Sombras na Infância
Algo se move sob as cobertas
Brisa sacode a porta entreaberta
Vultos trevosos em noite singela
Torturam galhos nas janelas
Algo existe embaixo da cama
Riso e grunhido se esparramam
Abraço gélido e assombroso
E eles me acusam de medroso
Na madrugada, o espelho altivo
Mostra uma imagem, destemido
Corro e me escondo, protegido
Tudo ao redor é inimigo
Nuvens desenham atrocidades
Ferem, destroem a puberdade
Se expande o fato em desespero
Do fogo-fátuo em seu festejo
Chama anil, bruxuleante
Contorce o mal de um ser errante
Mundo tranquilo, tão remoto
Medo impulsivo, terremoto
Arde meu sangue em fogo azul
Faz de meu lar lugar nenhum
Coexistindo com o pesar
De um martírio a vergastar
Eras antigas da infância
Quando o temor causava ânsia
Fantasmagoria, espectrais
Tempos deixados para trás
Hoje, não mais
Menino, muito legal seu blog!
ResponderExcluirEstive lendo seus textos há algum tempo, parabéns mesmo. Também faço Letras, e sou do primeiro ano! Tento escrever às vezes, mas aí aparece alguém tão talentoso quanto você e fico desanimada, rs.
Parabéns mesmo, muito legal.