas cruzarem oceanos para se instalar em diversos outros lugares é uma coisa fabulosa de se admirar. :)

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  3. Entendo perfeitamente, a cultura Japonesa é fantástica! Não desmereço o desenhista que é muito bom, mas não significa que o Brasil só pode fazer algo parecido com a Turma da Mônica, há um oceano de possibilidades que ainda não foram realmente investigados, criar um novo conceito de HQ pode ser uma boa alternativa. Mesmo assim estão de parabéns! O HQ é fantástico! xD

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