Eu era uma garota tão bonita.
Mesmo assim, quando ele me viu,
fugiu. Todos fugiam. Todos sempre fogem.
Ele costumava descer de seu
quarto para beber água. Sempre às 2h32, sempre, quando seus lábios secavam
pelos pesadelos. Eu sei, observava há muito tempo. Me ofereci como companheira,
como amiga; recusou. Rejeitou minha boa vontade.
Eu o afoguei.
No próximo lar, uma garotinha de
bochechas rosadas gostava de piano. Gostou até os 6, então odiou. O padrasto
tocava antes de estuprá-la; a mãe ouvia e dançava, e nada acontecia.
Empurrei-os da escada, salvei a garotinha. Ela fugiu, chorou. Eu chorei também,
coitada.
Então deixei-a cair da sacada.
Triste perda.
Quando cheguei à sua casa, ainda
estava molhada pela piscina. Ainda cheirava a sangue. Gostei do lugar. Tenho
lhe observado enquanto come e dorme.
Te assisto enquanto lê. Quero
alguém que brinque comigo. Para sempre.
Vamos brincar?
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