sábado, 8 de setembro de 2012

Filmes - Cthulhu (2007)








Buscando por um filme de terror, me deparei com essa obra que adapta os cenários macabros de Lovecraft para o mundos dos filmes. Confesso que, num primeiro momento, não dei credibilidade ao filme: não acreditava que uma adaptação das ideias desse gênio do terror poderiam se aproximar do terror de suas palavras, mas resolvi arriscar. Resultado: é, infelizmente tenho de admitir que não é o melhor trabalho que poderia ser feito, e digo isso com dor no coração. Ainda assim, o filme é agradável, desenvolve-se insanamente como todos os textos de Lovecraft e, ainda, narra uma história capaz de chocar sem forçar tanto a barra.
Como isso é possível?
No filme, conhecemos Russel March, um homossexual que tem as escolhas reprimidas pelo pai e, assim, vive isolado da família. Logo de início, sem apresentar emoção alguma, Russel recebe a notícia de que sua mãe faleceu, e assim ele decide viajar para compor o enterro, uma formalidade que deveria durar apenas algumas horas.
É aí que as coisas começam a ficar estranhas.
Desde um encontro estranho com um garoto num carro que se desgoverna até as estranhezas descobertas na cidade, Russ entende que algo de errado está acontecendo por ali. Todos parecem saber mais do que ele, mas ninguém parece saber de nada, e isso o confunde. Buscando por informações, Russ se envolve numa coisa muito maior do que imagina, sem saber, talvez, que ele já estava envolvido antes mesmo de imaginar que esse tipo de coisas existem.
O filme não abusa dos efeitos especiais, portanto não espere por criaturas à mostra a todo tempo. Ele usa aquele típico estilo Cthulhu de ser, com um leve terror psicológico que endoidece, confunde e causa náuseas. Não existem cenas de criaturas bizarras devorando pessoas: o verdadeiro medo é nas atitudes que as próprias pessoas podem tomar. Essa é a graça nos textos do Lovecraft (e em grande parte dos maiores escritores de terror). Eles dominam a insanidade humana a ponto de imaginar como as mentes trabalhariam em situações incapazes de se compreender, criando assim cenas surpreendentes e imprevisíveis. Você nunca sabe o que um personagem vai fazer até que ele já esteja ali, com o trabalho feito. Isso é chocante, ao mesmo tempo que incrível.
O roteiro se desenvolve de maneira alternada, com passagens rápidas e cenas dispersas, mas nada que te deixe perdido. A sensação de voar na história é intencional, mas logo você começa a juntar as peças e formular teorias que, com o tempo, podem ou não se mostrar errôneas. De qualquer forma, o filme conta com uma coisa que raramnete encontramos nos clássicos de terror: um final digno. Não bom, não ruim, mas como tem de ser, como teria de acontecer, como aconteceria numa história que tem envolvimento de humanos, e não só monstros bizarros.
Enfim, Cthulhu tem tudo o que um fã de Lovecraft deseja, mas ainda é só um começo no quesito adaptações do terror lovecraftiano. Espero pelo dia em que os grande antigos estejam no cinema de maneira colossal, como outros tantos ícones da escuridão estiveram. Só então verei pessoas não dormirem por pesadelos com um motivo justo.
Até a próxima!

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