quarta-feira, 10 de abril de 2013

Filme/Anime - Hack//Beyond the World


Se essa não é a CG mais bonita que o mundo já viu até então, que alguém atire a primeira pedra e me mostre alguma melhor.
Não é segredo para ninguém que eu sou um grande fã da série .hack//, já tendo conferido diversos dos jogos, na época em que eles davam as caras nos Estados Unidos (saindo, assim, em inglês, para os pobres leigos de japonês, como eu), bem como mangás e animações, incluindo, entre estas, a Trilogy, compilação tridimensional que resume os três jogos da série G.U. É claro que, dentre isso tudo, muita coisa deixou a desejar, não obtendo o mesmo padrão fabuloso que grande parte da série tem, infelizmente, mas não podemos crucificar ninguém por errar algumas vezes, não é? Depois disso, quando fiquei sabendo do lançamento de Hack//Link, versão para PSP do rpg eletrônico online que se joga offline, me animei em vão, já que o jogo jamais ganhou uma tradução americana. Eu já estava perdendo as esperanças de acompanhar a série quando vi que um novo jogo, dessa vez de luta entre os personagens mais famosos, seria lançado para PS3, igualmente sem tradução.
Mas, junto com Hack//Versus, a surpresa.


Hack//Beyond the World, ou, se preferir, Hack//Sekai no Mukou Ni, é uma animação completamente feita em CG, no maior estilo de Final Fantasy VII: Advent Children, porém com melhorias incríveis! Diferente de Advent Children, que buscou a perfeição no que se diz respeito à caracterização de personagens mais próxima do realismo, Hack tentou se afastar disso, deixando tudo colorido, jovial e, acima de tudo, lindo de se ver. As paisagens, os cenários, as construções e até mesmo os personagens figurantes, tudo, tudo MESMO, é incrível de se admirar! Tem tantos detalhes nas passagens que, por vezes, você até se perde enquanto assiste as cenas, tentando ver tudo ao mesmo tempo e, assim, deixando de lado muitas coisas. OI resultado do trabalho duro da equipe da Cyber Connect foi uma maravilha sem igual no termo de animação gráfica, assunto que, cá entre nós, os japoneses dominam. Você pode conferir algumas cenas ao longo dessa postagem, mas nem de perto elas ilustram o quão fantástico é acompanhar a movimentação esplendorosa dos personagens, suas lutas e a interação destes com o mundo ao seu redor, é tudo simplesmente maravilhoso!


Deixando para trás a qualidade da animação, falemos sobre o roteiro em si. Hack//Beyond the World conta a história de Sora, uma garota que, no meio de um bando de nerds que já perdem toda a vida social no jogo mais famoso do mundo, o rpg eletrônico e online The World, sequer sabe do que eles estão falando. Ela tem uma certa 'aversão' a tecnologias, graças a um certo trauma do passado, e por isso nunca se interessou pelo jogo, o que acaba rendendo algumas discussões com seus companheiros de escola. Um belo dia, por livre e espontânea pressão, Sora acaba decidindo testar o jogo e, na pele do avatar Kite, um personagem masculino criado por seu aparelho de interação digital, ela se depara com o que acaba por se tornar a maior aventura surreal de sua vida.


Não é nada muito diferente do que tínhamos nas séries anteriores, correto? Mas é aí que as coisas começam a mudar. Distinto das antigas histórias de Hack, Beyond the World apresenta um grande fluxo de cenas offline, ou seja, no mundo de Sora e de seus amigos, mostrando a relação entre eles na escola e fora desta. Há, é claro, uma grande quantidade de cenas online, que são, no caso, os maiores trunfos para que o filme se mostre assim, incrível, mas essa mistura fez da história mais real e densa. Tivemos OVA's onde conhecemos o mundo exterior, mas a grande maioria dos projetos de Hack sequer se importavam em nos contar como eram os jogadores. Essa modificação deixou a trama mais envolvente, podem ter certeza disso. Sem contar que, além de tudo isso, temos o retorno de avatares conhecidos, bem como a apresentação de novos modelos de personagens e variações de habilidades que os jogos antigos sequer citavam, bem como apetrechos a serem comprados e um sistema de segurança digital bastante eficiente, digno de uma nova expansão do Hack.


Os rumores estão lá, obviamente, nas histórias de Aura e das pessoas que perdiam a consciência jogando The World, e tudo segue o mesmo padrão de sempre, mas com aquele carisma que somente Hack consegue ter. Temos um final meio romancinho Crepúsculo, mas enfim, nem tudo pode ser perfeito, não é? Deixando isso de lado, todos os demais pontos do filme são positivos, e eu adoraria poder apontar um defeito marcante (com exceção desse tal clima meloso do desfecho, bah), mas é tudo tão impactante, de gráficos a trilha sonora, de sequências de ação a diálogos, que eu sequer sou capaz de encontrar algum problema grave nisso tudo, já que a maioria dos pequenos deslizes da produção se escondem no meio de uma beldade cinematográfica animada.


E é isso aí, meus amigos! Para os que conhecem a série, é uma animação obrigatória, e para aqueles que não conhecem, é uma excelente oportunidade para começar a conhecer! O filme não pede uma bagagem para o espectador, mas seria interessante conhecer ao menos o mínimo sobre o mundo de Hack// e The World, nada que não se encontre no Google ou na Wiki oficial da série. Se você é um amante de jogos eletrônicos (em especial de rpg's online) e admira a cultura das animações japonesas, Hack//Sekai no Mukou Ni é um prato cheio para te divertir por quase 2 horas! A grande desvantagem fica em não existir (ao menos até o momento em que essa matéria era escrita) legendas em português, o que, de certo modo, acaba por afastar alguns possíveis interessados. Quem sabe algum fansub não se interessa pela ideia, não é?
Bom filme a todos!

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